Somos fracos e somos poderosos,
Só nós conseguimos a transcendência,
Quantas vezes com os olhos chorosos,
Desprovidos da razão de ciência.
Somos pacíficos e belicosos,
Prezamos o bom trato e a insolência,
E em versos de prazer ou dolorosos,
Deuses pequenos somos em potência.
Somos muito no dizer de Florbela,
A flor do túmulo, a flor da lapela,
O gosto da chaga que nos infecta…
E neste corcel que somos sem cela,
Livre na sua rebeldia inquieta,
Galopamos pela alma e isso é ser poeta.
22 de Março de 2011