Sonhos feitos de lona, brilho e papel.
Nuvens de algodão.
O poema em seu estado sólido,
Palpável em seus fenômenos,
Mas devaneador por definição.
O riso como estado de espírito
Transcende a realidade
E o frio saber empírico.
Ali somos crianças,
Ou sonhadores,
O que nunca deveríamos deixar de ser.
Ali os pequenos sabem
Que estão presos ao chão
Por uma fina fita de cetim,
E quando quiserem
Podem lançar-se ao céu da ilusão.
Livres passarinhos,
Sem gaiolas
Só a infinita lona azul
Que se estende no céu.
Lá aprendemos
Que nem sempre o que se apresenta aos olhos
É real,
E muitas vezes o imaginário decide o que podemos ver.
"A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito." Manoel de Barros