Sentir desejada
A rotina diária de acordar de manhã cedo e não haver mais nenhum corpo despido no outro lado da cama vazio e frio inquietava Heather.
Perguntava-se se essa solidão matinal também incomodava outras pessoas ou se era apenas ela que, estava a dar demasiada importância à falta de um tronco mais forte que pudesse acariciar.
Tinha demasiado calor e afeto para doar, fosse de manhã, de tarde ou de noite. Qualquer hora do dia era boa para despertar um corpo. Transporta-lo para o seu mundo e tranca-lo nas suas profundezas mais sensuais, acorrenta-lo em seus delírios mais profundos.
Jamais amordaçava a sua voz aveludada de desejo ou proibia o corpo de se contorcer de prazer.
Como podia fazer tudo isto se o vazio da sua cama era real.
Desanimada, ergueu o seu corpo despido e dirigiu-se para o chuveiro, a água quase fria arrefeceu a sua pele branca. Mas não fez desaparecer os seus pensamentos mais quentes.
As suas mãos esfregavam o seu corpo, deixando-o coberto de espuma sentindo os locais proibidos ao público.
Embrulhada numa toalha moveu-se até ao quarto, as janelas do prédio em frente tinham visibilidade para entenderem o que se passava nos quartos.
Um novo inclino estava a fumar na varanda com janela, quando olha em frente e vê a sombra de uma silhueta despida, de um momento para o outro as suas ancas baloiçavam e os seus peitos saltitavam parecendo-lhe que ela estava a dançar.
Esfregou várias vezes os olhos para ter a certeza daquilo que estava a ver, nunca pensou que o seu primeiro dia na casa nova pudesse ser divertido.
Não retirou os olhos daquela janela, era apenas uma sombra, mas eram perfeitas aquelas curvas perigosas do qual não travava por nada.
Assim que ela abre a cortina e vê um homem de cabelos médios, pretos, de tronco nu com uns calções negros a observar atentamente a sua janela o seu rosto corou por algum tempo.
Mas deixou um sorriso formar-se no seu rosto assim que voltou as costas.
Alguém ainda gostava de olhar para ela, mesmo que fosse através da cortina.
Talvez o seu dia corresse melhor ou a sua noite fosse inundada de sonhos úmidos.
Quando Heather foi desligar a música que reproduziu no telemóvel reparou que já estava atrasada para o autocarro, saiu de casa a correr exatamente como estava. Tinha vestido uma t-shirt curta cinzenta um pouco molhada da água que lhe escorria do seu cabelo , calças jeans e uns ténis brancos que lhe facilitavam a corrida até ao autocarro.
Era o seu dia de entrar mais tarde no trabalho, enfrentar o fogão daquele maldito restaurante era um inferno da sua metade do dia.
O restaurante estava muito bem situado na cidade, a paragem do autocarro ficava rigorosamente a 5 minutos do seu emprego.
Caminhava pela rua de cabisbaixo após o incidente de à minutos, a sensação de que alguém olhava para ela era boa, mas isso não deixava de a envergonhar.
Era como se um estranho a tivesse visto, e foi o que aconteceu através daquela cortina.
Olhava ao seu redor e havia poucas pessoas, estavam entretidas com as suas vidas e a conversarem com seus conhecidos mas ela sentia-se observada.
Abriu a porta da sala do restaurante de forma desajeitada por estar atrasada, todos olharam para ela.
O seu rosto ficou da cor de um morango bem maduro, avançou em passos pequenos para perto deles e tentou concentrar-se no que diziam.
Caroline é a nossa funcionária nova e vai para a cozinha no lugar de Heather.
Estou despedida? - Preocupada elevou um pouco a voz.
Claro que não, tu és uma excelente cozinheira, e pelo teu bom comportamento vais passar ao serviço ao público…
Jack é o nosso novo gerente, tem um excelente currículo e ensino superior. Já que a Diana vai mesmo imigrar.
Jack sorriu, tinha a certeza que era ela a mulher do apartamento em frente, nunca se esqueceria daquele corpo nem da sua expressão ao longe quando foi apanhado a observar a janela.
Aquela expressão de menina ingênua que não queria nem por nada ser vista sem roupa, algo demasiado íntimo de se pronunciar ou para se pensar.
Jack guardou as suas dúvidas e tentou ficar atento às explicações das suas tarefas.
A voz do chefe era um sussurro na sua cabeça perante os pensamentos voluptuosos que não o largavam.
A concentração de Jack estava apenas na sombra daquelas curvas que lhe despertavam uma curiosidade bem molhada.
Que se passa contigo? - Questionou-se a si próprio enquanto olhava para o espelho e escorria-lhe água pelo rosto.
Precisava de se refrescar para conseguir trabalhar, precisava de olhar para o dinheiro com olhos de ver, o troco precisa de estar bem se não perdia o seu emprego logo no primeiro dia.
Os músculos do seu corpo ainda estavam sob pressão dos seus pensamentos.
Está tudo bem consigo? - Desperta Jack dos seus pensamentos calorosos.
Sim chefe. Já estou a ir.
Tinha que enfrentar o mundo lá fora, refrescou o rosto uma última vez e tomou o seu cargo.
As primeiras pessoas entraram para pedir as refeições de take away, e Jack estava nervoso, tinha medo de errar por estar demasiado entretido com os seus pensamentos.
Por vezes, era chamado a atenção pelos colegas quando se formava uma fila de pessoas que esperavam um atendimento mais rápido. Até que a sua cabeça foi inundada de contas e ruído de várias pessoas a conversarem.
Finalmente conseguiu desligar- se de tudo o que o distrai-a até Heather passar por perto, não entende como aquela rapariga tinha toda a sua atenção.
Seria pelo seu longo cabelo castanho, ou pelos seus olhos castanhos avelãs ou simplesmente pelas sua silhueta ser bastante idêntica à da sua vizinha misteriosa?
A hora do almoço já tinha terminado, as portas já se tinham fechado e ele nem tinha reparado no assunto. Cada um tinha a sua tarefa de limpeza a cumprir e em seguida podia ir para casa.
Heather tentava sempre terminar rápido para não perder o autocarro, se não tinha que esperar uma hora pelo próximo, mas o seu novo posto tinha a tarefa de ter que verificar o stock.
De quarta pessoa a sair do trabalho passou quase a ser a última, tinha de esperar algum tempo pelo autocarro , então já não precisava de ser rápida.
Jack seguiu-a, não aguentava aquela dúvida então tinha que descobrir.
O que estás aí a fazer?
Acho que me enganei, sabes como é não decoramos tudo no mesmo dia.
Heather tentou ignora-lo mas, entrou dentro da arrecadação na sua direção.
Precisas de ajuda? Pareces atrapalhada. - O seu olhar soltava faíscas de desejo.
Não, obrigada.
O seu corpo estremeceu quando entendeu a forma de como ele olhava para ela. Já não se sentia desejada a algum tempo.
Tentou não lhe dar atenção, não podia demonstrar as suas fraquezas.
Se precisares de boleia posso levar- te a casa. Estou de carro.
“ Dava-me um jeito.”
Mas tinha que contrariar o seu pensamento, nem o conhecia.
Obrigada, mas eu espero pelo autocarro.
Não conseguiu resistir ao suspiro aborrecido que não controlou.
Finalmente tinha escrito o último número de garrafas de coca cola que faltava para saberem o que faltava para o jantar.
Queres que te leve a casa? - insistiu
Queria negar mas, estava exausta que acabou por aceitar .
Quando ela lhe passou a sua morada ele teve a confirmação que era ela, a silhueta misteriosa que não lhe saía da cabeça.
Não disse uma palavra, tentou manter o olhar fixo na estrada .
Desculpe ter-lhe feito desviar do seu destino. - Tocou-lhe na mão que ainda mantinha na alavanca de velocidades.
Ele sorriu e olhou para ela de novo, com aquele olhar em chamas:
Eu vivo naquele apartamento em frente… mudei-me à pouco tempo.
As suas bochechas pareciam umas maçãs vermelhas. Entendeu logo que ele possivelmente era o rapaz que a viu.
Instalou-se um silêncio entre eles que os constragiu.
Como lhe posso agradecer?
Talvez se me convidasse pra subir e me fizesse um lanche… ainda não fiz compras.
Heather não sabia o que dizer , saiu do carro e ficou à espera dele perto da entrada do prédio.
Cada vez que ela o olhava sentia uma vergonha que lhe fazia ferver as bochechas.
Assim que Heather pressionou o botão do elevador para que ele descesse.
É tão bonita Heather.
Obrigada senhor.
Mais uma vez o silêncio voltou e ambos olhavam para o chão.
Parece que a coragem tinha ido embora só porque ele a elogiou.
O elevador chegou e ambos entraram, ela pressionou o número do apartamento e Jack teve certezas que devia ser ela a dona da silhueta que tinha visto .
Também vivo no quarto andar do outro lado.
Heather ruborizou mais uma vez, entendeu o que ele queria dizer.
Chegaram em pouco tempo ao destino e ela saiu em primeiro lugar para abrir a porta.
Esteja à vontade.
Obrigado.
Vou só pousar a mala no quarto.
Jack acenou, mas precisava de se refrescar de novo, estar perto dela dava cabo dele e ele não entende o que se passava.
Foi entrando, na esperança de não ser complicado encontrar o WC. Mas encontrou uma porta com a chave na fechadura.
Colocou a mão sobre a maçaneta, a curiosidade era algo que o inundava , mas uma voz feminina e áspera foi ouvida:
O que pensa que está a fazer? Ficar à vontade não é entrar pela casa e ir para onde quiser.
Desculpe, eu procurava a WC quando vi aqui esta porta diferente das outras.
E essa sua mão? O que está a fazer na maçaneta?
Desculpe.
Heather acompanhou-o até ao WC para que ele não fizesse mais nenhuma paragem.
Apenas ouvia- se a água a correr da torneira, e Heather tentou entender se estava tudo bem, mas não obteve nenhuma resposta.
Ela ficou à espera , não podia ficar ali para sempre.
Vais-me aumentar a conta da água?
A porta é destrancada e ele saiu de lá de dentro com a camisa um pouco molhada.
Fazes-me o lanche?
Ela acenou e continuou a caminhar, enquanto Jack fixou de novo os olhos naquela porta.
Esta miúda era feita de mistérios e isso chamava a atenção dele .
Enquanto ela preparava umas sanduíches para ambos ele admirava o rabo dela dentro daqueles calções negros que faziam realçar a pele pálida.
Posso lhe perguntar a sua idade? - As curvas daquela mulher tiravam-no do sério.
Nunca lhe disseram que não se pergunta a idade a uma senhora?
Eu olho pra si e esqueço-me de como é ser cavalheiro.
Heather roburizou e serviu a bandeja com as sanduíches e o sumo de laranja.
Os olhares foram interrompidos pelo som de chamada do telemóvel dele, era a mãe a lembra-lo que tinha de tratar ainda de uns papéis.
Distraído com a conversa do telemóvel tocou no braço de Heather ao levantar-se derrubando o sumo na roupa dela.
Com um guardanapo tentou ajudar, ficando próximo dela. Os olhares não se desviaram quando ele tentou limpa-la.
Tem uns olhos tão profundos, menina.
Para que evitar se ambos queriam estar próximos para alimentarem a chama que existia desde aquele incidente de manhã.
Heather ergueu os calcanhares e beijou-o, de forma devoradora como se a sua boca fosse uma refeição que ansiava.
Ele empurrou o corpo dela para o sofá e proferiu:
Beija bem, menina Heather.
Ela beijou-o de novo e trincou-lhe com força o lábio.
As mãos dele queriam uma viagem demorada, mas ela bloqueou-lhe as mãos:
Eu é que dito as regras.
Ele não entendeu o que ela quis dizer, ela ergueu o seu corpo e em seguida esfregou o seu corpo no dele como uma gata assanhada.
Se quer ter uma relação comigo tem de se manter sobre o meu domínio.
Os seus dentes roçavam na orelha dele e as mãos dela apertavam lhe os ombros.
Se eu aceitar saber mais sobre isso, como vai ser?
No fim de servirmos o jantar conversamos sobre isso. Espero apanhar mais boleias para casa.
Jack desce no elevador com o corpo a latejar, quase que se envolvia com uma desconhecida que sabe como deixa-lo maluco .
Aceitar ser dela, sem saber o que lhe espera, não o assustava, excitava-o.
Achava que seria bom trocar de cidade e deparasse com uma doida qualquer que o eleva até onde ele não imaginava.
Ansiava por mais um momento pra a ver, para sentir o perfume frutado e entender o que ela tinha reservado para ele.
As horas que ia passar no restaurante perto dela sem a poder tocar ia ser um outro inferno.
Se não fosse despedido era a sorte que estava no lado dele.
Tentava recuperar o fôlego, mas não conseguia parar de pensar nela, naquele momento que achava que ia ver a silhueta a cores.
O seu corpo começava a ganhar vida, a desejar fisicamente sem controlo algum.
Só refrescar o rosto não tinha efeito, precisava de mais, de um banho gelado.
Já estava quase na hora do trabalho, o tempo na presença dela voava.
Assim como os seus pensamentos luxuosos que agora apenas tinha uma única protagonista.
Não sabia como manter a postura no restaurante, estava demasiado agitado e ansioso para se apresentar em público. Ao ler aquele bilhete deixado por ela.
“ Espero ansiosamente pela tua boleia.
H. “
As horas passavam lentamente, cada vez que ele olhava para o relógio de pulso passavam apenas 5 minutos.
As pessoas estavam ansiosas por pagarem a sua conta e irem-se embora.
Enquanto ele estava ansioso para entrar no apartamento de Heather.
Quando havia um tempo livre e olhava para a porta de vidro e a via, ele parecia outra pessoa.
Estaria a ficar apaixonado? Ou era a sedução daquele mistério que o estaria a levar à loucura?
Ele apenas suspira e suplicava pela hora do fecho.
E quando o relógio estava de acordo com as suas necessidades, ele ficava descoordenado.
Ansioso por esperar por ela no carro.
Quanto mais tempo passava mais nervoso ficava.
Perguntava-se imensas vezes o que estava a fazer, o que se passava consigo, quando a porta é aberta e com uma voz autoritária a ordenar:
Liga o carro, vamos para a minha casa.
Carregou no botão para ligar o carro e concretizou a ordem ela. A meio da viagem Heather retirou o cinto e por de baixo da saia retirou a sua roupa interior.
Os seus músculos ficaram tensos e a sua concentração ficou mais baixa.
Fez um grande esforço por não olhar para ela, mas ela continuava a provocar. Colocou a roupa à sua frente do carro, e Jack precisou de encostar o carro.
Que se passa?
Preciso de dois minutos .
Mas está bem?
Sim. Eu estou ótimo.
Ela colocou uma mão por cima das calças dele e o mesmo estava crescido.
Heather colocou o banco todo para trás e inclinou-o um pouco para trás.
Coloca-te em frente do meu banco.
Para quê?
Ela limitou-se a endireitar-se no banco à espera que ele concretiza-se a sua ordem.
Aproxima-te. - a sua voz já não era mais suave e meiga como antes. Era mais firme e mais madura.
Ela levantou a saia e debruxou-se perante ele.
Dá uso a essa língua .
Incrédulo, aproximou se e ela colocou a mão sobre o cabelo dele e puxou-o contra ela.
Ela sentiu o ar quente a vir da boca dele já próxima, tentou beija-la em volta da sua vulva, apesar de complicado pois ela fazia pressão na sua cabeça.
Aos poucos beijava todas as pétalas que esperavam pelo sol para se abrirem.
Os lábios da sua boca estavam um pouco gretados mas nem por isso se tornava desagradável.
Os seus dedos afastavam as pétalas para que maia espaço sobra-se para que os seus lábios fossem sentidos, os seus beijos eram molhados e seus dentes a mordisca-la faziam-na estremecer.
Ela queria mais, ele queria oferecer mais então passou por chupar uma vez e outra a sua pérola.
Rodopiou, e passou-lhe a língua quando deixava a carne delicada começava a inchar .
O relevo da sua língua ficcionava contra a pérola que apenas gritava por mais. O corpo de Heather controcia-se pelo prazer que ele conseguia lhe oferecer.
Entre movimentos ele lhe pergunta:
É assim que queres te desfazer de prazer?
Sim. - Suspirou.
Então a sua língua rodopirou e se esfregou contra ela e aproveitando a lubrificação de seu rosa Jack penetrou um dedo e depois de o colocar , enfiou um outro. Não parou de movimenta-los ao ritmo de sua língua até senti-la descontrolar -se.
Agora limpa - a com essa boca quente.
A sua língua recolhe todo o prazer exposto daquele ato prazeroso.
Heather agarrou também na mão de Jack e colocou os dedos que ele colocou nela na boca dele.
Para que não te esqueças do meu sabor.
Ele volta para o banco do condutor e quando estão recompostos voltam à viagem.
Gostas-te?
Sim foi bom
Só isso?
Tu ainda precisas de muito controlo.
Mas era pra ter controlo?
Assim que o carro pára Heather despede-se .
Pode - ser que amanhã te conte… foi bom… boa noite.