Logo mais, quando o alto sol se puser,
Atrás da terra que, exausta, descansa,
Já não enxerga a vista, não alcança,
Não haverá mais mundo onde eu couber.
Em teu colo, que me aquece e balança,
De imaginadas formas de mulher,
De amor esgotado e de amor que fere,
Sonhei ainda um dia em ter esperança.
É noite e no teu regaço de nada,
Só o nada desponta, fantasmagórico,
Sobre a sombra onde vivo recolhido…
E o nada e a sombra, numa balada,
Ou num abraço artístico e pictórico,
Unem-se num vazio indefinido.
01 de Junho de 2012
Viriato Samora