RECONTANDO CHAPÉUZINHO VERMELHO
Chapeuzinho era militante comunista,
Tinha vermelho o chapéu e o coração,
E por Marx, Lenine e Fidel, adoração.
Sabia de cor a Internacional Socialista!
Quando um dia a floresta atravessou,
Da burocracia para um passaporte,
Conseguir, um Lobo de altivo porte,
Quarentão, doce e sedutor lhe falou:
“Cortar cana em Cuba é uma gelada!
(Mesmo para afrontar a burguesia)
Vamos gastar a nossa “mais valia”,
Em Miami e Paris, oh minha amada!”
Hoje vivem apaixonados, viajando.
O mundo quase todo conhecendo...
A Vozinha vive feliz, aqui vendendo:
A muamba que trazem de contrabando!
Pedro Paulo da Gama Bentes
Brasil
BEIJO-TE OS OMBROS
BEIJO-TE OS OMBROS
Beijo-te os ombros, sinto a fragrância
Dos teus cabelos. Abraço-te trazendo...
Teu belo corpo junto ao meu fazendo
Sentires meu desejo excitado na ânsia:
De te amar, te penetrar, sim, te possuir!
Minhas mãos os teus seios acariciando,
Suavemente, amorosamente, buscando...
De que percas o temor e venhas sentir,
O mesmo desejo que sinto te abraçando.
Desço minha mão, o teu púbis acaricio...
Teu sexo ,os pelos, os dedos brincando...
Separam os lábios e despertam o teu cio.
Falamos tolices! Abraçados! Estremeces!
Falas “sujas” com a unção de loucas preces!
Pedro Paulo da Gama Bentes- 2007-04-06
PERDIÇÃO
Um soneto de amor é uma perdição!
Nele o coração e a alma desnudados,
Abrem-se totalmente e descuidados,
Entregam-se loucos a uma paixão!
Perdição para quem faz e quem os lê!
Pois amantes ali se vêem retratados,
Abraçados, possuídos e penetrados!
Como dizem nos versos, e ali se vê:
Que tudo o que se faz é muito pouco,
Diante do muito que se deseja fazer,
Ainda que de verdade muito louco...
Pois amar em versos é sempre assim:
Ama-se sempre como sempre a ter,
Certeza que nunca, nunca terá fim!
Pedro Paulo da Gama Bentes
Volta Redonda-Brasil
TIQUINHO DE GENTE(MIÚDOS)
Este “tiquinho de gente” nos olhando:
O narizinho empinado, mãos na cintura!
Um ar sério e sonso, pequenina criatura,
É uma doce criança um adulto imitando.
Finge zanga, logo rindo vem nos abraçar.
Sobe em nosso colo, nos beija carinhosa,
Desce rápido, afastando-se pressurosa...
Com infinita energia continua a brincar!
Canta! Dança! Chama! Foge!Dá risada!
Num rodopio que nos tonteia só de olhar!
Em nossos braços se abriga, e cansada...
Dorme...Vendo o seu tranqüilo ressonar...
Comovido, agradeço a Deus este presente,
Este doce e encantador “tiquinho de gente!”
ALÉM DO HORIZONTE
Além do horizonte é sempre à frente,
Do paraíso que buscamos encontrar!
Esta certeza nos faz sempre caminhar...
Este é o grande desafio! A gente sente:
É fazer versos, sonhar e acreditar.
Falar de alegria, paixão, sofrimento,
Não podendo em nenhum momento,
Sonharmos em deixarmos de sonhar!
Nunca chegaremos lá.É o sentido
Que vai do poeta toda vida nortear.
Se lá chegarmos, teremos perdido...
A razão de todo nosso caminhar!
Pedro Paulo da Gama Bentes
Brasil
AS ROSAS NÃO FALAM
Quem disse que as rosas se calam?
Não! Falam com poetas e loucos
Apaixonados E não são poucos,
Que perdem a razão quando amam!
(É loucura mansa, causa pouco mal.
Estropia as rimas, ameaça a métrica.
Nada tem daquela loucura tétrica!
Que freqüenta as páginas de jornal)
Quando em versos, alteiam a fala.
Somente a rosa, tem por pena.
Paciência de ouvi-los, e exala...
Todo seu perfume, cores e beleza,
Respondendo aos poetas, dá serena,
Da volta do amor, plena certeza!
Pedro Paulo da Gama Bentes
DESABAFO
Envelhecendo vim descobrir,
Que me tornei transparente.
Ao andar na rua tanta gente
Ignora-me,
E para fugir do tranco,
Do esbarrão,
Tenho que me desviar...
Se dou bom dia, agradeço,
Digo obrigado, peço licença!
Ou por favor,
Sou olhado (quando sou!)!
Com espanto, quase horror,
Como se tivesse dito algo,
Inusitado!
Dando precedência a alguém,
Sendo educado,
Corro o risco de ser:
Trombado,
Empurrado,
Deslocado...
Por um “bezerro” apressado.
“O tio, o coroa, o vovô!”.
“Mais pra lá do que pra cá!”
Sou chamado ou referido,
Vingo-me, porém pensando,
Que no passado, poderia,
Pagando, ter.
Com a mãe deles
Fornicado!
Pedro Paulo da Gama Bentes
AMORES
Que são amores passados?
Que são amores esquecidos?
São sentimentos feridos,
De alguma alma arrancados!
Quantos amores que vão,
E que não deixam tristeza!
Não tenha tanta certeza!
Sempre, alguém o coração,
Foi ferido e maltratado...
Se num acaso esquecido,
Do mais remoto passado...
Tiveres ferido alguém:
Deves pois, arrependido,
Perdão pedires também!
Pedro Paulo da Gama Bentes
O INVERNO
É inverno.O vento, o frio trazendo...
O sol, até abdica de lutar e parece,
Olhar tímido a névoa que cresce,
Subindo dos lagos e rios.Fazendo...
Tudo nos parecer triste e sombrio.
O inverno, vindo de todos os lados!
Abraça-nos e nos faz enregelados,
Encolhidos, e tristonhos E do frio...
Somente nos livramos abraçando,
(Tentando num só corpo se tornar!)
A pessoa amada.E, assim negando...
A lei que diz: Duas pessoas, não
Podem o mesmo espaço ocupar!
(A não ser com muito frio e paixão!)
Pedro Paulo da Gama Bentes
RECONTANDO RAPUNZEL
Rapunzel foi a cervejinha primeira
(Cala boca ou como se possa chamar),
Para livrar os pais da pena de furtar.
E o furto era famélico!Uma bobeira...
Presa na torre pela bruxa demente,
Suas tranças, qual pleito na justiça,
Cresciam... exatamente do mesmo jeito
-Servindo de escada para muita gente!
A bruxa descobriu num certo dia,
Que o príncipe praticava alpinismo
Nas tranças. Louca, fez tricotomia
Na Rapunzel.O príncipe cego ficou.
E todos dizem com muito cinismo:
Foi por isso que o coitado se casou!
Pedro Paulo da Gama Bentes