Poemas, frases e mensagens de Sergio de Sersank

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Sergio de Sersank

Os poemas de Sergio de Sersank refletem momentos especialíssimos de imersão no reino drummondiano das palavras, esse mundo metafísico de sons, imagens, idéias e emoções em perene processo de gestação, descoberta e aprimoramento onde se amoldam as mais leg

À MULHER QUE VIVE E FAZ A POESIA

 
À MULHER QUE VIVE E FAZ A POESIA
 
Que te move a escancarar
as portas do coração
mesmo o ego enclausurado
qual de monja medieval?

Ora te mostras, sereia
na praia de um mar longínquo
sob o holofote da lua.
No ecrã da história dos homens
imprimes cantando as cores
do teu mundo de magia.

Conhecem tuas mãos o rio
dos beijos enluarados
na barca de um trovador.
Tanges na lira de Helena
o júbilo do universo
pelas ações do teu rei.

E ora, noiva, bordas sonhos
à espera do combatente
que o mar nunca devolveu.
Frágil rosa de Malherbe,
passarás. Mas serás sempre
anunciadora de vida.
Vens dar sentido ao amor.

Sergio de Sersank
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Imagem:
Tela de Vicente Romero Redondo (Madri, 1956)
 
À MULHER QUE VIVE E FAZ A POESIA

OS POEMAS

 
OS POEMAS
 
Quanto durem, sejam únicos,
impregnados da vida
que enlaça nos seus arcanos
os seres todos, viajores
do vasto campo estelar.
Lembrem cantigas de berço.
Resgatem náufragos sonhos
de frascos vindos do mar.

Duros como as pedras que se douram
ao sol na extensão das paisagens;
suaves como os lampejos
dos astros sobre as folhagens,
sejam, mas não banais.
Densos como as pardacentas tardes
de inverno em remotos cais,
sejam, mas desiguais...

Ressoem na corneta solitária
ao pé da sepultura onde o soldado
é agora nada mais que um capacete
fazendo sombra ao fuzil.
Rompam as cercas de arame farpado
que o gênio da guerra expandiu.
Assim, um valha por mil.

E assim, profundos, traduzam
a voz do pássaro alvissareiro.
Desvendem a mística da lua imensa e calma
na via estreita do desfiladeiro.
Renasçam dos tsunamis,
sibilem na aragem que afaga os trigais.
Irrompam do rochedo das palavras
como as águas, naturais.

Únicos, quanto durem. Sejam
como urzes que vicejam
em meio a pedras e espinhos
e, como vindos do Oleiro
que amolda a terra, a girar,
dêem sentido à canção dos caminhos.
Poemas de caminhar...

Da coletânea "Estado de Espírito", de Sergio de Sersank

(Direitos autorais protegidos por lei)
 
OS POEMAS

APELO AO AMOR TARDIO

 
APELO AO AMOR TARDIO
 
Não te demores. Meu tempo,
é ontem. Futuro: agora.
Se tardas este que há sido
amante e amigo, bastante,
já nada será, Senhora.
Talvez esteja, acredite,
estrelas adiante, aí...
Não te demores; ainda,
agora, me tens aqui...
Se tardas este que há sido,
não será senhor de si.
Errarão, talvez, meus olhos
anos-luz longe de ti.

Do livro "Estado de Espírito"
 
APELO AO AMOR TARDIO

“ REQUIESCAT IN PACE”

 
“ REQUIESCAT IN PACE”
 
"Sit tibi terra levis."

Não há de temer
percalços
na ponte que, em bruma espessa,
se perde de vista, além,
quem leva do mundo
as chagas
adquiridas,
pranteadas,
na estreita estrada do bem.

(Da coletânea de Sersank)
 
“ REQUIESCAT IN PACE”

EL VERBO

 
EL VERBO
 
Esfera Azul, joya inmensa,
solitaria Tierra-Mar,
¿hasta cuándo volverás?
Gusano voraz te penetra
y la fiebre que desencadena
está a punto de te devorar.

Fluye por las venas de los hombres,
mina a los campos de paz.
El verme de la avaricia
crea esse verbo voraz.

¿Quién puede salvarnos
de esse mal que nos infesta?
Ah, ansia de tener
y aindamáis tener –
fiebre funesta –
que sólo en el hombre
se manifiesta! ...

“Quod non mortalia pectora coges, auri sacra fames!”
Virgílio (Eneida, 3. 56-57)*

* Execrável fome de ouro, a que desgraças conduzes os peitos mortais!
 
EL VERBO

VINGANÇA

 
VINGANÇA
 
Após o Céu conquistado,
livres de todo pecado,
em completa segurança,
nossa bem-aventurança
será pegar Satanás
e, em paga do mal que faz,
surrá-lo às boas no Inferno.
Assim, com seus mil demônios
faremos também vingança.
Depois iremos, idôneos,
louvar o Senhor Eterno –
nossa bem aventurança.

(Da coletânea de Sersank)

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VINGANÇA

DOR E TÉDIO

 
DOR E TÉDIO
 
“O tédio é a dissolução da dor no tempo”
(E. Junger)

No fim, que resulta
das coisas
que os homens,
inconseqüentes,
querem, à mão?

Pobres se amuam,
ricos bocejam,
morde-se o louco,
chora o ladrão.

Prende-se ao leito
de dor, contrafeito,
um artista, um juiz;
faz-se beata
a que foi meretriz...

Ninguém se realiza.
Ninguém chega ao topo.
Ninguém é feliz.

(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)

(Direitos autorais protegidos por lei. Proibida a reprodução sem citação da fonte e autoria)
 
DOR E TÉDIO

SOBRE A ARTE DE VIVER

 
SOBRE A ARTE DE VIVER
 
Que inveja do jardineiro!
Quão terna é a vida que tem!
Dia a dia, o ano inteiro,
nunca uma queixa de alguém.

Velhinho, já sem saúde,
sempre com solicitude,
dos seus canteiros de flores
ao nosso encontro ele vem.

Tem lá consigo suas dores
quem é que, enfim, não as tem?
Todavia, por mais graves,
guarda-as sob sete chaves,
não as revela a ninguém.

Ele sabe: a vida é breve
e é só o amor que a sustém.
Não se escraviza ao dinheiro
e dos vícios se abstém.

Assim, no seu passo leve,
me vai mostrar um canteiro.
Inveja-me o jardineiro.
Quão terna é a vida que tem!

(Da coletânea "Estado de Espírito" de Sergio de Sersank)
 
SOBRE A ARTE DE VIVER

A FOME AFUGENTA O SONO

 
A FOME AFUGENTA O SONO
 
Esse que traz na carne,
da luta pelo pão
as fundas cicatrizes,
não sabe dessas crises
de novo anunciadas
que afetam-lhe, de muito:
as crises inventadas.

Quer mais que essa liberdade
de dormir, de encher a cara,
de ir e vir, sem compromisso,
de cantar uma canção.
Quer mais que esse tosco circo
em que se ri, sem razão.

Mas, nada diz. Não o comove
ver ao alto embandeiradas
as esperanças do povo
em épocas de eleição.

Suporta, pois, em silêncio,
mágoas nunca mitigadas.
E segue. É trabalhador.
Que outra coisa, ele faria?
Ausculta, assim, sua dor
na dor furiosa dos martelos
e foices do dia-a-dia.

Esse que traz na carne,
sem honra, tais cicatrizes,
não sabe falar de crises.
Se soubesse, gritaria.

1º de maio - DIA DO TRABALHADOR
 
A FOME AFUGENTA O SONO

O DIA DE HOJE

 
O DIA DE HOJE
 
O dia de hoje é a dádiva
que se renova na azáfama dos pássaros
sobre os rumores urbanos.

Como um lampejo do sol
nos ouropéis das furnas,
abre veredas ao vento
por ínvios desfiladeiros.
Projeta nessas lonjuras,
vales em pleno arrebol.

No oceano do tempo a se abrir,
sempre mais devassado,
exala o cósmico olor
do cio planetário.

O espetáculo das cores.
A sinfonia dos sons...
Precedem, tais esplendores,
os fumos do Armagedom?

Embora, às vezes, envolto
nas nuvens negras da dor,
à luz de milhões de estrelas,
o dia de hoje é um poema
que os homens vamos compondo
no livro de ouro de Deus.


(Da coletânea "Estado de Espírito")
 
O DIA DE HOJE

SOLILÓQUIO

 
SOLILÓQUIO
 
Fiz-me poeta, um dia e, pela vida afora,
Saí cantarolando coisas da alma pura.
Em tudo via graça e cor e formosura...
Desiludido e só, diante do espelho, agora

Escuto de minh’alma a voz de escárnio, dura:
- “Por que não cantas essa dor que te devora ?
Enalteceste o amor, cantando à vida, outrora,
Agora canta!... Agora canta à desventura!...”

..................................................

Alma infeliz que sou!... Por que te afliges tanto?
Ninguém pode ascender sem conhecer o pranto!
Que eu sorva, agora, o fel por dádiva, também!

Tisnem-se os dias meus, venham os dissabores!...
Que amargue, miserando, as merecidas dores!
Hei de saber vencê-las e seguir além...


(Do opúsculo "Oásis de Luz", de Sersank)
(Direitos autorais registrados e protegidos por lei)

Imagem: Saint Francis in ecstasy, de Francisco de Zurbaran
 
SOLILÓQUIO

AS NOITES ACABAM NUM DIA

 
AS NOITES ACABAM NUM DIA
 
Em vez de estrelas, recontros
e sonhos a noite escura
teve imagens de outras tantas
dissipadas na aventura.

Reixas de esquinas e becos.
Sussurros. Risadas. Brados.
Tredos e turvos olhares.
Delitos dissimulados.

Pesando-lhe aos ombros,
um gênio maldito
gritara-lhe: - Volta!
Inútil seu grito.

Longe dos lumes dos lupanares,
Sabia ser tarde. Recuar, estultícia...
Ao som dos seus passos de fera exaurida
ladravam os cães, evocando a polícia...

Ao vento emergiram, informes, calados,
extintos afetos de um tempo esquecido.
Ao vento vagaram, despedaçados,
excertos de dramas, paixões sem sentido.

De roupa surrada e soturno semblante,
lembrando avantesma do além foragida,
seguiu sem voltar-se, um único instante.

Qual soterrado que emerge do túnel,
banhou-se do sol que escarlate surgia.
Novo rumo no horizonte,
por mais árduo, seguiria...

"A maior revolução de nossos tempos é a descoberta de que, ao mudar as atitudes de suas mentes, os seres humanos podem mudar os aspectos externos de suas vidas."
William James
(Filósofo americano, fundador da escola pragmática)
 
AS NOITES ACABAM NUM DIA

TROVAS DA MINHA SAUDADE

 
TROVAS DA MINHA SAUDADE
 
I
Já faz uma eternidade
Que te afastaste de mim.
Mas, no Livro da Saudade
Nossa estória não tem fim.

II
Nem me fale de saudade!...
Não me lembre o que passou!
Acabou a ingenuidade.
Acabou tudo. Acabou.

III
Na magia da saudade
Tudo fica diferente:
Gigantesca sombra invade
O reino d’alma da gente.

IV
Sombra da nossa vontade
Querer que ensombrece a mente...
Se não contida, a saudade
Ensombra a vida da gente...

V
Deter o tempo é impossível.
Desafiá-lo, quem há-de?
O tempo é um deus irascível
Que jamais sentiu saudade.

VI
Que grande a infelicidade
De quem não tem bem-querer!...
Partir sem deixar saudade...
Morrer, de fato, ao morrer...

VII
Tudo o que é ‘felicidade’
Na saudade tem raiz.
Quem não sabe o que é saudade
Não saberá ser feliz.

VIII
Não sei qual a mais pungente
Das saudades que hoje sinto:
Se a do extinto amor, recente,
Se a do antigo amor, extinto.

IX
Tentei matar as saudades.
Tentei matá-las. Tentei.
Nasceram novas saudades
Das saudades que matei.

X
Não maldigas da saudade
O aguilhão que te aniquila,
Pois, mais triste que a saudade
É o não ter por quem sentí-la...

XI
Esquecida na saudade
Viraste sombra. Sumiste.
Hoje é outra a realidade:
Eu e a tua sombra triste.

XII
Sigo a estrada da verdade.
Levo amor, paz, alegria.
Sou escravo da saudade
E a esperança é que me guia.

XIII
Saudade... Estações vividas...
Lembranças tornadas ais.
Imagens, talvez perdidas
P’ra sempre... p’ra nunca mais...

XIV
Desencontros... Desencantos...
Quem não os teve, jamais?
Promessas, ósculos, pranto...
Adeuses e... nada mais.

XV
Ébrio de amor e saudade
Eu choro e rio sozinho.
Um dia, a Felicidade
Andou pelo meu caminho...

(Do livro "Trovas de Sersank")

(Direitos autorais protegidos por lei)

(Probida a reprodução sem citação da fonte e autor)
 
TROVAS DA MINHA SAUDADE

BILHETE PARA NÃO SER ENTREGUE

 
BILHETE PARA NÃO SER ENTREGUE
 
Os dias passam depressa,
bem mais depressa. É ruim,
pois soube que tens saudade,
que perguntaste por mim...

Eu temo: depressa os dias,
meus dias, chegam ao fim.
Será que hei de te ver-te ainda?
ah, minha esperança infinda!...

Meu doce amor!... Ah, se, enfim,
tiver-te à frente, direi
que desde sempre te amei,

que sempre hei de amar-te, assim:
mesmo que vivas distante,
mesmo que esqueças de mim...

(Da coletânea "Estado de Espírito")

Amor que llegas tarde,
tráeme al menos la paz:
Amor de atardecer, ¿por qué extraviado
camino llegas a mi soledad?

Dulce María Loynaz ( Cuba)
LA BALADA DEL AMOR TARDÍO
 
BILHETE PARA NÃO SER ENTREGUE

GRAVURA

 
GRAVURA
 
Ecos de antigas tragédias
presos nos ermos penhascos,
na melodia dos cascos,
a noite os cala, encantada....

Na melodia dos cascos,
o carro outros sonhos leva.
Outras mãos prendem as rédeas.
E a lua ainda banha a estrada...

(Antigo prato de porcelana chinês, ilustrado)

Da coletânea "Estado de Espírito", de Sersank
 
GRAVURA

UM HOMEM MORRE DE FRIO

 
UM HOMEM MORRE DE FRIO
 
Nos braços de Morfeu queda a cidade.
Gélida avança a noite sob o vento
Que zune açoites, bravio.
Por leito e barricada andrajos tendo,
Num canto, ao pé de arranha-céu imenso,
Um homem morre de frio...

Agonizando, ali, talvez delire,
Vendo os pedestres últimos, em busca
Do leito morno, macio...
Talvez, sinta-se um deles, por momentos...
Um homem desses, livres das algemas
Do destino. Ah, desvario!...

Morre indigente. Já não mais lhe ocorrem
Reminiscências de melhores dias.
Não tem mais traços de brio.
Distantes sons de uma boate em festa
A custo põe-se a ouvir. Perdem-se, agora,
No seu imenso vazio...

Nem todos dormem. Ornam-se de luzes
Os altos edifícios. E eis, um carro
Pára junto ao meio-fio.
Traz de Mammon uns súditos restantes
Que, indiferentes, tiritando e rindo,
Vão-se com seu vozerio...

Ensaia erguer-se; embalde, embalde tenta...
Thanatos já, movendo as longas asas,
O envolve, terno e sombrio.
À volta, entre as paredes, que ironia:
Há tantos indivíduos que se abraçam
E tanto leito vazio!

Bem cedo hão de encontrar-lhe o corpo, inerte.
Hão de exprobrar-se, por negar-lhe auxílio,
num gesto inóquo, tardio...
Talvez, alma remida, ao sol do Além planando,
Não mais proscrita, logo exulte e louve
O Averno da crosta, frio...

“- Coitado!”... “- Oh, que infeliz!"... “- Quem era ele?"
“- Um ébrio, com certeza". “- Um andarilho."
“- Um réu, talvez, arredio"...
Descerrem seus portais, guardiões do Inferno!
Estendam o seu fogo ao mundo infrene!
Um homem morre de frio...

(Da coletânea "Estado de Espírito" - Sergio de Sersank)

"E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
Mateus 25:40
 
UM HOMEM MORRE DE FRIO

DOS ASPECTOS DA DOR

 
DOS ASPECTOS DA DOR
 
I
Por mais pungente é abstrata
a dor que nos outros vemos.
A dor que mais nos maltrata
é a que na carne trazemos.

II
Decrescem, se constatadas,
não raro, as dores descritas.
Mas, as dores fabricadas -
cuidado! - agravam desditas...

III
Ninguém a quer. Não nos tenta
seu poder transformador.
Deus a tem por ferramenta.
Nós a chamamos de ... Dor.

IV
Nenhuma dor, por mais forte,
é tão pungente em seus ais
quanto a de quem vê na morte
a noite do “nunca mais”.

(Da coletânea de Sersank)

Leia mais de Sersank no blog "Estado de Espírito"

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DOS ASPECTOS DA DOR

PARTIDA DE XADREZ

 
PARTIDA DE XADREZ
 
" – O mundo – certa vez me disse alguém –
é um palco de vitórias e fracassos.
A vida a nos cobrar prudentes passos
é um jogo de xadrez, pensando bem."

Sei hoje quanto de verdade tem
a analogia, embora indefinida.
Viver é um desafio, uma partida
que disputamos sem saber com quem.

A tática, a estratégia de batalha,
o avanço, o retrocesso, o acerto, a falha -
os atos bons ou maus - são nossos lances.

Mal jogador que sou e já sem chances,
o duro “cheque–mate” esperarei.
Perco a partida, mas não tombo o rei.

(Soneto composto em 1971)

Sergio de Sersank
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“No xadrez, como na vida, um erro induz a outros”
Siegbert TARRASCH

Crédito da foto:

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PARTIDA DE XADREZ

HAIKAIS

 
HAIKAIS
 
Holocausto

Jamais uma rês
Suspeite o custo do pasto.
Sacie-se em paz!...

Definição

Amar não está
No prender-se ao que se quer.
Amar é se dar.

Sonho de um novo milênio

Ensarilham armas.
Erguem pontes, rompem muros.
Elevam-se os homens.

Intuição

Porque dos astros egressos,
os astros nos lembram
os que nos deixaram.

Vandalismo

Duendes co’a brisa
passam, desfolham as rosas
e, a rir, vão-se embora...

Sensatez

É apenas detalhe
o abutre no campanário.
O céu está azul.

Gravura

Senhor do seu poderio,
na tarde de estio,
o sol se banha no mar.

(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)

(Direitos autorais registrados protegidos por lei)
 
HAIKAIS

INSCRIÇÃO NA LÁPIDE

 
INSCRIÇÃO NA LÁPIDE
 
 
Não creias tudo acabe sob a lousa fria
Da terra que recobre os despojos carnais.
Nada sabe de Deus quem supõe “fantasia”
O haver vida abundante nos planos astrais.

Fita os astros no espaço. Ouve: que sinfonia!
Ciclos e mutações em pautas magistrais!...
É a razão quem nos fala da Sabedoria
Que sustém o universo e nos fez imortais.

Retrocede no tempo... O Evangelho do Mestre...
Redivivo, Ele torna ao cenário terrestre
E se faz a Esperança nos lares da dor.

Ergue os olhos ao céu d’onde todos provimos:
Pelo espaço e no tempo, viajores, seguimos
Para a glória da luz e as benesses do amor!

Sersank Kojn

Soneto classificado em 1º lugar no I Concurso de Poesia da ARTE POÉTICA CASTRO ALVES, de São Paulo, Capital, Brasil, em abril de 1991.
 
INSCRIÇÃO NA LÁPIDE

Sergio de Sersank
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