Longa a saudade desse teu encanto,
Na harpa do esquecimento em que te escondes,
Que se tange e te chama e não respondes,
Na espera eterna do saber-se quanto.
Não nos cantos da Terra que arredondes,
Nem nas faces do tempo que abrilhanto,
Com lágrimas que cobrem, como um manto,
E tu, nostalgia, por aqui rondes.
Saudade é o querer tanto em presença,
A ausência do bem indefinido,
O duo inexorável do não ter…
É luta constante contra a descrença,
Sempre com um ganhador e um rendido,
Que só o pensamento pode vencer.
12 de Dezembro de 2022
Viriato Samora