poema curto 11
Série de Poemas a Poetas
Poema curto 11
a onlight e Pablo Neruda
atravesso a tua volúpia por dentro das árvores
grossos e longos troncos, por um beijo bravo
uma flor silvestre no centro do umbigo, loba
escrevo um soneto livre e escuto a tua garra
com a inocência da noite ,um dia a lápis, outro
com a tua caneta ou só o aparo e a tinta branca
caídos no mesmo estábulo , onde a folha se
configura no design das ancas ,talvez esta
talvez a nossa limpidez longa e ampla
no vale das uvas e próximo do vestido
justo, o timbre das sílabas dá-me a pausa
há um pacto quebrado é este o reino dos
insectos, voaram também com o inverno
chama-me estarei por aqui e choro imediato
José Gil
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Apologia para Domo
Apologia para Domo
durmo na folha verde, a causa dos índios
devo permanecer sereno e dono de mim
mesmo até nos sonhos - de noite ainda
espero outro alguém na mesma cama
gelo, gelo para os dedos da alma – un
partis pris da vida secreta para um poema
em guignol na ambição única da arte
uma arenga poética,uma zanga com
cogitus interruptos a quem vive na
inviolável solidão
poema curto 2
Poema Curto 2
eis a fonte de Setúbal e do Barreiro
a arvore dos amigos, sob o céu vagueio
a flor do dia,a pétala da noite
em novembrino Alcanena
mais um passo
POEMA CURTOS 30
POEMA CURTOS 30
Chocolate
Sete horas as imagens e as velas despertam
Uma sombra em alvoroço, acento áspero
Luz usada, escrita rugosa e solene
Transfiguro quando chega a palavra neste campo
Sílabas alouradas a moldar sinais em cada tempo
O poema de que nunca me despeço, chocolate
José Gil
Blogues
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crash 2
CRASH 2
Procuro a natureza do acaso, o seu intimo despido
como o cavalo aberto nas suas flutuações temporárias
sob as palavras, as tendências da arte em flor
onde se explica o arapaho(1) a representação
pictórica. Entre dois toques na bola de ping-pong
a realidade é absurda ,obscura, voam no crash as
novas cadeiras na biblioteca suspensa de cerejas,
a estilista corre nua de um lado ao outro do gel
perde-se no vestido longo e encarnado, saltam
ainda os sapatos e a flor de lis com a sua brisa
no palco Pina Bahus com seus braços enlouquecidos
o velho bailarino não caí nem saí, corre
acordando com a luz toda no rosto, cal
procura ainda por dentro do palco dos dias a folha
de chá desta alegria, é sábado, tu sabes
José Gil
(1) Arte dos Arapahos
CRASH 25
CRASH 25
sobre os joelhos, nos joelhos, a procura do lábio
e da ferida na língua do muro, entre a face e a face
para lá do beijo, crash doces as pedras as cerejas
e as fambroesas no teu umbigo largo,a casa abre-se
de longe em longe , e os animais, ama-me como o cavalo
no verde crespo negro no esplendor obscuro
negra linda linda com óregãos de Silves e bem
amada, dona, a teu lado vivo a respiração cresce
a lágrima da cevada solitária, os cruéis dias , detrás de
mim dorme acercando o branco em sua folhagem quente
sobre os joelhos abre o sábado e o domingo tardes reais
onde ma falta o tempo e amor meu no medo do oceano
José Gil
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INDECLINÁVEL
INDECLINÁVEL
“seja qual for o caminho que eu escolher
o poeta já passou por ele antes de mim”
Freud
Os Deuses precocemente envelhecidos
procuram o deslizar das águas dos ribeiros
e um Deus com engenho que nunca lhe
esfria o coração
miríade de ardis, castanho sorumbático
avanço contra o ostracismo burocrático
envolto no trama do chocolate branco
cristalino de rosmaninho, de alegoria
escrevo onde a indiferença tortura
é um ardil do olho electrónico ao
veneno da videovigilância caseira
“sorria” o pássaro da película salta
no verso de um piano de olhares.
o poeta conhece melhor o néctar
fértil das flores, o recreio das escolas
Os Deuses caminham com as rãs
é outono na alma indeclinável
José Gil
crash 5 - PRAIA DE VIEIRA DE LEIRIA
CRASH 5
Arte Xávega
As ondas, as ondas, as ondas por dentro do sangue
O azul e branco bem longe do areal, deixo-te este
Sol quente nas esplanadas, a areia fina e o barco
O Mar navega com os bois, a arte xáveda,o ilustre senão
A terra inteira, o erro branco, as ondas na
Foz do Lis onde nasce o Pedrógão
Poderia ainda fazer um castelo com os teus seios
Os mamilos das aves marinhas e dormir lento no
Teu colo, saberemos um dia as ervas no doce chá.
José Gil
CRASH 3 - praia da ilha paradisiaca
RUINA
Ao Constantino e ao Jorge na ilha paradisíaca
Crash 3
Escrevo-te a filigrana o seio escuro na camisa vermelha, aberta, como a lua a descer lenta na Parreira de Leiria, no mamilo largo dói a distância da mão não segurando a outra mão nem o lápis dos teu s olhos. Como escrever-te. Ganham as palavras voz, na verdade essa é a loucura de um Deus livre e águia.
Escrevo-te o que falo no microfone, rápido, no amor quotidiano, só há pressa .Oiço a tua voz no ouvido que é nesse momento todo o corpo em arrepio. Mar, mar imenso, mar
infinito e se digo só filigrana a luz faz-se luz nos dedos longos e fortes, revoltados com o telefone nos punhos e no pescoço auricular sensível no seu imenso peso, a voz então salta e pula na avenida de S. Pedro de Moel. Fica palavra selada no silêncio do coração e do seio esquerdo na penumbra do teu nome na parede.
Escrevo-te coração independente nas coxas como o incêndio de uma loba
Eu não sou exemplo para ninguém, já deixei de pensar, de dizer, de discutir
Fechei a boca apenas para um beijo que murmura entre a língua e os teus seios e os dedos. Dói muito o oceano, quase choro, “esta estranha forma” de amar sinto a pulsação
Nos pés onde toco e acaricio as três arvores do chá. A privação enfurece, sem “ telhado entre ruínas”, crash
dia da poesia em Leiria - 7 de Março
há um dia sim
quando os poetas
se encontram
há um dia 7 em Março
em que os poetas se
encontram com os Leitores
no dia 7 no Orfeão Velho
como um canto
vamos de todo o pais