Para Sempre
Para sempre serei teu amigo,
Com amor sempre, sempre serei teu abrigo,
E cantarei canções felizes, nos dias de chuva,
E te contarei tristes histórias de amor, em noites vazias.
Para sempre serei os versos que te faltam em tua poesia,
Serei os parágrafos, negritos e itálicos que te completam os dias,
E abrirei nos céus caminhos entre as mais densas energias,
Para que o sol sempre ilumine o mais escuro de seus dias.
Para sempre serei eterno enquanto houver nostalgia,
E serei para sempre tua eterna companhia,
Tuas mãos sempre encontrarão as minhas,
E meus braços para sempre se abrirão para os teus.
E quando eu já não mais estiver ao teu lado,
Não pense que deixei de ser algo em tua vida,
Pois sou tudo o que quiseres que eu seja,
Sou tudo o que quiseres sonhar, sou tudo o que quiseres tocar.
Nesse dia, finalmente, serei alegremente a brisa que toca teu rosto e te faz companhia
Serei o sol, sorridente, que te aquece o mais frio dos teus dias
E mesmo nas tuas noites mais tristes, serei o teu sonho a sonhar o infinito mais lindo
Pois sempre fui, e serei quem sempre muito te amou, todos os dias...
Cláudio José Pinto
Que Seja Breve
Seja meu norte,
Seja meu guia,
Seja teu olhar minha alegria,
E teu último beijo, nostalgia...
Que seja a lagrima poesia,
Inacabada sinfonia,
A retinir em amarga sintonia,
A última nota em agonia.
Que seja o desejo minha fantasia,
E o amor eterno, eterna companhia,
Que seja sempre esquecida a desarmonia,
E que cada verso seja eterno por um dia.
Que seja breve, tenho pressa,
De transformar sentimentos em poesias,
E a tristeza em suave melodia,
Resgatando-me o amor que outrora sentia.
Esse Grande Amor
Ah se esse grande amor que te dei,
Que nas asas da ilusão me elevei,
voasse comigo para onde nunca voei
e ficasse comigo, como nunca sonhei
Se esse grande amor não fosse essa dor que chorei
Se fosse simplesmente um sorriso que te dei
Ou se fosse um sonho que ha muito sonhei
Não seria nunca esse vazio ao qual me entreguei
Se esse grande amor me amasse como amei
Seria eu como o sol num dia que nunca brilhei
E na noite escura e triste dos anos que passei
Seria eu o luar a brilhar por onde nunca trilhei
Se esse grande amor sonhasse o que sonhei
Se mesmo na distancia fosse tudo que desejei
Poderia simplesmente viver na alegria que conquistei
E amar esse amor que por toda vida busquei
Sempre te amei
Sempre te amei, mesmo em silêncio te amei
Te amei enquanto as estrelas brilhavam no céu
E enquanto as nuvens brincavam com a lua
Num amor crescente e vibrante, cheio de ternura
Mesmo quando estavas distante te amei
Na solidão de meu quarto escuro
No silêncio de uma noite de chuva
Ou no crepitar de minh'alma em chamas de amargura
Te amei por te amar, nada mais
Um amor constante e urgente
No entanto calmo e presente
Em pedaços ou plenamente
Te amei meu amor
Mesmo quando seu amor estava ausente
E na dor pungente de saber ser seu amor
De um coração que não estava presente
Sempre te amei, em silencio, principalmente,
Não por te amar menos e inutilmente
Mas por te querer sempre e sempre
E te ver feliz eternamente
Amanhã
Amanhã sonharei com o amor eterno...
Mas hoje não...
Hoje serei embalado pela solidão
Tendo apenas minha tristeza como canção
Amanhã serei alegre como as flores perfumadas no jardim...
Mas hoje não...
Serei apenas pétalas caídas e levadas ao vento
Como os sentimentos que deixei dispersos no tempo
Amanhã serei a esperança a soprar na primavera e avançar pelos verões...
Mas hoje não...
Serei apenas mais um triste outono
A esperar a dor congelar em meu coração
Amanhã serei luz a brilhar e reinar na escuridão...
Mas hoje não...
Hoje serei apenas mais um sonho
A brilhar como luz em meu coração
Amanhã eu serei apenas eu, como nunca fui...
Hoje não...
Serei apenas mais um em um milhão
A vagar sozinho, invisível na multidão.
Que Seja Assim
Que silenciem as palavras
E desfaçam-se os versos que em meus lábios selei
E que se dissolva nesse silencio os sonhos que sonhei
E nas lagrimas a solidão que me tornei
Que se percam no vazio infinito
Os amores que cheguei a sonhar
E os sonhos que acreditei encontrar
Assim como as dores, que não pude evitar
Que sejam todos os versos como chuva em noite fria
E o silencio mais funesto seja pura poesia
E mesmo no andar calmo pelas ruas vazias
Que sejam as palavras as minhas únicas companhias
Que seja assim...
Não mais que uma leve e amarga nostalgia
A embalar-me a solidão nos mais tristes dias
Enquanto minha própria noite avança sobre mim em agonia
Quando a Lembrança Vem
Quando a lembrança vem,
Como fogo ardendo em minh'alma
E a dor latente se faz presente
Toda felicidade se torna efêmera
Todo amor de mim desprende
Na solidão de meus pensamentos
Escondo-me entre as lagrimas que caem lentamente
E rapida e silenciosamente torno-me ausente
Num mundo onde a angustia não está presente
E nessa mesma angustia morro lentamente
Rouba-me a alegria e deixa-me num vazio perene
Vivo sem vida, respiro sem ar, vejo sem ver
Caminho lentamente, torturo-me eternamente
Torno-me a própria dor que a lembrança sente
E desfaço-me no pranto que enfim me vence.
Quem sou eu?
Quem sou eu?
Nessa ilusão que sigo,
Sem destino e sem razão?
Quem sou eu na escuridão?
Quem sou eu?
Sendo levado de um lado a outro,
Sem rumo certo, cego ante a razão?
Quem sou eu na multidão?
Quem sou eu?
Que me entrego a essa paixão,
Que me arrasto e me afasto sem perdão?
Quem sou eu na imensidão?
Quem sou eu?
Quando caminho cego na solidão,
E me entrego a sonhos e ilusões?
Quem sou eu, que ama sozinho outro coração?
O Que Ainda Resta de Mim...
Ainda sou silencio, não ouso inventar a maldade,
Tenho ainda dentro de mim a sombra da verdade,
A obscurecer de tristeza a alegria da vontade,
Sou ainda escravo, sofrendo o castigo da vaidade.
Ainda sou solidão, e fujo com medo de viver sem viver,
Busco ainda rosas sem espinhos, não quero sofrer,
Não quero fazer poesias e imaginar o que não posso ser,
Prefiro eternamente sonhar, mas... não quero morrer.
Ainda sou sonho, e escondo-me assustado da realidade,
Tenho versos guardados em todos os cantos de minha individualidade,
Versos que ainda não rimam, desconexos, com imensa intensidade,
Guardo-os com carinho, esperando uma suposta utilidade.
Ainda sou eu, mostro tudo o que não posso esconder,
e escondo tudo o que não posso sinceramente oferecer,
Tudo sou, tudo posso, mas, me afasto a cada amanhecer,
Sou, na verdade, tudo aquilo que ainda não posso viver.
Claudio Jose Pinto
Versos em agonia
Serei eu mesmo as palavras dos versos que recrio
Reinventando rimas, numa singela pantomima
Arauto dos desejos que por vezes me alucinam
Maestro de uma infinda e sufocante sinfonia
Fazendo versos como quem recria a fantasia
Revivendo sonhos, como quem fantasia a alegria
Como um palhaço a viver dos sorrisos que fabrica
Enquanto o próprio coração se desfaz em agonia.
Finjo achar pequena a dor que julgo imensa
Na plenitude de um amor que na verdade
É exíguo de sentimento em sua essência
E sigo em frente, como quem não reconhece a indiferença
Paro estático, imóvel diante do silencio que vira poesia
Sinto-me vazio novamente, numa tristeza que beira a agonia
E baixo os olhos para a folha que a minha frente se apresenta
E passo a ser a dor da qual meus versos se alimentam.