Meu quarto e meu reduto
é onde guardo memórias.
Lá estão a glória e o tributo
de poesias e até histórias
que ao longo dos anos eu escrevi.
Guardo ainda meu coração
amizades com que expandi
coisas mil e muita emoção.
De sua janela todo o espanto
das águas que correm Tejo
afora; mais o doce encanto
dos teus olhos, onde me revejo.
Chão de madeira, tão antiga
como no antigamente,
é bem assim como aquela cantiga:
apela aos sentidos da gente.
Ah, meu quarto, quando te vi
pela primeira de outras vezes,
inda eu não sabia de mim,
agora vou sendo às revezes.
Jorge Humberto
14/11/2025