Poemas, frases e mensagens de PoetaSenior

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de PoetaSenior

O Aniversário do Lar

 
Há quantos anos estamos celebrando
O aniversário deste nosso querido Lar?
Já lá foram trinta anos …quando
Mário Soares presidindo e governando
Em noventa e três o veio inaugurar…

Deu muita volta o mundo, mais voltas deu a vida.
Nas famílias a solidão para o idoso impera,
Muita gente sentindo-se andar perdida,
Com falsas promessas sempre iludida,
Inscreveu-se no Lar em Lista de espera!

Trazias de amargura o teu coração desfeito,
Pela insegurança… pela angústia do cansaço…
Nunca pensavas que teu caminho estreito,
Te conduzisse e levasse ao modo e ao jeito,
De recomeçar a vida noutro espaço!

Agora já se nota que estás acostumado
Ao dia a dia rotineiro sem impaciências!
Aqui sabes que não estás abandonado!
Há pessoal competente e preparado,
Que te pode valer nas emergências.

Mas este não é o dia das lamentações…
Hoje apenas estamos aqui presentes
Celebrando o aniversário das emoções,
Que invadiram os nossos corações
No dia em que nos fizemos RESIDENTES

PARABENS A VOCÊS TODOS NESTA SALA
E SE HOJE O NOSSO LAR EXISTE DE FACTO
DEVE-SE A QUEM MAIS FAZ E MENOS FALA:
AOS TRABALHADORES QUE HONRAM O SEU CONTRATO
E SÃO O ORGULHO DO LAR, DOS SAMS E DO MAIS SINDICATO

José Mota
 
O Aniversário do Lar

Nasci Analfabeto

 
Eu nasci analfabeto
Por culpa da professora
Como ela morava perto
Pensava que era certo
Eu não chegar na hora.
Nasci com tudo ao léu
Nuzinho não vestia nada
Por isso alguém me deu
No rabinho uma palmada….

Como nasci em época má
E vinha cheio de fome
Protestei “ nuá nuá!!!”
Então a gente não come?
Nasci ateu excomungado
Que triste a sorte minha!
Depois de me terem abençoado
Entregaram-me à madrinha

A madrinha tinha inveja
De não ter um “nené” lindão
Levou-me logo à igreja
E fez de mim cristão.

Não nasci de pai incerto
Minha mãe não conhecia
E por ser analfabeto
Nem o meu nome sabia!

Nasci sem dentes na boca
Não podia trincar nada
Minha mãe via-se louca
Com o muito que mamava.

Por aqui hoje me detenho
Não vou avançar mais.
Não sei se vou quando venho,
Ou se és tu que não vais?

José Mota
 
Nasci Analfabeto

Impostos, Não!

 
Impostos, Não!

Antes, muito romântico,
hoje meio reumático
Serei poeta, ou um
escritor problemático?
As rimas se foram,
a inspiração me faltou
Foi-se mais um aniversário,
e nada mudou

De ano para ano,
cada vez mais me complico…
Cheguei a septuagenário…
como? Nem explico.
Os anos foram passando,
a idade avançando
e eu me interrogo:
escreverei até quando?

Uma vantagem eu tenho:
são os muitos amigos
E pessoas que me lembram
os tempos antigos
Mastigo uma fatia de bolo…
bebo sumo gelado…
E se não falar a ninguém
é porque estou calado!

E sem festa, assim fico…
sem muitos ruídos
Idosos já não suportam
barulho nos ouvidos.
A noite vem,
e pede-me cama o esqueleto…
Amanhã vou escrever mais
eu prometo.

Finda a semana
sem projetos nem ambições
E fico conversando
cá com meus botões:
Quem me dera
ter nascido gato ou cão
Tinha comida e bebida,
mas impostos, não!

José Mota
 
Impostos, Não!

Procurando Chifre em cabeça de Cavalo

 
"CHIFRE EM CABEÇA DE CAVALO"

Já depois do fim do tempo quente no finais de 2022, estava a fazer limpeza ao Fiat Punto debaixo dos pinheiros, quando de repente se levantou uma ventania tão forte que me deixou bastante abalado.
Eu tinha as cinco portas do carro abertas,e formou-so um remoinho de vento que as fechou todas num abrir e fechar de olhos. Senti que a porta da bagageira me atingiu o peito com tanta força, que me ia desequilibrando...Depois de refeito do susto passei as mãos pelo peito e não senti qualquer ferimento.
No mês seguinte comecei a sentir uma dor no peito, no lado esquerdo...Fui à enfermaria para ser observado e chamaram uma ambulância para ir às urgêmcia do Hospital de São Bernardo em Setúbal...a ambulância era boa e o acolhimento no hospital foi muito rápido.
As enfermeiras e médica que me atenderam foram muito simpáticas...Testaram as minhas funções vitais ( tensão, e em especial o coração)de onde se julgava que vinha a dor que eu tinha. Não foi detetada qualquer anormalidade e depois de 2 horas em observação deram-me alta e regressei a casa na mesma ambulância.
Entretanto fui a uma consulta ao Centro Clinico da Fialho...e fui observado por um cardiologista que não achou nada de anormal...no entanto mandou fazer mais exames e testes que eram todos inconclusivos...Fui medicado para a tensão e prevenção de qualaquer acidente cardiovascluar. dois testes de Holtter...ecocardiograma etc.
Um dia quando o tempo arrefeceu comecei a sentir uma dor na clavícula esquerda e noutras partes do peito...Por minha própria iniciativa passei uma pomada analgésica pelo peito e a dor desapareceu...Foi então que comecei a refazer o que me teria acontecido tempos atrás...e puz-me a pensar no que se diz " o coração não dói".
Foi uma surpreza para todos...andavamos "a procurar chifres em cabeça de cavalo"
A medicação foi reajustada, mas a comida sabia-me mal e reclamava com as cozinheiras...
Um dia Apareceu o médico do no meu quarto e fez teste à Covide...deu positivo e fiquei 5 dias em isolamento na enfermaria...quando tive alta ia realizarse a festa de Carnaval no lar e pediram-me que os ajudasse na ligação das colunas e rampa do som...Mesmo debilitado lá conseguimos por aquilo a dar música no Salão. Nem tudo é mau...quando acaba bem!
José Mota
 
Procurando Chifre em cabeça de Cavalo

O Óbvio

 
O óbvio: made in Angola

Numa Escola muito heterogénea na cidade de Luanda, onde estudam alunos pertencentes a várias Classes Sociais, durante uma aula de português, a
Professora perguntou:

- Quem sabe fazer uma frase com a palavra "óbvio"?

Rapidamente, Luana Gourgel Pereira dos Santos Van-Dunén, menina Rica, uma das mais aplicadas alunas da turma, respondeu:

- Prezada professora, hoje acordei cedo, depois de uma óptima noite de sono no conforto de meu quarto. Desci as escadas da nossa vivenda no condomínio em Tala-Tona e dirigi-me à copa. Depois de deliciar-me com o pequeno almoço de frutas e sumos naturais, fui até a janela .
Percebi que se encontrava guardado na garagem o automóvel BMW-X6, V8 do meu pai. Pensei com meus botões:
- É ÓBVIO que meu pai foi para o trabalho com o AUDI-Q7.

Sem querer ficar para trás, Luiz da Silva Kitumba, um rapaz de uma família da Classe Média, acrescentou:

- Professora, hoje não dormi lá muito bem, mas consegui acordar, porque coloquei o despertador na mesa de cabeceira, perto da cama. Levantei-me meio zonzo, comi pão com manteiga e tomei chá.
Quando saía para ir para a escola, reparei que o Toyota "Rabo de Pato" do papá estava no quintal. Logo imaginei:
- É ÓBVIO que o papá não tinha dinheiro para ir abastecer gasolina e foi trabalhar de transporte público.

Embalado na conversa, Domingos Bemba Bumba, um menino originário de uma família da Classe Baixa (é óbvio), também quis responder:

- Senhora professora hoje quase não dormi nada , porque a polícia estava a girar e a disparar muito para agarrar os bandidos lá no bairro, até altas horas. Só acordei de manhã porque estava a morrer de fome, mas não tinha nada para comer... Quando olhei pela janela, vi a minha avó com o jornal debaixo do braço e pensei:

- É ÓBVIO que ela vai à retrete!!! Não sabe ler...

Autor Desconhecido...
 
O Óbvio

A Sopa dos Pobres

 
A Sopa dos Pobres

O Sol quando nasce não é para todos!
Desiludam-se os que julgam que é.
Pois aqui vos juro por minha fé
Ter sonhado que do Céu caía a rodos
Muita sopa, muito leite e mais café!
E vi os ricos, homens e mulheres
Tudo comer, sem nada cair no chão.
Tinham grandes e boas colheres...
E vi que os pobres nada comiam
Porque em vez da colher traziam
Um grande e pesado garfo na mão....

Jotamota-PoetaSenior
 
A Sopa dos Pobres

EXPO 98

 
O PARQUE DAS NAÇÕES

Onde havia um cemitério
De sucata por todo o lado,
(Produto daquele império
Há tão pouco abandonado),
Ergueu-se a maravilha
Do Parque das Nações
Onde todo o dia fervilha
O palpitar das gerações...

Se os Lusíadas celebraram
Os nossos heróis de outrora
Não olvidemos os que agora
Também muito se esforçaram
A espelhar por esta parte
Mais que engenho a nossa arte.

Já demos mundos novos,
Ao mundo que se espantou...
Agora mostramos aos povos
Que este povo não mudou!
 
EXPO 98

Cármen Miranda e O Barbeiro de Várzea de Ovelha

 
Foi lembrado o centenário da grande Carmen Miranda.

Também nasci no Marco de Canaveses,
como ela, só que 30 anos depois, em 1939 .
Muito me surpreendeu e alegrou o destaque
que todos os media deram a esta efeméride.
Aqui pude rever os meus tempos de menino,
pois fui nascido e criado
numa aldeia semelhante àquela,
embora noutra freguesia...

Na terra da Carmen Miranda,
corre um ribeirito chamado Rio Ovelha,
que deu o nome à freguesia de Várzea da Ovelha,
Na minha terra corre outro
( onde aprendi a nadar) que se chama Rio Odres...

Em 1909…
O Barbeiro de Várzea de Ovelha era o Zé Pinto,
cujo nome completo era
José Maria Pinto da Cunha,
longo demais para os vizinhos…
nas aldeias abrevia-se tudo.

Um barbeiro na zona do Marco de Canavesas,
naqueles tempos tão recuados,
não possuía qualquer barbearia…
deambulava de porta em porta
com o seu estojo de barbear,
que além de navalha,
do pincel, do sabão e do amolador,
ainda continha um alicate especial
para arrancar dentes…

Na minha freguesia, o barbeiro,
senhor Alexandre,
também capava frangos,
ofício que ensinou e passou para a minha mãe…
Muitas vezes ajudei nessa tarefa.

Os Barbeiros eram pagos ao ano
em medidas de cereal, malgas de feijão,
uma por cada espécie
e ainda umas “ quatro canadas” de vinho
(pouco mais que um litro)

Quase todas as famílias tinham a sua hortinha
onde cultivavam as hortaliças e alguns cereais…
No curral, o porquinho ia engordando,
com os restos da cozinha
que numa pia de granito,
eram misturados com abóboras amarelas
e algum farelo que vinha do moinho.

Não duvido que o Zé Pinto
não tenha escapado
a esta carestia de meios de subsistência.
Tal facto esteve na origem da decisão
que tomou de emigrar para o Brasil
que então era o destino mais apetecível.

Minha mãe tinha doze irmãos.
Dez emigraram:
Dois para Moçambique e oito para o Brasil.

O que se passou depois
com o Zé Pinto e a filha
Maria do Carmo Miranda da Cunha
(que passou a ser Cármen Miranda),
já é do conhecimento de todos.
Mas julgo que nem todos sabiam
como se vivia em Várzea de Ovelha
no fim do século dezanove
e princípios do século vinte.
 
Cármen Miranda  e O Barbeiro de Várzea de Ovelha

Idoso? -Sim! - Velho? -Não

 
Eu considero-me um idoso que ainda não entrou na velhice...Senti-me assim, quando me propuseram a reforma aos 60 anos e já lá vão mais doze, sem que tenha deixado de estar activo...Já me acenaram com o banco do jardim, mas aos mais novos que passaram a ocupar o meu espaço no outro BANCO, eu deixei um recado:
-"Que minha ausência nunca seja notada..."
Mas foi notada.
Todos apreciavam a minha maneira ser e estar na vida, no emprego e na sociedade...

Consegui aguentar o "choque" inicial das novas tecnologias, quando os computadores começaram a aparecer no banco...
Estávamos muito "rotinados" no sistema antigo e muitos colegas não tiveram coragem de mudar.
Começaram a aparecer estagiários em fim de curso nas faculdades, inseridos nas vertentes de economia e gestão...Vinham familiarizar-se com o dia a dia da actividade bancária, mas eu sabia que aqueles/as jovens me poderiam ser úteis:
possuíam já bons conhecimentos de informática... e então fazíamos um acordo:eu punha-os a par dos movimentos e meandros das operações bancárias mais básicas, e em troca era por eles iniciado nas
poderosas ferramentas da Microsoft...
Mas esta aprendizagem só me foi possível depois que apareceu o Windows 95, antes, o sistema operativo era o TMX - e havia um PC e uma impressora para cada sector...
Agora imaginem a confusão e a perplexidade dos clientes e empregados, com a substituição dos suportes das contas bancárias,(em cartolinasA4) por uma nesga de papel toda cheia de furinhos nas barras laterais...
Tivemos e vivemos situações de desespero de parte a parte...As mudanças geram sempre grande confusão
e a controvérsia instala-se nas pessoas e na instituição.
Pouco a pouco tudo se foi acostumando.
Mas foi uma das fases mais difíceis da minha vida profissional,como empregado bancário.
 
Idoso? -Sim! - Velho? -Não

A Realidade Virtual

 
Entrei apressado e com muita fome no restaurante.
Escolhi a mesa mais afastada do movimento,
pois queria aproveitar os poucos minutos
de que dispunha naquele dia atribulado
para comer e consertar alguns erros de programação
de um sistema que estava desenvolvendo,
além de planear minha viagem de férias.

Pedi um bifinho com batata frita,
uma salada e um sumo de laranja,
pois afinal de contas…
fome é fome, e dieta é dieta…
Abri meu PC Portátil
e assustei-me com aquela voz
baixinha atrás de mim:
-Tio, dá um trocado?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
- Tio, pede para colocar margarina e queijo também.

Vi que o menino tinha ficado ali.

- OK, mas depois me deixe trabalhar,
estou muito ocupado!

Minha caixa de entrada estava lotada de e-mails.
Fiquei distraído lendo poesias, vendo as formatações lindas,
dando risadas com as piadas malucas.
Ah! Essa música me leva a Londres
e a boas lembranças de tempos idos.
Chega a minha refeição.
Faço o pedido do menino,
e o empregado pergunta
se quero que mande sair o garoto.
Minha consciência impede-me de o fazer.
Digo que está tudo bem.
- Deixe-o ficar. Traga o pão
e uma refeição decente para ele.

Então o menino
sentou-se à minha frente e perguntou:
-Tio, o que está fazendo?
-Estou lendo uns e-mails.
- O que são e-mails?
-São mensagens eletrônicas
mandadas por pessoas via Internet.

Sabia que ele não iria entender nada,
mas para me livrar de maiores questionários disse:
-É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Tio, você tem Internet?
-Tenho sim, é essencial no mundo de hoje.
-O que é Internet, tio?
- É um local no computador
onde podemos ver e ouvir muitas coisas,
notícias, músicas, conhecer pessoas,
ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender.
Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual, tio?
Resolvo dar uma explicação simplificada,
novamente na certeza que ele pouco vai entender
e vai deixar-me comer a minha refeição em paz.
- Virtual é algo que imaginamos…
mas que não podemos ter, pegar, tocar. …
É lá que criamos um monte de coisas
que gostaríamos de fazer.
Criamos nossas fantasias,
transformamos o mundo
em quase tudo o que queríamos que fosse.
- Legal isso. Gostei!
-Mocinho, você entendeu o que é virtual?
-Sim, tio, eu também vivo neste mundo virtual.
- Você tem computador?
-Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual.
-Minha mãe fica todo dia fora,
só chega muito tarde,
quase não a vejo.
Meu avô fica todo o dia
sentado na cadeira de pau,
imaginando que é rodas…
mexe a boca, fingindo mastigar,
embora sem dentes,
para comer nem para escovar.
Eu fico cuidando
do meu irmão pequeno
que vive chorando de fome,
e eu dou-lhe água,
para ele pensar que é sopa.

Minha irmã mais velha
sai todos os dias,
diz que vai vender o corpo,
mas eu não entendo,
pois ela sempre volta com o corpo.

Meu pai está na cadeia há muito tempo,
imaginando o dia em que vai sair.

E eu sempre imagino
nossa família junta, casa cheia e não vasia…
muita comida, muitos brinquedos no Natal,
e eu indo ao colégio para ser médico um dia…
Então tudo isto, meu tio, é ou não é virtual?


Fechei meu portátil,
antes que as lágrimas
caíssem sobre o teclado.
Esperei que o menino terminasse de,
literalmente ,'devorar' o prato dele,
paguei a conta e dei o troco ao garoto,
que me retribuiu com um dos mais belos
e sinceros sorrisos que eu já recebi na vida,
e com um 'obrigado tio, você é legal!'.
Autor Desconhecido
Texto melhorado e adaptado
(Retirado de uma apresentação em pps)
Por Jottamota
 
A Realidade Virtual

Adeus Amigos

 
"Não mais Musas, não mais" que a mão tenho
descontrolada e a mente enfraquecida...
Não me espanto do que sofrendo venho!
São surpresas que nos reserva a vida...
pouco a pouco nos leva o engenho
como quem vai abrindo uma ferida,
para que na hora de fenecer
seja um grande alívio morrer!

(Perdi minha esposa no início do ano, por isso fiquei afastado do Luso-Poemas...queria escrever este texto de despedida, mas já não me recordava da Senha, que hoje consegui recuperar)
 
Adeus Amigos

Parabéns Mãe!

 
DE: - Nádia Gomes‎ (Filha)
PARA: - Paula Carvalho (Mãe)

Parabéns mãe.
Parabéns cara metade.
Um feliz dia,
não estou ai ao pe de ti
mas mando-te mil abraços
e beijinhos virtualmente
(até porque pessoalmente
nunca os dou, pois,
aprendi a ser assim contigo!)

Gostava de ficar por aqui...
Mas... Mas o carinho/admiraçao/amor
que tenho por ti não me deixa.
E é sempre mais forte que eu a minha dedicação a escrever-te.
Eu sei, é dificil, muito dificil
o teu dia de anos
sem alguém importante para ti,
falta sempre qualquer coisa não é?
Eu sei! A mim faltas-me tu!
Eu sei que a melhor prenda
que se calhar te poderia dar
era estar ai !

Eu sei, porque a melhor coisa
para mim seria estar num comboio
para te fazer uma surpresa
e te encher os ouvidos
com as minhas crises.

Oh! sei que agora te estas a rir.
E sabes que a mim me apetece chorar?
Sei também que não sabes
se te hades sentir triste ou feliz,
pois estou longe de ti,
sim é verdade, mas estou a fazer algo que sempre quisemoss que eu fizesse.

E por mais que te dissesse que iria faltar as aulas para passar este dia contigo ambas sabiamos que eu me iria roer por dentro por estar a perder matéria e tu estarias aflita pelo facto de me estar a prejudicar só para estar contigo.
Afinal em que ficamos? Felizes? Tristes? Orgulhosas? Ou simplesmente apagadas neste teu grande dia ?

Não ficamos mas deixamos ir ficando o que tiver de ficar de nós as duas. Porque? Porque tu és a sombra
que me protege e eu sou a consciência que te salva de toda aquela gente
que só vê a tua aparência.
Mas o que é isso? Nem sei.
Em ti vejo muito mais que isso.
Não há só uma mulher com M grande
que calça uns saltos e se ergue caminhando como uma rapariga de 20 anos.

NAO! Vejo garra em ti. Luta.
Sofrimento guardado com um sorriso.
Uma paixão pela vida.
E um cansaço disfarçado
e que bem disfarçado por um rosto
cheio de lindos traços.
Oh mãe quem me dera ser como tu !
E agora tu dizes :
"ainda mais "?
É verdade, eu sei
que sou muito parecida contigo
em todas as minhas estranhas
maneiras de ser.
Mas ainda não consegui tudo de ti.
A tua força. Aquela Frieza
que tens para os problemas.
E aquela calma...
Essa é que eu gostava
muito de ter.
Aquela que sempre
me conseguiu acalmar
quando já ninguem
consegue fazer nada de mim.

Pois é, tu é so estalares os dedos citares duas frases
e eu fico serena.

Agora diz-me como consegues?
É por seres minha mãe?
Acho que não. Tu às vezes
não és só a minha mae.
As vezes eu esqueço-me
que nasci de dentro de ti.
E penso que estou
com uma amiga no café
a desabafar sobre os disparates
que fiz na noite em que sai
e bebi uns copos e estraguei tudo.

Pois é. Tu entras em tudo.
E nunca sais de nada.
Nao ha nada da minha vida
que tu tenhas sido excluida.
E eu sei mas tenho mesmo
a mais pura das certezas
que tu nunca me escondes-te nada.
Porque mãe, eu sei, e sei bem
que te esqueces as vezes
que sou tua filha e julgas
que estas a falar com
a tua melhor amiga de infância.
Achas que me importo? Não!

Tu vais ter sempre tudo de mim
e eu sei que posso esperar tudo de ti.

Hoje aprendi
que nada é certo nesta vida.
Mas de uma coisa eu tenho a certeza,
é que tu és algo certo para mim.
És a minha soulmate.
A minha lutadora.
A minha inspiração.
Por mais erros que tenhas cometido
eu orgulho-me deles,
sei que te fizeram ser melhor mãe, amiga, mulher.
Não te perdoo por nada,
porque nunca me magoas-te.
Condeno-te por todos os dias
quando me levanto da cama,
ter sempre o mesmo sonho,
o sonho de ser como tu.
Muitos parabéns
à mulher mais linda do mundo.
 
Parabéns Mãe!

O Meu Conto de Natal

 
O Meu Conto de Natal
Era uma vez um menino que vivia numa casa sem eletricidade, sem água canalizada sem telefone, sem rádio, sem estrada com asfalto, mas havia três candeeiros, três candeias a petróleo e mais duas de azeite. A água corria a uns escassos cinquenta passos do portão do quinteiro …bastava ir lá encher o cântaro e ter depois forças para o trazer para casa. O telefone e o rádio não faziam falta, na estação do comboio havia, na taberna do senhor Coelho, mais conhecido por “O Coelho da Estação”… Aos domingos ouvia-se o relato… e ao pé do rádio estava um objeto preto muito estranho, que uma vez tilintou como as campainhas de algumas ovelhas. Uma voz gritou do lado de dentro da porta da cozinha: - Atendam o telefone, deve ser o Alberto a confirmar que vem cá passar o Natal… Ficou o menino a saber o que era um telefone, depois de ter visto e ouvido um rádio na semana anterior. Também ficou a saber que estava a chegar o Natal… O pai costumava ler á lareira nas noites geladas, um livro muito escuro que guardava na gaveta da mesa da cozinha…Nesse livro falava-se da criação do mundo e do nascimento de um menino num curral, com uma vaquinha e um burrinho que o iam aquecendo.
O menino sentia inveja daquele outro que tinha o bafo dos animais para se aquecer, e ele apenas tinha uma lareira que o aquecia pela frente…para aquecer as costas tinha que se voltar…mas logo lhe arrefeciam os pés e as mãos e deu consigo a pensar que se tivesse uma vaquinha á frente e um burrinho atrás, não precisava da lareira fumarenta que lhe fazia arder os olhos.
O Natal era o dia de anos do menino sortudo que tinha mãe e um pai carpinteiro, mas era Filho de Deus…. Tudo muito complicado para a sua cabecinha ainda em crescimento, já com bastantes perguntas que gostaria de fazer, mas que por medo nunca fez. O tal livro era sagrado conforme o pai dizia: -“ isto é a Bíblia Sagrada”. E ficávamos até altas horas a ouvir a saga do filho pródigo que se chamava José como ele. O pai comovia-se sempre e terminava com a voz embargada…ou seria cansaço à mistura com o sono?
Este menino nascera em 1939, um ano marcado pelo início da segunda guerra mundial que se prolongou até 1945, por isso não foi “menino” tal como agora se é. Muitas coisas aconteciam bem longe, mas quando se deu conta de que era pessoa, gente… misturado com outros meninos em tudo iguais a si, estava na idade de ir para a escola que na freguesia não havia, para a catequese numa igreja sem padre residente (havia o pároco de Santo Isidoro) que vinha celebrar missa ao domingo. O Natal para ele era o lindo presépio que estava na igreja, obra de algumas catequistas…umas chapas de cortiça revestidas com musgos verdes, onde “pastavam meia dúzia de ovelhinhas, sob o olhar atento de uns pastoritos de barro que se compravam nas feiras…No curral havia o Menino Jesus, Nossa Senhora, São José uma vaquinha e um burrinho. Como não havia eletricidade havia velinhas acesas que eram vigiadas de perto para que não ardesse tudo…No fim da missa beijava-se o menino que o senhor abade encostava a todas as bocas que aparecessem, sem se preocupar em limpar o pezito que era lambuzado pelos paroquianos. Se na taberna bebiam todos pela mesma caneca de barro branco sem nojo nem receios infundados, aceitavam com a maior naturalidade o procedimento do abade e achavam tudo muito natural.
Hoje o Natal é uma oportunidade de negócio, mas naqueles tempos não havia prendas. Pelo menos esse menino nunca teve. Foi a irmã mais velha que lhe disse que à meia-noite o Menino descia pela chaminé e trazia prendinhas a quem deixasse o sapatinho na lareira…nunca acreditou que alguém se atrevesse a descer pela chaminé de noite, pois estava cheia de salpicões, chouriças e presuntos ao “fumeiro”…era ali que vinha parar o que de melhor havia no porco que todos os anos se matava e tinha que durar até ao ano seguinte. Mas a irmã insistia e garantia que na catequese ensinavam como fazer…lá lhe deu um sapato seu e ela o colocou ao lado do sapatinho dela. No dia seguinte de manhã estava um salpicão em cima dos sapatos porque um rato havia roído o fio que o segurava…tiveram que o dar à mãe e ela meteu-o numa caçoila de barro preto onde já havia mais, mergulhados em azeite para ocasiões ou visitantes especiais.
O Natal começava na noite de vinte e quatro, com uma ceia especial de batatas cozidas com bacalhau, couve tronchuda e cebola, tudo muito bem regado com azeite que vinha para a mesa no estado sólido, era servido à colher e, com o calor do prato, retomava a forma líquida original (o frio era tanto que congelava todo o azeite que estava nas talhas de barro). As sobremesas eram as rabanadas de mel, de açúcar, de leite, de vinho e até de canela e depois ainda tínham a alternativa da aletria servida numa travessa redonda, que depois de arrefecida ficava tão consistente e dura como o azeite. Era cortada em linhas horizontais e verticais e podia-se comer à mão ou com um garfo.
O menino nunca soube o que era a “Missa do Galo”. Havia a missa da manhã (06H00) e a Missa do dia (11H00), só em certos domingos.” Missa do Galo” à meia-noite, em pleno inverno perto da Serra do Marão era impensável.
No dia de Natal reunia-se a família toda e então havia a “sarrabulhada” principal em casa da avó de Castelões e outras se iriam seguir na casa dos que haviam feito a matança do porco…os tios e tias eram muitos, por isso havia sarrabulho até ao início da quaresma.
O menino cresceu e todos os dias guardava as ovelhas no pasto para que não entrassem na horta.
Aos seis anos ouviu a padeira e a sardinheira a espalhar pela aldeia o fim da guerra por causa da bomba atómica. Entrou para a Doutrina em casa da Sãozinha do Penedo, que era a melhor costureira da terra e cantava muito bem no coro da igreja. Foi matriculado na primeira classe na escola de Fontelas que funcionava numa casa grande de dois pisos, sem retretes, nem água que certa madrugada ardeu, tendo-se perdido todas as carteiras de pinho, um lagar de vinho, a adega adjacente e a fábrica dos caixões.
Os meninos ficaram sem aulas cerca de um ano, mas o pai tinha boas relações com o Regedor da Freguesia e conseguiu lugar para o menino se matricular na escola da Livração…só que para lá chegar teria que atravessar uma ribeira, a linha do comboio e um pequeno bosque de pinheiros, carvalhos e castanheiros e finalmente seguir as bordas de uma levada para encurtar caminho…Foi o fim da “meninice” e o início da fase mais decisiva da vida, onde tudo se pode ganhar ou perder para sempre. Este ganhou!
José Mota
Natal de 2017 ( 79 anos depois de ter nascido)
 
O Meu Conto de Natal

Os êxitos de Celiana

 
E-mail que recebemos de Celiana Azevedo:

“Estou a escrever para dizer que recebi no início deste mês o prêmio de melhor mestre em Ciências da Comunicação no ano 2012/2013 da minha faculdade. Como fiz parte da minha dissertação aí no lar de idosos, resolvi compartilhar essa informação.”
 Muitos parabéns Mestre Celiana. Também nós ficamos orgulhosos e felizes.
O relacionamento existente, entre este Lar e a Celiana , já vem do início de 2012 ...Para os mais curiosos poderemos esclarecer que se consultarem o nosso boletim “O Lar 111” relativo a abril, -onde publicamos estas fotos alusivas ao evento por ela criado “ Um dia com os Media. Um diálogo entre gerações”- ficarão a saber quem esteve no Media Lab do Diário de Notícias em Lisboa:
Helena Pina Manique,
Susete Bogalho,
José Mota,
Mª Conceição Taurino,
Corina Antunes,
Manuel Pereira e
Maria Paula Gomes que fotografou e filmou o que lhe foi possível.

Os êxitos desta exemplar Mestra, também são nossos e da nossa instituição que facilitou as deslocações e outros eventos preparatórios.

José Mota (Residente)
 
Os êxitos de  Celiana

A Garrafa

 
Cheguei de viagem
Com dez garrafas de vinho
Umas do maduro outras do verdinho!

Mas minha mulher que já não bebe agora
Ordenou-me logo que as deitasse fora!

Peguei na primeira garrafa, tirei a rolha,
Bebi um copo e joguei o resto na pia.

Peguei a segunda, a rolha não saía!
Ataquei com saca-rolhas já não resistia

Agarrei a terceira… e enquanto bebia
Pus-me a brincar com a rolha e tropecei na pia

Peguei na quarta, olhei para a pia
E perdi a sede ao ver tanta porcaria

Peguei o quinto copo a rolha caiu na pia
Já não bebi a garrafa depois de vazia

Peguei na sexta pia, bebi sem copo
Entrou minha mulher e fiquei louco

A sétima já só continha um resto
Bebi a pia engoli a rolha vomitei no cesto

A oitava garrafa deixou-me baralhado
Despejei-a no bolso e fiquei molhado

A nona garrafa armou-se em garrafão
Houve muita luta mas bebi-a no chão.

A décima garrafa não queria ser bebida
Bailava na mesa feita louca a bandida!

Rolhas, copos, garrafas e pia
Armaram tanta confusão
Que só acordei no outro dia
Ao lado dum garrafão!

José Mota (adaptou).
 
A Garrafa

Noivado Desfeito - (Pronto para Jograis)

 
Noivo e Noiva

Noivo
-Que feliz serei meu amor!
Em breve estarei casado…
Café da manhã na cama,
Com suminho e pão torrado!
-Ovos bem mexidinhos
Tudo pronto bem cedo
Dou-te dois beijinhos
E sigo logo pró emprego

Noiva
- Não sei fazer ovos mexidos
Como tua mãe adorada faz
Não quero meus dedos metidos
A fazer o que não sou capaz
- Adoro dormir a manhã inteira,
Para que de tarde depois parta
Com o teu “visa” na carteira
Só comprar roupa de marca

Noivo
- Tu ficas arrumando a casinha
Daquele jeito que bem sei
Serás tu a minha rainha
E vais fazer de mim teu rei
-Pela noite há as novelas
Que vamos os dois seguir…
Será que não gostas delas?
Nem penses que vais sair!

Noiva
– Meu amor como és sincero!
Que oportunas tuas palavras!
Sonhas tanto mas eu não quero
Tomar as decisões erradas!
- Adoro sair com minhas amigas…
Acompanhar sempre a moda!
Não me venhas com cantigas…
Acho que não vai haver boda!

Noivo
-Sei que há restaurantes…
Com comidas estrangeiras
Prefiro apreciar antes
As tuas ementas caseiras
Já adivinhas minha querida
Que virão dias gloriosos
Transformar a nossa vida
Quando formos esposos!

Moiva
- Pensa bem, ainda há tempo
A roupa nem sequer foi paga!
De que me serve o casamento
Se não me deixas fazer nada?
Domingo de manhãzinha
Vais pôr um anúncio no jornal
Com esta frase bonitinha
Lá na página principal:

CASAMENTO
(Assunto Sério)

(Os Dois)
“Jovem muito lindo e pouco rico
Procura escrava que não se importe
De ficar sempre em casa como eu fico
Até que nos separe um dia a morte”

Trabalho apresentado pelo "Grupo de Jograis Séniores", no 17º Aniversário do Lar dos Bancários do SBSI-SAMS
 
Noivado Desfeito - (Pronto para Jograis)

A Feira da Ladra

 
Nem só de ladrões e ladras
Vive a Feira em questão
Vive dos pequenos nadas
Que temos ali sempre à mão.

Na barraca das ferramentas
Podes achar de tudo
Desde chaves ferrugentas
Até às luvas de veludo

Dois martelos de orelhas
Um alicate e dois formões
Seguram as capas velhas
Dos sonetos de Camões

O Cúmulo das heresias
É a miniatura do Cristo Rei
Em cima de fotografias
Tão porcas que nem sei!!!

Há peças de computadores
Em perfeita harmonia
Com os dois contadores
O da água e o da energia

Há pregos e parafusos
De toda a forma e tamanho
Para os mais diversos usos.
Também há solda de estanho

Vi atados por um cordel
Vários livros bem notáveis,
Embrulhados num papel
Descobri “ Os Miseráveis”

A Bíblia Sagrada repousa
Sem pejo, no maior descaro,
Entre o Frei Luís de Sousa
E O Crime do Padre Amaro

Vídeos de pornografia
Cds de música pirata
Convivem todo o dia
Com dois cinzeiros de prata

Tudo isto Lisboa tem
Só a dois passos da Graça
E até São Vicente cá vem
Abrir portas a quem passa

Jotamota-PoetaSenior
A Feira da Ladra
 
A Feira da Ladra

Dancando Lambada

 
As damas e os barões aposentados
Que na parte Oriental de Lisboa
Se divertem nos Domingos e Sábados
Cantando e dançando sempre à toa,
Sem ficarem muito preocupados
Com a idade de qualquer pessoa,
Cantando espalharei por todo o lado
Desde que não fique muito cansado.

E vós, Tágides minhas, vos dispenso,
Não preciso de vós para nada...
No Clube Sénior, a que pertenço,
Há muita mente às musas dada...
Gente com um saber tão imenso...
Que só não sabe dançar lambada...
E julgareis qual é mais excelente:
Ser do mundo rei, ou reinar com esta gente!

Cessem do sábio grego e do troiano
As coisas grandes que terão feito
Aqui tudo se dança todo o ano
Só o não faz quem não tem jeito...
Se a nódoa cai em qualquer pano,
Não fiques com fama sem proveito...
Cesse tudo quanto a antiga musa canta,
Porque vejo menos pernas que garganta!
 
Dancando Lambada

Minha Mãe

 
Minha Mãe

Escolhi de propósito o mês de Março
Para homenagear a figura de minha mãe…
A “Amélinha das Eiras”,
Nome por que era mais conhecida na terra .
Foi em Março de 1939 que me deu à luz,
Já lá vão 72 anos…

Foi muito conhecida na freguesia e nas redondezas
Por ser detentora da arte de capar frangos
Em pequeno fui o ajudante dela…
Mas o destino quis que eu dela me apartasse

Quando fiz 12 anos, aproveitei uma oferta
Da Fidalga de Soutelo, que depois de me ver
Com a quarta classe feita, se prontificava
A custear a continuação dos meus estudos
Se eu aceitasse ir para o seminário
E depois me ordenasse padre.

Não tinha muitas alternativas naqueles tempos,
Por isso, escolher entre ser padre
Ou ajudar nas tarefas da lavoura…nao hesitei:

Fui para o Seminário com doze anos e saí com 19.
Depois veio o serviço militar…
Em 1961 começavam as guerras do
Ultramar e lá fui eu para Angola
Sem que me permitissem ir à terra
Despedir-me da família…

Por lá fiquei cerca de 15 anos

Quando voltei em l976
Abracei e beijei
Meu pai e minha mãe
Como nunca tinha feito antes.
Ficamos os três para ali chorando
E quando olhei á minha volta…
Havia muito mais gente a chorar:
Meus irmãos e cunhadas…
Depois a minha imã Augusta.

Foi um dia pleno de alegrias
De lágrimas beijos e abraços
Como eu nunca imaginara antes.
… … … …

O tempo… foi decorrendo implacável
Meu pai… foi o primeiro a partir.

Minha mãe entrou numa espécie de letargia
E foi perdendo suas faculdades pouco a pouco…
Conta a Augusta, minha irmã que com ela esteve até ao fim
Que a Mãe só perguntava pelo José
Queria ver o José….e o José era eu…
Um dia fui ter com ela
(Eu vivia em Lisboa),
Quando cheguei
Fiquei á porta olhando-a com
Carinho, esperando que me reconhecesse.

Foi então que a Augusta lhe disse:
“-Então mãe? Sabe quem é este senhor?
Ela disse que sabia… que eu era o senhor Doutor
(O médico que a costumava assistir)

Minha irmã explicou:
- Este é o José!
- Anda sempre a perguntar por ele!
- E ele aqui está!.

Ela então respondeu:

“- Esse não pode ser o José!
- O José é pequenino
- E esse senhor é grande!...”

O tempo e a memória dela
Tinham parado no menino
Que ajudava a capar frangos…
 
Minha Mãe

OS TELEFONEMAS...

 
 
AS MELHORES DA ZON TV CABO
- " A minha mulher não saiu de casa à espera que a viessem montar!"
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- "O senhor tem computador?"
- "Tenho sim... tá ao fundo da escada! É o da água ou o da luz?"
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"Boa tarde! Era para activar o meu desqualificador."
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"Bom dia! Eu quero ter o canal sexual em minha casa..."
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"Era para saber se já tinham motivado a minha tvbox!"
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Uma cliente: "Atão vieram cá montar a minha vizinha de cima e não me montaram a mim porquê ?!"
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"Era só para dar o número do pib para descontar no banco."
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Uma cliente: "Era só para dizer que já me montaram... Aliás, acabaram mesmo agora de me montar, e por acaso fiquei muito satisfeita... fiquei mesmo, o que é foram-se logo embora sem me sintonizar os canais..."
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Uma cliente: "Pois ... realmente montaram-me lá em cima e depois montaram-me em baixo e quanto a isso tudo bem. Só não gostei foi que me riscassem o chão todo!!!"
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"Tenho a Superbox ligada"
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"Queria desistir da playbox"
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Despiste técnico:
Assistente: "Desligue e ligue a powerbox e já deve ficar a funcionar "
Cliente: "Já fiz e não dá nada !"
Assistente : "Depois de ligar a powerbox, que luzes é que tem acesas ?"
Cliente: A da sala e a da cozinha, porquê, faz interferência?"
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Assistência Técnica rede móvel:
- O Sr. quer que eu tire o chispe?
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Olhe, queria saber se já tenho o room service activado.
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Olhe, só liguei para dizer que se alguém me ligar pode deixar mensagem, porque agora vou desligar o telemóvel.
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Não tenho fax, eu quero é que me envie um fax por carta.
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Menina, queria que o meu número não aparecesse nos retrovisores dos outros telemóveis.
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Cliente: Olhe, queria alterar o meu tarifário para Hamburger Life.
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Cliente: Fiz uma chamada para outra pessoa e tiraram-me dinheiro do telemóvel. Mas então sou eu que pago?
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Assistente: A senhora deverá ligar o número do serviço para ouvir as suas mensagens .
Cliente: Ligo para esse número e peço para falar com quem?
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[dificuldade em captar rede]
Assistente: Experimente retirar a antena e voltar a colocá-la.
Cliente: Nem pensar! A antena vem agarrada e depois parto isto tudo... Dava cabo da minha vida.
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Cliente brasileira: Ponham um sambinha na música de espera! Estes fados são horriveis!
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Cliente: Queria saber se o meu número está conferencial ou não...
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[indicação de teclado bloqueado e de rede disponível]
Cliente: O meu telemóvel tem um garfo e uma colher no visor...
Assistente: Qual é a marca e o modelo do seu equipamento?
Cliente: É um Inox 510.
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Cliente: Que quer dizer isto... chamadas de emergência?
Assistente: Significa que o telemóvel da senhora não tem rede neste momento
e só pode fazer chamadas de emergência.
Cliente: Ai, que alívio! Pensei que era para ligar para o Hospital. Estava aflita a pensar quem é que estaria nas emergências.
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Cliente: Estou aqui com um problema no meu telemóvel...
Assistente: Qual é exactamente a situação?
Cliente: É que não me lembro do ping e o que é pior é que perdi o pum...
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OS TELEFONEMAS...

José Mota