Poemas, frases e mensagens de Laura Gil

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Laura Gil

Poema para Ti

 
Canta com a tua voz!
Não importa, onde estás
Ou quem és!
Canta,
Porque a vida é sol que explode
Na montanha
E te ensina que sempre vale a pena,
Mesmo quando há vontade de chorar.

Canta,
Porque os sorrisos não pereceram,
Porque as flores ainda brotam em cada olhar…
(E ainda quando as palavras
E os gestos são pedradas,
Canta sempre,
Porque a vida é sempre madrugada!)
 
Poema para Ti

Luar Escondido

 
Sob os telhados negros da noite
A cidade respira o ar coalhado de néon.
A lua ficou lá em cima,
Mas eu olho o céu aberto
Donde as estrelas se expandiram.

Gosto deste momento,
Todas as noites,
Quando a cidade parece dormir…

Aqui,
Sinto que a solidão não é fatal,
Que a tal civilização não é bem
Como eles dizem…
 
Luar Escondido

Tempo...

 
Neste espaço perdido,
Perante a fúria acesa
Das aguas, do vento,
O Amor surgiu.
Peguei na palete
Pintei uma tela,
Numa folha branca
O teu nome apareceu,
Sorri.
Em momento especial
Deslizo, olho, sinto...
O teu olhar encontra o meu,
E assim fico.
- Tu és a minha força
A minha vida, o meu ser –
Digo com toda a força,
Gosto de ti!
Do brilho do teu rosto
Da força do teu olhar.
Sentei-me à espera
Do renascer do dia,
Senti as cores, o cheiro, a natureza,
Vi o azul do céu...do mar...
Onde o barco veleja.
Na fantasia dos meus sonhos,
Voei...sonhei...
Assim, esperei...
Por ti.
 
Tempo...

Estrada

 
Esta estrada
Dura e longa
Onde pousei o meu olhar
Surgiu entre muros
E horizontes de colinas
Sonhos
Que um dia acabaram por germinar.

Esta estrada
Muda e dolente
Onde os passos se alimentaram
De cantar
Só e distante se afirma
Nesta vontade
Em se prolongar.

Esta estrada
De passos e mãos esguias
Porque na distância se lançou
Transcendeu este horizonte
Onde se ergue
Em estátua
Tudo o que em mim naufragou.
 
Estrada

Apesar da Distância

 
Quando vou só
Pisando as pedras frias do meu caminho
Eu penso em ti…
Quando vejo sorrisos claros
Nos rostos daqueles que pedem amor,
Quando deixo para trás
A ansiedade por um dia maior,
Penso em ti
E só em ti…

Vejo-te em tudo o que é belo,
Em tudo que irradia paz…
Quando morre o dia
E a solidão se faz sentir,
Penso em ti,
Porque é de ti que gosto
E só de ti…
 
Apesar da Distância

Sol...

 
O sol não fugiu de nós
Nas nossas mãos ele veio pousar,
As margens de onde nos olhámos
Veio unir e aplanar.

O sol repousa no meu e no teu olhar…
Ele veio encharcar o nosso mundo
De sorrisos e ternura,
De vida e sonhos a semear…

O sol caiu…
No horizonte desta terra que é o nosso lar…
E levanta-se cada manhã
Nos teus gestos,
Na janela que abriste para a vida
E em tudo que existe para além do mar!

O sol está em mim,
Em ti,
Em tudo o que construímos
Ao amar…
 
Sol...

LIMIAR

 
Gostava
Que as manhãs germinassem,
Neste azul de estilhaços
Onde se agudiza
A ausência
De horas despertas...

Gostava
Que as manhãs voltassem,
Como as flores
De silêncio e ternura
Crescendo neste chão,
De asa abertas...
 
LIMIAR

Cinza

 
Há momentos
Em que
A estagnação
Molda a distância do horizonte…
Depois,
Nem já o vazio magoa…

Percorro as ruas molhadas
De solidão
Onde a vida é planícies
De desalento,
Onde as lágrimas
Já não deixam cicatrizes
Nos rostos dos homens sós…

(E cada palavra por dizer
É um homem
À procura da manhã
Num dia por nascer…)
 
Cinza

Confesso...

 
Neste momento
Olho o espelho,
Assusto-me...
Grito...
Fecho-me, escondo-me.
Procuro-te na escuridão da noite
Não te vejo…
Não sei de ti, de mim, de nós,
Não me conheço.
Assusta-me o nosso encontro,
O teu olhar, o teu beijo, os teus conselhos
Tenho medo deste momento,
Do amor (im) possível,
Tenho medo de tudo o que me rodeia
Medo do mundo.
Então escondo-me,
E no imenso azul do mar
No meu barco à deriva,
Vou sem regresso.
Perco-me
Neste desejo secreto,
Nesta viagem sem fim
Onde deslizo
Divido, partilho emoções,
Quero acreditar mas não consigo.
Em segredo confesso…
Sim, tenho medo.
 
Confesso...

Depois da Espera

 
Foi-se o tempo
De noites plácidas
E luas à flor dos telhados.
Foi-se o tempo
Eterno e dócil
Moldado pelos dedos claros do orvalho.

Foram-se também
As metas
Os corvos
E as glórias tão certas…

Foi-se o tempo

De espera e cinza nos terraços
De mar e borboletas…

Hoje…

Hoje não há silêncios
Nem momentos que possam em mim repousar…
Hoje
Dentro de mim
Há uma catedral só
Deitada neste frio
Que nem a Saudade
Habitou…

Hoje
Vieram em arma
Todos os prantos
Que o tempo
Ainda não sepultou…
 
Depois da Espera

Manhã

 
Que importam as pedras do chão que piso,
Os estilhaços deste mundo decadente,
Se no teu olhar sempre brilha um sorriso
E no meu caminhar existe uma flor quente!

Que importa o fracasso, o poder, a glória,
As ruas estreitas de uma vida só…
O que vale a pena é construir a minha,
A tua história,
Sem deixar que os sonhos se tornem pó.
 
Manhã

Para lá da Contingência

 
Tu bem sabes
Como da morte e da vida
Se fala…
Tu bem sabes
O Gesto
Onde os homens e a circunstância
Se dão as mãos e se calam…

Tu bem sabes
Dos desertos e do amor,
Onde a Luz
E os momentos se eternizam,
Porque verdadeiros
E não falam…
 
Para lá da Contingência

Saudades

 
Vejo-te em tardes incertas
Entre muros e colinas,
Esperando o amanhã que vem.
Vejo-te em sonhos que traçam o horizonte
Do tempo que não tem tempo,
Na beleza do amanhã que há-de vir,
No imenso azul do céu,
Nas marés – cheias que agitam o mar,
Nas gaivotas que pousam na praia,
Nas toalhas estendidas no areal.
Encontramo-nos em tudo o que é belo!
Na espuma das ondas a bater na areia…
Em estrelas que surgiram na solidão….
Nos búzios… nas algas…
Nos desertos que esperam por nós…
Em múltiplos gestos navego entre sonhos… sentimentos… desejos,
Que vão mais além do horizonte
Entre vales e colinas…
E que um dia deram flores…
Através desta estrada sombria
Sigo com gestos de gratidão
As manhãs que se levantam em cada gesto,
No horizonte desta terra que é o nosso lar…
Vejo-te na janela que abri para a vida,
Em tudo que existe para além mar!
 
Saudades

Miragem

 
Os meus símbolos
Tornaram-se dóceis à manhã,
Ao vento que em si
Trouxe os gestos quebrados
Do que não foi nem existiu…
Nos meus símbolos
Foi-se o tempo escoado
Em estar aqui simplesmente…
Porque
Dos meus símbolos
Já não se amena
Aquela vontade
Olhada na bruma
Daquilo que se sonhou…

Para os meus símbolos
Resta a memória
Deste momento
Que ainda ninguém derrubou.
 
Miragem

Caminho

 
Em cada novo
Crepúsculo
O teu olhar é
Encontro,
É palavra redescoberta
Do nascente
Que mora em nós…

Em cada
Silêncio
Está o canto
Por tudo o que amamos,
Todos os sonhos
Por que, lutamos
E também
O que é mundo e sonho
Dentro da nossa voz…
 
Caminho

Natal

 
Por uma flor
Se fez a vida.
Em fogo desabrochou,
Num vaso enorme
Pousado
Numa mesa da nossa casa.

(E é Dezembro…sempre
Que em cada gesto,
Para dar vida a um sonho,
Nascemos…)
 
Natal