Poemas, frases e mensagens de Rafaeldesousa

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Rafaeldesousa

Dorme meu menino jesus

 
tu és a efémera pétala,
a flor que desabrocha nos meus braços,
rebento de vida que fura a terra,
bebes no meu peito salvação,
...
mas frágil,
singelo,
único,
...
teu corpo nu,
não tem macula,
não tem mal,
nem maldade,
...
tu és,
por ser,
por ti,
por nós,
...
eterno
 
Dorme meu menino jesus

Luna

 
a lua destaca-se no breu do céu,
e uma luz quente e difusa,
...
aqui estou eu no fresco da noite,
o fumo do cigarro perde-se na escuro,
ao meu lado um lugar vazio,
...
ainda sinto o calor da tua mão,
nessa timidez tacanha,
...
um arrepio de frio percorre-me a espinha,
vou me recolher,
...
teu olhar fica la fora
no brilho das estrelas,
teu cabelo ondulante confunde-se na aurora boreal,
teus beijos fusão nuclear duma estrela pujante,
teus abraços percorrem o espaço e o tempo como raios cósmicos,
há um buraco negro no teu ventre que me consome ate ao horizonte,
...
estrela cadente
 
Luna

sem titulo

 
é este o vazio que me deixaste,
como se me removesses as entranhas,
ficou um buraco,
olho para dentro e vejo escuridão,
existo nas aparências,
sou só pele e osso,
aqueles que me escutam os olhos,
veem que a minha alma e triste,
...
procuro em vão um vislumbro do teu olhar,
um sorriso nascido dos teus lábios,
...
o sol põe se no horizonte,
e tu não vieste ao encontro,
 
sem titulo

As tuas pestanas

 
São como guardiões espadachins,
guardam os portões da tua alma,
como setas negras entrelaçadas,
vagueiam ao sabor do teu olhar,
a mim, parecem-me acenos,
acenos cheios de ternura,
inocentes,
escorrem até min
pelo brilho do teu olhar,
 
As tuas pestanas

O teu cheiro

 
desmancho a fatiota,
e sinto o teu cheiro na minha camisa,
rebolo-me no leito e lá estas tu,
ajeito a almofada...
e vislumbro o teu cabelo esgrelhado,
os meus dedos percorrem o lençol,
teu ventre,
dou voltas na cama,
abraços,
acordo no meio da noite,
teus olhos,
...
sonhei,
que estavas ao meu lado,
 
O teu cheiro

noite

 
a luz morna da lua jaz no chão,
as sombras alongadas,
esbatidas pelo escuro da noite,
abraçam-me,
...
ouço os grilos,
uma coruja lá longe,
...
pontos de luz iluminam o céu,
no seu tremelicar característico,
constelações,
a via láctea,
o frio da noite,
...
volto para os teus braços,
aconchego-me no teu ventre,
deixo-me ficar,
no calor da noite.
 
noite

Vazio

 
e a tardinha que mais te recordo,
a tua silhueta no luz fusco,
sentada no paial,
enquanto as primeiras estrelas galgam no céu,

e assim que apareces nos meus sonhos,
teu rosto tem sempre um sorriso,
por vezes estendes-me a mão
e abraças-me,

são tão longínquas estas memorias,
pergunto se serão verdadeiras?

Que ferida ficou por sarar,
no amanhecer da vida,

é sempre o vazio que me move,
o vazio deixado por ti,
 
Vazio

almas perdidas

 
meu amor,
minha alma perdida nos confins do espaço e do tempo,
quem me dera fazer-te companhia,
mas não tenho coragem de por termo a esta dor,
...
sei que te vou encontrar,
sei que me esperas,
...
mas não estas só,
não tenho inveja,
também um dia farei parte de ti,
do espaço,
e do tempo,

amo-te!
 
almas perdidas

Finjo

 
Finjo que ainda te sentas ao meu lado,
nesse ritual vazio e macabro,
de por o teu prato e o teu garfo,

mas o teu vazio,
e maior que o teu corpo,

teu vazio e um gemido a cada canto,
e um vento frio,
uma brisa de setembro,
que adivinhando o inverno,

ah...quem me dera ter como manta o teu abraço,
não partiste,
ficas-te,
colada as paredes,
nos recantos da casa,
no canto do sofá,
no perfume do lençol,
nos ecos da tua voz,

la fora as pétalas das flores caem,

talvez me tenha esquecido de rega-las!

não importa o vento levá-las-á,
 
Finjo

o ultimo copo de vinho

 
enquanto bebo o ultimo copo de vinho,
teu corpo surge numa silhueta difusa,
...
agora ja sabes o meu segredo,
bebo mais,
e parece que te tenho nos meus braços,
consigo recordar-me do teu cheiro,
o teu arfar vem a mim como o barulho das ondas no horizonte,
...
raios me partam!
se Deus existe,
se ele pensou mesmo em nós,
porque não será o melhor premio,
que ele nos deu,
se não amar,
amar,
amar,
e ... ter-te,
sim!
quando o teu cheiro,
o teu sorriso,
as tuas formas delicadas,
os teus movimentos,
tu,
tu,
te esvais aos meus golpes,
para ressuscitares depois
no emaranhado das almofadas,
na languidâo do corpo pós êxtase,
...
juraste-me amor!
 
o ultimo copo de vinho

Se eu morrer antes...não chores meu amor

 
Senta-te ao lado do meu corpo hirte,
recolhe as lagrimas,
amordaça os soluços,
...
a minha carne fria não conta,
o desvanecido brilhar dos meus olhos,
o inexorável e fatídico destino não conta,
os velados abraços,
os sentidos apertos de mão,
as choradeiras,
não contam,
...
o que conta e aquele dia que nos conhecemos,
quando trazias uma flor singela no teu olhar,
singela mas de beleza estonteante,
...
enquanto durar o amor,
viverei em ti...

(Inspirado em Isabel Fonseca)
 
Se eu morrer antes...não chores meu amor

Quando eu morrer

 
Quando eu morrer,
deitem as cinzas junto ao chilrear dos pássaros,
que as pétalas da amendoeira em flor,
possam cair sobre a minha face,
que o sol escaldante queime a minha pele,
que os pingos da chuva mantem a minha sede,
quero pairar nos feixes de luz
que deslizam das copas das arvores,
quero contemplar as borboletas nos seus voos delicados,
regozijar-me com as cores das suas azas,
ficar na sombra, esperando que o calor passe,
cobrir-me pelo manto de flores primaveris,
poder sentar me a beira do riacho,
escutar o deslizar das aguas,
...
viverei assim para sempre,
e assim me podeis recordar,
 
Quando eu morrer

Tenho saudades

 
Tenho saudades,
esse sentimento,
que os poetas cantam
os homens sentem,
e os enamorados padecem,
...
é a prisão dos sentidos,
é o substrato das mãos que se entrelaçam,
da pele que se toca ao de leve,
da melodia que há na tua voz,
do encanto que há no teu olhar,
...
uma vontade de rever,
a tua presença contemplar,
amar,
 
Tenho saudades

Procura

 
Parei para procurar por mim na avenida da vida,
deixei me ficar no passeio e olhei para trás,
tu estavas la longe,
mal conseguia ver o teu vulto,
pareceu-me que acenavas,
...
talvez seja só o vento,
 
Procura

Os tempos dos tempos

 
dos tempos dos tempos,
a humanidade evoluiu,
temos o poder da inteligência,
sobre o instinto,
temos a fartura,
que derrotou a fome,
será?
temos uma ideia de Deus,
que uns são devotos,
outros desprezam,
a morte,
a morte,
não vencemos,
temos a dor,
física,
mental,
temos a doença,
o ódio,
o escarnio e o maldizer,
a violência,
...
resta-nos o poder de amar,
sobre todos os outras formas de vida,
 
Os tempos dos tempos

Vida

 
que a minha existência perdure,
ate aos confins do tempo,
e que, mesmo depois de esgotada a estrada da vida,
as memorias que deixei, sejam recordadas,
não conheço maior gratidão,
do que ver crescer os rebentos,
nascidos do tronco que se curva mais e mais,
a cada inverno que passa,
...
o outono rodeia-me,
e já são muitas as folhas caídas,
que agora só vivem na memoria,
...
mas o caminho abre-se a frente dos meus pés,
guiado pelo teu sorriso infantil e inocente,
tenho que prosseguir a caminhada,
mesmo que não saiba,
o que me espera na curva seguinte..
 
Vida

Tu não vieste

 
Chegou o tempo,
o tempo que não queria crer vir,

a vida desenrola-se como um novelo de lã,
uma meada atras da outra,
é o fio da vida,
da nossa vida,

ninguém me preparou,
ninguém me disse,
embora eu soube-se
la no meu intimo,

li nas rugas da cara,
na flacidez da carne,
no desejo desvanecido,

tu não vinhas, nem viras,
ou meu funeral em vida,

para que me quererias tu,
teu rosto ainda lembra meninice,
teu corpo desperta os mais recendidos desejos
 
Tu não vieste

Por amor

 
Por amor eu sei,
Por amor eu sinto,
Que é meu desejo ter-te comigo,
O vento diz-me
como é em vão a minha espera

É o meu desejo
crepúsculo?
ou amanhecer,

Por loucura escrevo,
talvez,
Por maldição,
desejo,
ou ambição,
Não sei,
Não sei,

O que eu sei, é esta
minha saudade,
saudade,
por ti.
 
Por amor

Vazio

 
e a tardinha que mais te recordo,
a tua silhueta no luz fusco,
sentada no paial,
enquanto as primeiras estrelas galgam no céu,

e assim que apareces nos meus sonhos,
teu rosto tem sempre um sorriso,
por vezes estendes-me a mão
e abraças-me,

são tão longínquas estas memorias,
pergunto se serão verdadeiras?

Que ferida ficou por sarar,
no amanhecer da vida,

é sempre o vazio que me move,
o vazio deixado por ti,
 
Vazio

...então e Natal!

 
tenho saudades do tempo
que era o menino...ai jesus,
o tempo não era um funil,
o espaço era o mundo,
o brilho das luzes na arvore de natal,
pareciam-me constelações,
...
e a alegria,
a minha alegria,
dos presentes,
....
aaaaaaá
a alegria da impaciência,
da ingenuidade,
do coração aos pulos,
do tempo que era todo,
e não passava,
dos pés descalços no chão frio,
a espreitar o menino jesus,
...
do aconchego dos teus braços,
que me convidavam retornar ao meu leito,
...
deste-me o melhor presente do mundo,
Menino Jesus
 
...então e Natal!