Poemas, frases e mensagens de LANLAN86

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de LANLAN86

vaia

 
será que a poesia vai deixar
de lado essa soberba e vai
plantar alguma verba para
eu viver de brisa e bancar
a poetisa?
ou será que vou continuar assim,
fingindo que estou feliz com
essa recepcionista sem maquiagem
que mora dentro de mim?
será que algum dia , alguém vai
estudar as minhas caracterísiticas
e dizer:nossa, essa daí sabe escrever!
será???serei???
suruba...enquanto fico pensando,
morro na praia, morro de vaia.
 
vaia

quando te amo

 
quando eu te amo,
te amo tanto que
não me amo, não me
aguento, não tento
me amar.
quando te amo, eu
amo tuas palavras,
todas aquelas que
não posso mais lamber,
quando te amo, amo
em mim o que apenas
encontro em você.
 
quando te amo

Filosofia

 
Há um tronco oco
dentro de mim.
Um buraco enorme
coberto de ervas
daninhas e palavras
que evaporam de cinco
em cinco segundos.

Há mundos estranhos
dentro deste buraco
e coisas esquecidas também.
Acho que foi lá que deixei
o bem e o mal desde que
comecei a ler Sartre,
Hegel e Heidegger.

A filosofia me arrebentou
por dentro.
Nunca mais consegui
encontrar o meu eixo
e o teu centro.
 
Filosofia

sim, é verdade

 
sim, é verdade,
não estou feliz,
nem realizada.

tentei
quebrar pedras,
dar soco em ponta
de faca,
tentei dar minha cara
a tapa.

tentei
usar todos os ditos
populares, as rezas
e as simpatias.
tentei.

mas, sem você,
só restou-me
a poesia

lan lan
 
sim, é verdade

Confissão à queima-roupa

 
eu não devia te dizer
o que já te disse de antemão.
porém, todavia,contudo,
você não serve nem pra
lamber o meu chão.

vá pela sombra,
vá na fé.
vá na paz.
o que eu gosto,
você nunca soube
me dar mais.

não é isso
que você não tem.
é o que você pensa
que sabe e não sabe
tão bem.
 
Confissão à queima-roupa

quase à vista

 
fui vista
pela vista
que não paga
à vista
nem a prazo

e eu que
sempre atraso
para chegar
no ponto da
partida,
estou no vagão
sem ida ou volta.

o que me revolta
é essa minha idade
mental que não bate
com a cronológica.
não entendo
de mim,
não sei lógica.

e esse trem
sem asas e que
não é movido
a vapos, me leva
a lugar nenhum
quando tão longe
estou do amor.

é,fui vista
por uma vista
que não aprendeu
a ver.

então,
me diz baixinho
quem é você.

lan lan
 
quase à vista

na tarde de joelhos

 
nem mais penso e/ou sinto e se sinto não sei se penso.tenso momento, denso escuro só.alguém me atravessa, alguém me amordaça e algema na cama.meias pretas para você,meias-verdades, três horas e meia no espelho, na tarde de joelhos para o mar.
posse e/ou possessão:você me tem nas mãos, nos lençóis sem a/manhã.
deslizo, meu corpo é quase/todo um futuro sem olhos.chamo isso de amor, chamo isso de prazer.
mais uma hora: vou te comer.
 
na tarde de joelhos

amar assim

 
odeio essas coisas pequenas:
mentiras, poemas, palavras
ridículas e sem nexo quando
você afunda no meu sexo.

quero apenas o silêncio
das bocas unidas, as mãos
crispadas, as pernas para o ar.

amar deitada é o que me convém.
nada é mau ou bem.
depende apenas dos ângulos.

amar sempre com a língua
cheia de desejo, com aquela dor
feroz.
e depois, bem depois
esquecer de mim, de ti,
de nós.

Lan Lan
 
amar assim

Bela Adormedida

 
Bela Adormedida
 
o teu amor é algo
que nunca coube dentro
de ti ou de tuas palavras-pedaços:
esses traços que me rabiscas, esses
poemas no precipício são apenas
gentilezas geladas, delicadezas
que apodrecem antes da meia-noite.

sou a bela que adormeceu, sou o
que não podes atingir com os teus
poemas de morte e solidão.
Nunca pudestes deitar no meu coração
sem veias, sem batimento, sem glória.

deixe-me dormir
e me perder nessa memória
que se desfaz quando não mais me conheço,
quando amanheço sem deus e sem paz.

o amor, o amor
deve ser muito mais.
deve estar no meu sapato perdido,
no castelo pintado de amarelo,
em algum modus operandis diferente.

o amor é quem já se foi
e continua aqui,
dentro da lua desenhada
apenas em mim.
 
Bela Adormedida

Máscaras Sociais

 
lamento o ocorrido,
lamento
sinto tanto por você...

o que posso te dizer?
amanhã é outro dia.
tudo vai dar certo.
levanta a cabeça
e olha adiante.
eu sinto.
eu sinto muito...

_______________________________

ai!como minto, como minto...
 
Máscaras Sociais

cegueira

 
quando o inverno mergulhar em mim
e as folhas não mais existirem,
estarei lá em cima, perto do sol frio.

talvez com pouca luz,
eu possa ver melhor que a solidão
não é estar só. Mas, estar na cruz
sem estar morta.

Lan Lan
 
cegueira

Viver

 
Fico calada
e deixo a cobra dormir.
A pedra nada diz
e todo mundo bate palma.

Viver é uma tarefa
surreal.
 
Viver

Haja saco pra segurar essa cruz!

 
Escrevo e chego a nenhum lugar.
Umas participações especiais ali,
um sobrenome aqui, um blog acolá.
No final das contas, a poesia é uma
inimiga feroz.
Fico chamando de nós: ela e eu.
Pra quê?
Ela é uma egocêntrica filha da puta.
Olha pra mim, cruza os braços e me
manda ir à luta:
eu que me foda.
Pra crescer como poeta ou poetisa,
(grandes merda,não sou nenhuma Hilda Hilst mesmo!)
só daqui há mil anos luz.
Haja saco pra segurar essa cruz!
 
Haja saco pra segurar essa cruz!

O desapego do vento

 
olho para ele
com ironia
olho para isso tudo
com tanto cansaço,
desobservando cada
traço.

nada cabe naquele tempo.

como é bom o desapego
do vento que varre tudo
para dentro de seus
ouvidos surdos,
inclusive as mentiras
e os absurdos.
 
O desapego do vento

Desejo

 
Desejo
 
o desejo me aperta
em vestidos esculpidos
e amarrados na seda pura
e puta da alma
e se ora o vento acalma
é por causa da hora submersa
entre a verdade e as entranhas
quando nada estranha, quando
tudo quer, quando sou mulher
e tenho o prazer na ponta
dos dedos, nesses segredos
abissais que terminam
nos meus seios:
teus pontos finais.
 
Desejo

sobre/vida

 
uma mulher
de mãos amarradas
espera a próxima
injeção com os olhos
furados

quarto puramente
branco, roupas
brancas, paredes
chatas, morbidez

uma mulher
com os pulsos
enfaixados
tentou matar
seus medos,
seus erros

in/sana
in/sanidade
fio tênue
normal/idade
quem é ela?
ela sou eu?
ela se achou?
ou foi você
que se perdeu?
ela pirou?
ou foi você
que se esqueceu?

nau dos loucos
lá vai ela
olhar pelo buraco
da janela
os mares in/conscientes
da sua sobre/vida
 
sobre/vida

prece para um moço que já foi

 
ave moço
sem graça
-ela está convosco?-,
bendito sois vós
entre os homens
cegos e surdos,
bendito é
o fruto da
vossa perdição:
-a (tua) mentira-
santo moço,
pai das máscaras,
rogai por ti,
pecador
agora e na hora
da tua santa dor.
amém
 
prece para um moço que já foi

amigo

 
Em homengem a um amigo pelos bons tempos

você lembra
de todas as vezes
que você foi meu
e disse que não?
você ainda guarda
no fundo da tua mente
todas as vezes que
sorrimos e todos os
tá bons que você disse?
você não é mais o mesmo,
nem eu também.
quando penso em você,
a alegria sempre está além.
sempre está no alto,
sempre está inatingível.
que pena amigo
que hoje eu seja invisível
pra ti e que não haja mais
tantos motivos pra sorrir.
 
amigo

Garotinha

 
Garotinha
 
assustada, ela nada diz.
observa as palavras ao lado
sem esboçar qualquer emoção.
que pensem o que não se
pode falar.
que falem o que se quer
no livro do esquecimento.
ela está livre do tempo,
do que foi ameaça e verdade.
ela lembra que já foi
tão pequena:menor que um grão.
mas, já não se lembra
daquela rosto.
ele se perdeu na multidão.
ele não levou sua delicadeza,
nem sua poesia.
e quando pensa no passado
dormindo, sorri,
fingindo tudo bem
e no fundo de si
já não sabe se foi o passado
que lhe levou além.
 
Garotinha

as horas

 
minhas horas
evoluem lenta
mente,
partidas,
quebradas,
doentes,
(in)decentes.

escoam,
perdem-se,
morrem

em ti.
 
as horas


Tudo ainda me desca/bela.