Única solução
As veias de meu sentimentos
desfiam
Tormentos que pulsam insanos
aumentam, dilatam, rompem-se
em tristeza que se avoluma
em lago
de lágrimas que traduzem ácrinas
secreções de meu viver.
Quando será que haverá luz no céu?
quando será que esta tormenta
irá arrefecer?
Não sei, melhor calar,
sentar,
esperar a luz entrar
e enfim...Esquecer!
Estrela da morte
Sempre quando algo sobe,
também desce,
sempre quando algo nasce
ao descuido, fenece.
Se deixares-me ao léo eu morrerei
e ao olhares para o céu lá estarei
apenas um luz que já morreu
uma história na memória,
um momento luminoso que se viveu
uma luz viajante no tempo
uma explosão de emoção
que enfeita o firmamento
que também guia
as naus em um novo tormento...
dobrando em segurança o cabo da agonia.
Refração
Despedaça-me, cristal
partindo-me em cores
este é meu destino
ser partida por amores
que partem-me
e partem
Deixando-se de si
apenas poéticos
suores.
Que inundam minha pele
que se fere
na ardência das chagas
inundadas pelo sal
Amores que me fazem tão bem...
que fazem tão mal...
Como luz, eles me partem
partindo-me em cores
Tal qual raio de sol
no azul do arrebol
ao fim de tarde de mais um dia
refrato-me em raios de poesia.
Apenas esqueça-me
Esquece-me por favor
eu sei que te esquecerei
um dia haverá um homem
ao qual eu amarei
e serei amada
Esqueço-te sem dor
sei que conseguirei
um dia deixarei a porta fechada
lacrada com o selo da esperança
serei de novo pura tal criança
sobreviverei.
Esquece-me dor,
por favor, deixa-me ser,
que eu serei,
Deixa-me viver e respirar
Deixa-me ser, se em mim não serás.
liberta-me deste triste Alcatrás
esta ilha que me prendes
e deixas-me sem olhar para trás.
Esquece-me, esquecerei cada momento
cada beijo demorado, suculento
que te dei
eu esqueço,
sei que te esquecerei.
Esquecerei todos os sonhos que sonhei
de ser tua rainha e tu meu rei.
Mas voarei para longe,
virarei talvez um monge
uma freira, uma nuvem, uma videira
terei alguma utilidade
arrumarei um jeito de viver
na totalidade.
Nãi sei se luz,
não sei se lua
não sei se cruz,
não sei se rua,
apenas sei que não serei, jamais, tua.
Deixa tudo que houve para trás
por favor, apenas deixes-me em paz.
Designos divinos.
Poetisa triste
em processo de renascimento
nela a espada em riste
decepou-lhe o sentimento.
partiu-lhe o coração.
Mas há uma luz na noite
que que cura as chagas do açoite
que gera o ressurreição
que segura-lhe pela mão.
Basta esperar um momento
em versos esvaziar o sentimento
calar o corpo em ebulição.
Segurar Jesus pela mão
Aceitar, sem chorar,
cada chaga
cada cicatriz
que o amor lhe deu.
Um dia será feliz
com o destino que Deus lhe escolheu.