Sou tua...
Haja o que houver
Caminharei sempre contigo
Digas o que disseres
Estarei sempre a teu lado
Faças o que fizeres
Serei sempre tua!
És tu, o meu grande amor
O meu porto de abrigo
És o meu presente
És o meu passado
No amor és quente
Somos pecado!
És o sol que me aquece
Sou a lua que te resplandece
Haja o que houver…
Caminharei sempre contigo!
A palavra
Palavras…
São tantas as palavras
Que podemos dizer
Palavras de conforto
Palavras duras
Que fazem sofrer
Sou pela palavra
Pela palavra sincera
Que pode ajudar
Pela palavra amiga
Que na hora certa
Faz lágrimas secar
A palavra de apoio
Naquele momento
Que é preciso ouvir
A palavra alegre
E tão divertida
Que faz sorrir
Palavras…
Palavra doce
Palavra sentida
Perante o Adeus
Na hora amarga
Da despedida
Frases feitas
De palavras banais
Mas as palavras mais belas
São as profundas
Que não morreram jamais…
Mãe sem Natal
És tu, um ser triste desencantado
De rosto pálido, imaculado
Onde a alegria já não habita
Trazes a noite escura retratada
Na alma de mulher desgastada
A quem o amor não visita
Filhos que tiveste, onde estão?
Apenas e só a recordação
Dos sacrifícios que fizeste por prazer
Horas a fio sem dormir
A mão que estendeste a pedir
O pão para lhes dar de comer
És tu, um ser triste desencantado
Que vives a historia de um fado
Num tom de nota letal
Foste tu, mãe doce e dedicada
Hoje, carente e maltratada
Nesta fria noite de Natal.
Paula Martins
19/12/2007
Ah! Saudade...
Ah! Saudade que me consomes
Que desprezo eu sinto de ti…
Porque me bebes a alegria?
E me torturas dia após dia
Se eu não te chamei aqui?
Apagaste a luz das estrelas
Fechaste todas as janelas
Já nem o sol me vem beijar
Silenciaste o canto das aves
Das pautas tiraste as claves
Para que eu as não possa escutar
Ah! Saudade que me consomes
Como eu queria não te conhecer
Abria as portas à Primavera
Serias tu uma quimera
E eu nada tinha a temer.
Perdi-me
Perdi-me nas entrelinhas do amor
No teu corpo as marcas do meu ser
Dancei com a tua virilidade
Numa noite em que tardava amanhecer
Subi a mais alta das montanhas
Na escalada das palavras mais sentidas
Refugiei-me na encosta dos teus beijos
Sob a primavera das nossas vidas
Agora que me lavraste em amor
Em meu ventre vive o sentimento
Aquele que a seiva se dará em flor
E que marcará o nosso melhor momento
Perdi-me nas entrelinhas do amor…
Medo
És como um barco que navega
Rompendo as ondas do medo
Vives como um estratega
Querendo vencer um segredo
.
Guardas em ti o tesouro
Da vida que te espera
No acaso talvez ouro…
Ou simplesmente uma quimera
.
Continuas a viagem
Sem saber qual o caminho
Em direcção da miragem
Que te dite o pergaminho
.
Á luz do luar iluminado
Contas as estrelas mais cintilantes
Que te falam do passado
De outros tantos navegantes
.
Segues agora um sonho
Que há muito havias perdido
O teu mar já não é medonho
Como antes te tinha parecido
.
Rompeste agora as ondas
Como nunca o fizeste antes
Venceste os traumas e medos
Neste universo de navegantes.
Filhos da desgraça
Rostos magros
Martirizados…
Olhares sem brilho
Agonizados…
Vidas sem esperança
Cambaleando pela rua
Alheios ao que se passa
São os filhos da desgraça…
O desespero…
Uma dose que falha
A violência…
Da dor que se espalha
Naqueles corpos enfraquecidos
A alucinação…
Da realidade utópica
Na sociedade dos esquecidos…
Amores que arrefeceram
Valores que já se perderam
Vergonha desconhecida
Fruto da miséria
Em que estão inseridos
E que lhes faz esquecer da vida
Tragedia …
Perseguição…
Famílias amedrontadas
Famílias desmembradas
Pelo veneno da dependência
As mortes anunciadas…
Relógio do meu tempo
Cada hora que passa
Aumenta a distância entre nós
É a saudade que me abraça
O querer ouvir a tua voz
Este relógio que não pára
E que me aumenta o sofrimento
É como uma relíquia rara
Que se perdeu no tempo
Tento agora recuperar
Cada minuto já perdido
Na esperança de alcançar
O sonho que tinhas esquecido
Cada segundo que passa
Na corrida para o minuto
Soma uma hora na desgraça
Deste relógio do meu luto
Este ponteiro que gira
Em redor das horas marcadas
Faz-me sentir a ira
Da tormenta as badaladas
Cada hora que passa
Já me vou sentindo vencida
É o tempo que ultrapassa
O tempo da minha vida.
Sabores de amor
Vesti o teu corpo pela manhã,
Na hora em que o meu mal se vestia
No amor o teu cheiro a hortelã
Com beijos de sabor a melancia
Prendi-me ás amarras do teu cais,
Em ondas de prazer e calmaria
Os sabores que sentia eram reais
Enquanto o teu corpo no meu se fundia.
Paula Martins
04/01/07
Triste noite das memórias...
Triste noite das memórias
Desalento de batalhas inglórias
Do caminho que não se fez
Livre pensamento em viagem
Que numa pesada bagagem
Transporta, denunciada timidez
Oh! Escura e insensata noite perdida
Que não te encontraste com a vida
Para refazeres a tua história
Fala-me agora desse passado
Da memória desencantado
E traz-me merecida Vitoria
Oh! Navegantes desta noite
Permitam-me um pensamento afoite
Nesta tempestade que perdura
Tragam-me lembranças de felicidade
Para que encontre a identidade
E o caminho para a cultura.