Bastardo às madrugadas esventradas,
De mim possuído em essência e em dor,
Gigante de vento, um Adamastor,
Belo e assustador, como as trovoadas.
Senhor dos semideiros, das estradas,
Do meu viver e do meu estertor,
Colosso de si, de mim domador,
Em duas meras sílabas cantadas.
Aquém ou transcendendo qualquer verso,
Qualquer pintura ultra surrealista,
Escapa à própria grandeza da arte…
De tamanho tem um tal de universo,
Demais pequeno para tal conquista,
Que não se vendo está em toda a parte.
24 de Junho de 2021
Viriato Samora