o domingo acordou cedo
os livros no chão meio lidos
os projetos esboçados
a nudez farta provocando o minguado desejo
os últimos dias tenuemente reinventados
o domingo disponibilizando o passado
servindo-o ao almoço numa mesa vazia
a falsa exposição dos flancos macios
que regressavam só para os beijos do lobo
o fantasma alongando-se indolente
acometendo o teu vértice povoado de negro
o cio dos cães ladrando como sofismas
no ilusionismo de um desejo a sair de uma cartola
o vampiro que estranhamente abençoa a manhã santa
lembro as mulheres na missa
perdoadas