Amor
E o poeta não vive de um amor...
Ele vive para o amor...
Ele vive do amor...
E com amor...
A amor...
Amor...
Amor dele...
Amor com ele...
Amor vive nele...
E de tanto amar de amor, acaba por chorar seu amor em cartas em branco,
que depois de escritas viram pombas e voam levando o que partilha.
Tiago Evo
"Meu Eu Igual"
Minha estupida maldade
Escute meu coração
Ele bate voraz em um silêncio quase que mortal
Só que ao contrario do que ouço na rua
O silêncio é melhor e sem poluição
Mas mesmo que você se limpe
Mesmo que se mantenha com fé
Não se julgue só mais um, "Mané"
Faça o que quiser e quando precisar
Melhor do que falar é pesquisar
Mas muito melhor é o matar
Matar a sede de viver
Sem perder o espirito pra lutar
Mesmo que não se chegue no lugar
Pois talvez já esteja lá
Mesmo depois de jogar o Ás
Eu falo de sorte
Eu citei meu azar
Sofri, morri e sorri
Por amar também perdi
Mas nunca deixo de encontrar
Mas isso já está longo
Distante e complexo
Mas quem faz o completo
Não merece o desapego
Mas sim pagar o preço
Quando você perceber que o mundo é maior do que a sua banalidade inconsciente talvez já seja tarde para retornar.
Mas retornar donde nunca se saiu, não é retornar e sim paralisar-se ao longo de todo a sua caminhada sem dar um passo em falso.
Mas quem sou eu pra falar do que é falso ou do que é real, igual a mim existem muitos porém não ao "Meu Eu Igual".
Frutas vermelhas e sangue quente! - Tiago Evo
E na esperança que tu me fizesse falta
Ganhei um tapa na cara
Antes do "Como vai você?"
E ganhei de lembrete
Uma forma de esquecer
A dor do peito e o respeito
Que você fez morrer
E na luta me perdi
Pois eu sabia onde deveria ir
Mas tua postura só me fazia rir
E achei de qualquer
Uma forma de lembrar
O mundo era ser
Aquilo pra tu me encontrar
Sem mais delongas e nem demoras
São roxos, semblantes e amoras
Vividos, sortidos e sem memória
E sorri enfim
Uma forma de dizer
Chegamos até o fim
Pra quem quiser morrer.
Entrelinhas
Ficou tanta coisa entrelinhas
Que agora eu escrevo entre linhas
Tudo aquilo que você não sabia
Que estava entrelinhas
Pode ser que entre versos e estrofes, as linhas são mínimos detalhes
Porém eu sempre gostei dos detalhes, e me dedicava a eles
Lembro-me de insignificantes detalhes
Entrelinhas, você era minha!
Entrelinhas, você me esqueceu!
Sério e impelido
Que vontade que tenho de explodir por ai
Me fazer em pedaços e sumir
E depois disso fugir
Em um lugar que não é aqui
Sabe aquele momento de paz e silêncio que antecede um susto
O momento de distração entre o pedestre e o carro
A pedra e o calçado milimetricamente encaixados para produzir o tropeço
A vontade e a renuncia juntas como em um conto de fadas
Sorte e Azar casados numa igreja ortodoxa
E Sorrisos e feridas aproveitando o Sol de uma tarde de outono
Na verdade a contradição é uma maldição dos que ainda se encontram em lucidez
Pois uma vez aberto, este não se pode fechar
Porque se hoje está cheio, prepare-se pra amanhã esvaziar
E se hoje é bem feito, amanhã vais arruinar
Mas como sempre, ser comprometido com a seriedade é uma dadiva que ninguém deve merecer
Pois se até mesmo sua voz treme por um ser, e suas mãos suam quando este lhe toca
É melhor que feche teus olhos e espere sua torta e descomplicada Senhora
Sim Senhora, A morte é boa para aqueles que negam suas consequências!
Sinceros e desajeitados, como um dia em um papel, quase sempre rabiscado!
Ahh, se as pessoas soubessem que seus respectivos mundos são feitos de papel...
Olho ao redor e vejo tantos desenhos e maquetes de realidades que não existem, me confronto todo dia com sentimentos vazios e garrafas secas e esgotadas pela agonia humana.
Além de todo o vazio, sempre há no interior um frio, e esses processos endógenos são congelantemente assustadores.
Mas nada é tão fugaz quanto o arfar que se segue depois de uma decepção, a tristeza toma forma e assume sua posição, ela vaga perdida andando por ai e quando encontra um peito não tem pressa em partir.
E quando eu me esqueço do meu imenso vazio, passo a perceber e sentir o arrepio que de forma conjunta me inspira e faz transpirar, quando olhos e bocas começam a salivar, e o mundo a minha volta a se transformar.
Cercado de padrões e a vida que é de papel, que mesmo assim com fogo um dia hão de brincar, brincar de transformar o pó em pão.
Mas se pensar, a farinha é assim, um pó sem muito afim, que de outras coligações se juntou, para que o bolo da massa tome o seu valor.
E nessa massa de pão que por fora há de ilustrar, beleza divina e um belo realçar, porém, sem miolo há de ficar, pois este dá engodo e a massa não pode engordar,
Porque se tem fome de letra, imagine o que se deve plantar?
Podemos dizer que a sociedade é assim e assado, mas o pão é um no meio de um emaranhado, que sua casca pode ser queimada porém no miolo é onde o volume deve ficar, não volume vazio, feito de papel.
Falo de um volume talvez já perdido, que cabe em letras num papel, aquele volume sentido que dá luz ao fel, mas que nos mostra a bondade dos céus!
Eis que tenho a quase que certeza, ante minhas dúvidas que já estão questionadas!
E faço figurar em versos desconcertados, aquilo que minha conjunção semântica tenta expressar, dos dias vividos e dos mais esquecidos que tento lembrar.
Sou um caso qualquer, de papel certamente sou, num momento melhor, o pedaço que sobrou.
E ainda sim, tento me julgar, pois os outros me aliviam, mas minha consciência conhece todos os abrigos, caso eu queira me ocultar!
Sinceros e desajeitados, como um dia em um papel, quase sempre rabiscado! - Tiago Evo
Ode à São Paulo
Pessoas deformadas
Pessoas apressadas
Pessoas irritadas
Pessoas conformadas
O tempo se derrete
E em lamento
Se converte
A rua tá suja
A rua tá cheia
A rua tá estreita
A rua tá feia
O carro passa
E arremesa
Uma lata de ódio
O lixo verte
O lixo investe
O lixo perde
O lixo cede
A pessoa ignora
A lata e o lixo
Que passa
Mas em São paulo é assim...
Tem meios de termo e de fins, enfins!
O ódio que é negado lhe consome
O amor que é negado lhe sorri
E no meio do caos, a gente vê casos de solidão compartilhada
Todo mundo junto, mas bem separado
Pelo farol, pela sarjeta, pela bituca ou pela cerveja
Seja qual for o apelo do pelado no cobertor enrolado
Seja qual for a figura que dorme no concreto frio
Seja qual for a sua idade na venda da bala de goma
Seja qual for a sua graduação, analfabeto funcional ou social
Essa é uma ode de ódio à São paulo!
Com muito esmero
Sempre teu, Tiago Evo
Quem vai no tempo
Tempo que ora
Tempo é agora
A hora do tempo
A fora porvir
Quem vai embora
No tempo
Não volta aqui
Tempo das horas
Não me deixa dormir
Sem vento lá fora
Mas tem chuva aqui
Ponte e Aponte
O caminho, o espinho
Que entra na pele
E anda sob ela
Não vacila nem destrói
Da familia, um algoz
De outros, a voz
Quem mente, podia?
Olhei pro relogio e vi que horas são pra quem é são
Fiquei sem luz e me faltou energia para ascender
Continuei tentando não tentar, e assim pestanejar em todas as tentativas
Foquei me em fazer o que me desconcentrava
Administrei a minha bagunça e etiquetei todas as cuecas sujas
Preparei uma receita para o sucesso com todas as minhas falhas
Simplesmente, é ser subjugado pelos seus juizes e seus amigos sensatos
Suavemente, absolvido pelo alcool e todo enxofre retido
Solenemente, fazer o que é certo sendo um errado
Dos três, o único que me parece verdadeiro é o que no final mente.
E de Finalmentes eu entendo, chegava quase sempre na hora marcada e bem arrumado, era quase um convidado de honra quando aquele que mente soltava a sua prosa.
Mas afinal, mente pra quem?
Minha todo dia, tem em mente e é sina, que finalmente é dia em tudo que há!
Haverá assim todo dia de ter em mente, que somente quem tem mente, mente todo dia aquilo que é e não podia!
Matemática das Palavras
Que você possa ler números inteiros, de maneira que o expoente seja a ti
O que foi pra mim, somente mais um cateto oposto na hipotenusa da vida
Mas que equação de 2º Grau é essa, nunca vi tantos parentes e colchetes
Quem muito divide, acaba por subtrair menos o que tem
Aquele que soma, multiplica o que sempre quis ter
Mas na verdade se + com + e = a -
Seja assim grande ou pequeno, Lucro ou Dividendo
Por mais que a Matemática seja sistemática.
Os números não mentem, mas omitem aquilo que as palavras falam
Pois se 3,14 é igual a PI, seria a vida uma Equação que finda em ti.
Pois tudo que começa termina depois que começou a terminar.
Mas as variáveis são imensas, e o mundo gira a em velocidade frequente.
Sinceramente se errei a fórmula hoje, amanhã acertarei
Pois não há 1 Sobre 0 que me faça desistir e assim levar a serio
E acho que os números simplesmente vão sumir
Pois o verbo se criou e demostrou que 1+1 é bem mais que 2
É um ser que prevalece e engradece a beleza dos algarimos
que mesmo quando romanos, não sejam de má fê
Isso é o que calculei em minha poesia
Se quiseres pode somar comigo
Também multiplicar será bem vindo
Mas não tente subtrair se quiser dividir.
Pois não tenho mais compasso para desenhar a forma geometrica da minha vida!!!