Poema em glosa (1)
Mote:
"Um dia mandei-lhe um beijo
Nas asas de um passarinho
Não cumpriu o meu desejo
Enganou-se no caminho."
Iwan Themes
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Nas asas de um passarinho
O meu amor está ausente,
Há muito que a não vejo,
A saudade está presente
"Um dia mandei-lhe um beijo."
Um beijo com muito amor,
E mui repenicadinho
Um beijo e uma flor
"Nas asas de um passarinho."
Passarinho não voltou,
Perdeu-se um tal ensejo,
Não sei que rumo tomou
"Não cumpriu o meu desejo."
Nunca mais tive resposta
Daquele meu bilhetinho,
Passarinho deu à costa,
"Enganou-se no caminho..."
«Ser peregrino...»
Ser peregrino é ter o peito a arder,
Numa angústia, profunda e dolorida,
Numa ansiedade que é de entontecer,
P'la conquista porém, duma outra vida.
Ser peregrino, cansado de sofrer,
Ter a alma tão só e tão perdida,
Que apenas força aspira ainda ter,
Para avançar ao longo da subida.
É caminhar por caminhos desertos,
Olhar no alto e de braços abertos,
Pés nus, pisando espinhos com amor.
Chegar enfim à Terra desejada,
E em oração, de tudo despojado,
Ajoelhar dizendo:"aqui me tens Senhor..."
«As raparigas de agora...»
As raparigas de agora,
Gostam de mostrar o umbigo,
Com a barriguinha de fora,
Adivinha-se o «postigo»...
Que os decotes, ora!...ora!...
Eu já nem sei se é castigo,
Quase a saltarem de fora,
Deixam ver o que eu não digo...
Ah! Recato doutros tempos,
Quem te viu e quem te vê,
Bem discretos e atentos
Só se via o tornozelo...
«Ultrapassado»... é você!!!
Porque eu bem gosto de vê-los...
Zé Povinho
Há quem devia voltar,
Criticar os que cá estão,
Se pensou no Salazar,
Foi o leitor, pois eu não...
Em quem eu estava a pensar,
Ouça bem com atenção,
No artista popular,
O Bordalo..., pois então.
Que a revolução afinal,
Que se fez em Portugal,
Para acabar com o daninho...
Porém que parece estar,
São uns quantos a "engordar",
À custa do «Zé Povinho»...
«O Teu sorriso é um poema...»
Teu sorriso é um poema,
De beleza sem ter par,
Inocente e sem celeuma
Para aos outros comunicar…
Teu sorriso é um poema,
Dum livro de poesia,
De mensagem não pequena,
Irradiando alegria…
Teu sorriso é um poema,
De uma enorme vibração,
Mas se triste é um dilema,
Faz doer o coração…
Teu sorriso é um poema.,
De valor e de verdade,
Dás-te aos outros sem ter pena,
Vivendo a realidade…
...passou um ano...
«Os anos passam...»
Foi esse o primeiro poema,
colocado neste "site",
que saiu da minha pena.
Creio eu..., se bem me lembro,
no dia dez de Dezembro...
Sendo assim faz hoje um ano!
O tempo passa a correr...
Parece ter sido ontem
que tal aconteceu.
Mas, mesmo assim podem crer,
por mais que digam ou contem,
algo se fez para valer...
Se um balanço se fizer
do que num ano foi feito,
acreditem, eu vos digo,
ser o saldo positivo...
Nesse espaço virtual,
tão belos poemas lemos...
Bons amigos encontramos,
com eles muito aprendemos,
Mas de tudo o principal,
as amizades que criamos
neste "Grupo Social".
Onde o sonho e a fantasia,
caminham paredes meias
com o respeito e a cortesia,
unidos pelo ideal
da paixão pela poesia...
O meu preito de gratidão,
com toda a sinceridade,
para todos sem excepção
num abraço de amizade...
O SABER...
Era ainda pequenino,
De calções, ainda garoto,
Curioso e mui ladino,
Tudo aos meus pais perguntava.
Ainda com cinco anitos
Comecei a soletrar
E as letras saber juntar,
Naquela velha cartilha
Do pedagogo João de Deus,
Livro que meu pai me deu,
A um miúdo auto didata,
O que sem esforço afinal,
Para espanto dos meus pais,
O “puto” lia o jornal…
Curioso, como é óbvio,
De tudo queria saber,
O porquê disto e daquilo…
Foi assim que aos dez anos,
Julgava tudo saber…
Isto, aquilo e aqueloutro…
Eu sei…, eu sei…, pensava eu…
Quando aos quinze, mais maroto,
Pensava já coisas tais…
As coisas da juventude,
Namoricos, tais e quais…
Quando aos vinte mais afoito,
Pensas saber para onde vais…
Aos trinta, quarenta, quarenta e oito,
Aos cinquenta muito mais…
Tudo pensava saber,
Ou não fosse eu professor,
Lia livros abissais…
Sobre a vida e sobre o mundo,
Mas afinal meus senhores
Sejam alunos ou doutores,
Por mais que muito se leia,
Por mais sábio que sejais,
Acontece pois então,
Não saberes para onde vais…
Quando os sessenta chegaram
Cada vez e ainda mais…
Agora sim afinal!!!
Julgavas tudo saber,
Mas da vida seu mister,
Tão rápida é ao passar,
Que já passou…, eu direi,
E afinal o que aprendi?
Já quase a chegar ao fim,
É que sei que nada sei…
«Viver...» (iii)
...
Qual compromisso?
Será que isso
Só, justifica
O ter vivido?
Não quero! Não!
Quero simplesmente
Ver o presente
Com o coração,
Até que o sonho
De um mundo estranho
Termine pois,
A sensação
De ser feliz,
Pelo que quiz,
Pela ambição
De... enfim os dois,
Hoje... e depois...
Viver o Outono
Num belo sonho,
E a Primavera
Numa quimera,
Viver a vida
Como quisera.
Viver... Viver...
Ter-te... e bem querer,
Querer-te e amar-te.
Tudo o que seja
Amor... eu dar-te,
Meu pensamento,
Meu coração,
Todo o desejo,
Toda a emoção
De ter vivido,
Ainda que seja
Por um momento,
Que valha bem
Intensamente
Toda uma vida...
Que só por isso
Valeu nascer!
Ainda que fosse
Só para te ver...
«Poemas ao correr da pena...»
Poemas… são bem diversos
Os que este livro contém
Embora singelos versos
Mui sentidos são porém,
A assuntos tão dispersos
Se referem creio bem.
A «trova», ou a «redondilha»
Ou o «acróstico»…, alinham
Com outras formas poéticas,
Os versos que fui escrevendo
Rimando ou não, mas com ética
Real…, foi acontecendo
Escrever com apologética
Razão boa, que fui tendo,
De escrever o que convinha,
Ao sabor do que continha.
Porém, uma coisa sei,
Escrevi com o coração,
Não sei se realizei,
Aquilo que quis então…
«APRESENTAÇÃO», sob a forma poética de «acróstico», dos «POEMAS AO CORRER DA PENA...»
«Cada momento...»
Cada momento,
é uma malha na cadeia do tempo,
que vai escoando...
É presente, qual final do passado...
É presente, como o princípio do futuro...
O que agora é...logo já foi,
e ainda antes, do que será...
É o meio, no fluir infinito, desse tempo
sem ter princípio nem fim...
É ponte entre dois espaços,
o transcorrido e o vindouro...
Sem saber onde o primeiro começa,
nem onde o segundo acabará!
Só o pensar que é... já foi,
na vertigem do porvir,
da vida de cada um...
Não interessa querer fugir
àquilo que tem que ser...
Então mais vale sorrir
e intensamente viver,
cada momento que passa,
isto é, viva o presente,
que fecha a porta ao passado,
e abre a janela da frente...
Do momento em que estiver,
olhe o futuro com esperança,
e agradeça o bem que alcança,
que Deus lhe deu e dará...
Mais feliz se vai sentir
e vida melhor terá,
no tempo que irá fluir...