Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Madrugada – péssimo momento para sofrer uma diarreia – não deu agua ontem e estamos secos. Dei um peido involuntário que melou a bermuda e fui obrigado pelas circunstancias a correr literalmente para o banheiro e evacuar o resto. Ainda bem que não sujou o lençol recém lavado e nem o sujo colchão.
Manhã – Não banhei, apenas me asseei com a agua fria da bacia de alumínio no quintal. A bermuda cagada, a escondi debaixo de um oleado azul que cobre os tijolos rente a parede lateral do quintal.
Dona Van apareceu e com ela um caminhão de problemas, desta vez os vizinhos do lado criando galinhas no quintal da oficina sem o seu consentimento – Ficou de amanhã vim interpela-los e exigir que tire seus animais do seu quintal. Juvan apareceu e conversamos a respeito do curta metragem “Nova Estrela” – a epopeia dessa lancha em três dias, saindo do porto da Raposa na baixada até o porto do Desterro em São Luis. O filme é do final dos anos 70, misturando alguns atores com os reais passageiros – eles são do grupo Grita, um grupo teatral bastante atuante no bairro do Anjo da Guarda – onde encenam o monumental “Sexta-feira da Paixão”.
Não fui agendar os exames requeridos pelo urologista, fiquei receoso de uma recaída diarreica – amanheci bem melhor e depois do café com dois pães peido maravilhosamente. Mas a aparição de Dona Van tirou-me de tempo e para amainar essa ansiedade depressiva recorri a um diminuto ‘baseado’ como nos velhos bons tempos velhos, que suguei rapidamente e nervosamente no fundo da oficina. Depois do fiasco de sábado, confrontei Dona Belinda e ele corrigi – deu-me o numero errado da casa – não era 3 e sim 6. Beleza. Ontem a noite comecei a reler “Os Diarios de Uma Existência de outubro de 1991” – quando eu e Dona Van éramos uma casal feliz recém chegado aqui na Vila Embratel.
- Eh! Seu Constantino!. Eh! Seu Constantino! – gritava uma voz feminina atravessando a estreita avenida.
O poeta tirou os olhos e a concentração do “Diário de um mago” do mestre Paulo Coelho e comtemplou a bela, o raio de sol da rua 23 – uma de suas paixões não correspondidas.
- Bom dia, seu Constantino! – repetiu a bonitona já na calçada.
- Bom dia, princesa! Agora sim, o meu dia está melhor – Tentou galantear o enferrujado bardo que esqueceu a arte do flerte e do amor. Ele virou as costas para o mundo amoroso.
Jantei uma farofa de torta de camarão de ontem com café, mas não saciou a fomizinha que perturba. Um bom filme com Russel Crowe em “Pais e Filhas”
Sinceramente nem o baseado e nem as pílulas de betaistina amenizaram o meu sofrimento depressivo ocasionado pela aparição da Sra. Van. Droga! Mais um bom filme com Richard Gere “Norman: confie em mim” – ambos os filmes ambientados na sua cidade favorita. A Nova York de Henry Miller, de Wood Allen, de Robert de Niro e outros.