Morrer com você
Morrer com você
Eu procuro a rima
nas entranhas do meu ser
nas alegrias de sentir a vida
de te chamar... querida
de poder te amar, tocar, te ver.
Eu procuro a rima nas ambigüidades
no abismo do meu coração
na rouquidão doentia da minha voz
nas palmas das minhas mãos.
Mãos que tocam teu corpo quente
que se torce eloquentemente
e geme tão inocente
na loucura deste amar.
Se mil vidas eu viver
mil vezes quero morrer
te amando por todas as noites
e morrendo com você.
Alexandre Montalvan
Mãe
Mãe
Rasga-me a alma e
o coração e sentimentos...
transbordam
toda esta saudade que tenho de ti
mas quando fecho meus olhos
e em ti eu penso
sinto a tua presença
e sei que esta aqui, mãe!
Alexandre
Eu e Você
Eu e Você
Eu formo um par com você
Somos almas gêmeas na eternidade
Nossas mãos se juntam é verdade
Para a cada manhã ver o amor renascer
E nas noites ficamos juntinhos
Amamo-nos ao anoitecer
Nas manhãs você sabe ou adivinha
Que acordaremos dormindo em conchinha
E juntos veremos o sol nascer
No silencio contido no ar
Busco o mel sensual do teu corpo
Nos teus seios eu busco a loucura
Nosso amar é a coisa mais pura
E o que me espanta é tua beleza
Que me traz tanto prazer
É beleza delicada em um jardim,
De pétalas macias e ainda,
você é a minha rosa mais linda
Vermelha, cheirosa carmim
Amor de toda a minha vida
Doçura e formosidade
Emoção amor e prazer
Você é a minha cara metade
E em teus braços eu quero morrer.
Alexandre Montalvan
Ilusão
Ilusão. . .
Eu vejo tudo àquilo que quero ver
Minhas ilusões transcendem o teu crer
A minha maneira eu vejo a luz do amanhecer
E as cores mortas do ocaso, escuridão do anoitecer
Sinto a magia das inocentes poesias
Sinto a dor na minha alma que jaz fria
Quero o amor que eu julguei interminável
Para aplacar minha existência miserável
De viver de ilusões tristes e vazias
Quero morrer com um beijo teu em minha boca
Deixar a morte tomar conta do meu ser
Viver a vida nem que seja um segundo
Sentir a força do amor maior do mundo
Deste amor que eu de repente inventei
Ilusão. . .
Amor
Amor
Como é doce a voz do vento
Que os cabelos despenteiam
Como chicotes violentos
Que na face estalam sedentos
Buscando o sal das lagrimas
Que nos olhos brotariam
Na suave melodia
Sussurrado pelo vento
Neste lúdico momento
Como disse brotariam
Brotariam uma a uma
E assim começaria
Encharcando a lua seca
Inundando toda a terra
Um milhão de lagrimas ao vento
E assim inundaria
Inundaria
Este céu carente de estrelas
E este seco e estéril jardim
Que ao ouvir a voz do vento
Dos teus olhos surgiria
O teu amor por mim
Alexandre Montalvan
Soneto do 'SE'
Se
Se toda a poesia for sempre um acalanto
se sonhos e esperanças apenas leve pluma
se toda dor deste mundo for só alguma
e todo amor que existe cantar o desencanto.
Eu vou me espelhar em sonhos loucos violentos
com o meu pobre corpo coberto de lama
ser esquartejado por ventos turbulentos
eu não vou deixar minha paixão sozinha nesta cama.
Nas linhas que percorro está o meu destino
nos sonhos que eu sonho procuro o divino
mas quando em teus braços sou tão pequenino.
Como um rio que corre livre e cristalino
luzes das estrelas louco desatino
pois morrer em teus braços é meu destino.
Alexandre
Eu não Pedi
Eu não Pedi
Ouço os sons deste mundo
Em meus ouvidos de existência precoce
E com os olhos vejo a natureza morta
O paladar, o escarro de minha tosse,
Mas não devo tatear atrás da porta
Pois voltarei em breve ao meu calabouço
Com grades negras e feias
E o meu riso é o conflito que ouço
Com meu bico torto, como a ave que gorjeia
Mas o meu chão é um lúgubre fosso
Não é o destino que eu me pedi
Esta tortuosa sombra escurecendo a areia
Eu peço a Deus que me tirem daqui
Que me desgrudem desta pegajosa teia
Desta dor que em minha mão espremi
Agora já não me sinto e na prática,
Não descerei mais as escadas
É mais fácil a morte que a moral estática
Esta na hora da partida e não da chegada
Pois toda a tranquilidade em m'alma,
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . é trágica!
Alexandre Montalvan
Maneiras
Maneiras
Quantas maneiras de morrer
a cada dia que passa
são as janelas de ferro que ardem.
A cada grito ouvido
a cada gemido
são as portas de aço que batem.
Quantas maneiras de morrer
minutos e horas eternos
o bafo quente do inferno
a cada porta que abre.
Em um mundo paralelo
obscena é a vida
regrada, perdida, na indiferença extrema
a cada passo arrastado
pela pressão dolorida das algemas.
A lua chove lágrimas douradas em meu leito
que mesmo desfeito
arrumado esta,
pensamentos que fazem a noite sombria
e me forçam a ver
as maneiras difíceis de viver.
alexandre
Doença da Alma
Doença da Alma
Podes sentir no vento
no olhar...no pensamento
neste fogo inextinguível
este amor que a todo momento
a consome enfim.
Flui como um rio corrosivo
desespero, em um grito aflito
explode como um vulcão ativo
com suas lavas incandescentes
e a consome no fim.
Se tudo que em ti existe, insiste
nos limites do infinitamente triste
e baila em vos beirando a loucura
na alma que Deus lhe deu
que já não consegue mais encontrar
pois em algum momento se perdeu.
Onde é que estão as ambigüidades
se não é em teu coração
na tua voz
no teu olhar
ou na palma da tua mão .
Se teu amor contigo se parece
se compadeça deste trauma
desta dor
faça para Deus uma prece
para esquecer esta doença da tua alma
chamada amor.
Alexandre
Havia um Amor
Havia um Amor
Havia uma luz em busca de um ser
E também uma historia
E se fosse um ser também poderia ver
E viver e ter uma memória
Havia um céu repleto de luz
E também um sol
Mas palavra nenhuma traduz
O doce cantar do rouxinol
Havia o tempo que era passado
Mas o presente se vivia
No amor e no ser amado
E a historia era só poesia
Havia uma rosa vermelha
E também uma rosa amarela
E a luz,... tão linda centelha
E o odor era do cravo e canela
E havia no céu teu olhar sobre o meu
E também um segredo
E as poesias de Orfeu
Que profetizavam o nosso enredo
Que no céu nasceria um amor
Os meus lábios beijando os teus
Uma flor jogada ao leu
E uma dor...
Pois haverá... a hora do adeus...
Alexandre Montalvan