Embriagado de amores.
Quem me dera poder provar desse vinho...
Embriagar-me-ia com toda a certeza.
Degustaria cada gota,
Cada essência deflagrada
Da taça que é tua boca.
Que me dera, pois beber da tua alma...
Todos os tons e sabores existentes.
Morreria de prazeres
E desejos mais ardentes.
Morreria embriagado de amores.
Meu destino.
Coloquei os meus pés
no caminho da luz,
onde a noite brincava
de amor com o céu.
E como um carrocel
vi estrelas cantando
Cantigas de amor para o mar.
Naveguei mundo afora
e agora não sei...
Onde foi que eu deixei
meu lugar?
Vou buscar meu destino,
ei de ser o menino
e o destino que tenho
é cantar, é cantar...
O beijo esperado.
Beija-me tua boca pequena,
Os lábios que eu desejava,
E a aurora que tu esperavas,
Chegava a gotas serenas.
E o canto da noite perdida,
Clamava os suspiros sonhados,
Do gosto do beijo apanhado,
Chorava a beleza esquecida.
O corpo alentado dormia,
Nos braços de Orpheu galopado,
Que antes do fim esperado,
Tal beijo já te merecia.
E contas de ouro brilhavam
No dorso da mulher amada,
E a boca que ainda calada,
Esperava o beijo de amor.
O que restou-me.
Vaguei no limite
do corpo caído,
perdi o começo
dos dias de paz.
A quem me contentas
no oco do mundo,
de quem lá no fundo
não suportou mais.
Versei por caminhos
que não desejei
e fui ofuscado
por nada dizer.
Ainda restou-me a saída,
ainda restou-me o desejo...
Ainda restaram palavras e o ponto final.
Teus olhos.
Ah! Os teus olhos...
Dois rubis preciosos.
Foram eles, os teus olhos
Quem me colocaram aos teus pés.
Por eles eu vi tua luz
E a tua luz inundou-me a alma;
E posto que visse tua calma;
Teus olhos mostraram-me amor.
Paradoxal.
Aliás
Meu tom de azul
Virou anil
Lilás
Mil cores surreais
Meu sentimento nu
Um ponto cardeal
O norte virou sul
Igual ao gelo cru
Que existe no iglu
Do espaço sideral
O fruto furta-cor
De cor azul-anil
Braseiro, bom, Brasil
País da zona sul
Da América e tal
Abaixo a central
Daquela estação
De trem de ferrovia