À beira-mar, coberta pela espuma,
A sereia do oceano tão cansada,
Agarrou o sono e assim embalada,
Foi nadando mar dentro com a bruma.
Muito após, quando a névoa já se esfuma,
E o vasto lago parece uma enseada,
Dos sete mares chegado em cruzada,
Logo a avistou e não quis mais nenhuma.
Gentil o homem, mas esfaimado e sujo,
Fundou âncora ao seu peito mareado,
Mesmo sem cântico lançou-se ao mar…
E assim se matou aquele marujo,
Pelo rabo de peixe enfeitiçado,
Que vendo o Tejo, foi-se desgraçar.
21 de Junho de 2011
Viriato Samora