Sonetos : 

«« Promessa ««

 
Que ciúmes das pedras da calçada
Pedras frias que pisas sem ter pressa
No silencio vais deixando uma promessa
Que teima em estar contigo atracada

Que um dia ao pisares essa calçada
Os teus passos, soarão ligeiros na travessa
As pedras vão dizer, que pressa é essa
Que te impele a correr na caminhada

Vais seguindo sem ver nada na jornada
Ao longe uma clareira intransponível
Entre ti e o horizonte uma luz esbranquiçada

Que te fala num dialecto inaudível
É minha alma que te chama tresloucada
Que te conduz no meio do impossível.

Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
Texto
Data
Leituras
856
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
10
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 05/08/2009 22:55  Atualizado: 05/08/2009 22:55
Membro de honra
Usuário desde: 23/02/2009
Localidade: Lagos
Mensagens: 2214
 Re: «« Promessa ««
Mais um soneto muito bonito! Gostei especialmente das quadras, que estão excepcionais.Quantos segredos de tanta gente não guardarão as pedras da calçada!

Beijinho


Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 05/08/2009 23:05  Atualizado: 05/08/2009 23:05
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: «« Promessa ««
Antónia,

E por essas calçadas das nossas vidas, os caminhos jamais são impossíveis...

Gostei imenso deste seu soneto.

Beijinho


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/08/2009 23:45  Atualizado: 05/08/2009 23:49
 Re: «« Promessa ««
'Que ciúmes das pedras da calçada
Pedras frias que pisas sem ter pressa
No silencio vais deixando uma promessa
Que teima em estar contigo atracada'

Guardam as pedras dos caminhos,
as permanentes marcas dos nossos passos;
nas idas e vindas,
assim como os poemas guardam as palavras nos voos da poesia,
a voz que;


'Que te fala num dialecto inaudível
É minha alma que te chama tresloucada
Que te conduz no meio do impossível.'

Fraterno abraço Antónia.
Silveira


Enviado por Tópico
alvarosertano
Publicado: 06/08/2009 03:00  Atualizado: 06/08/2009 03:00
Novo Membro
Usuário desde: 02/08/2009
Localidade:
Mensagens: 8
 Re: «« Promessa ««
Vais seguindo sem ver nada na jornada
Ao longe uma clareira intransponível
Entre ti e o horizonte uma luz esbranquiçada

Que te fala num dialecto inaudível
É minha alma que te chama tresloucada
Que te conduz no meio do impossível


Eloquente!
Estive no seu blogspot, lindo, encantadoe seu mundo.
Tbm tenho um inacabado
http://alvarosertano.blogspot.com


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/08/2009 08:52  Atualizado: 06/08/2009 08:52
 Re: «« Promessa ««
Olá amiga,

Já faz algum tempo que não deixo ficar comentários o que não quer dizer que não te tenha lido.
Esta tua calçada portuguesa desenhada em forma de soneto está muito bonita, com versos lindíssimos. Felizmente agora parece que o país acordou para esta realidade de respeitar o que é nosso, e os municípios estão a voltar a usar estas (muitos casos) obras de arte.
A nossa calçada está tantas vezes tão triste e enfadonha que nada melhor para passear a alma do que calcar um passeio como tu desenhas.

Um beijo
JLL