Canto do aconchego
Diz-me ao que vens, amor
Sem subterfúgios, sem meias
palavras. Serena como água
cristalina de um riacho
Por um instante que seja,
suspenda o choro, abafe o grito
Que te darei a mão para
que possas voar até o infinito
Que lá, sem medo com toda a
loucura do encanto, irás renascer
a cada dia um pouco mais nos
braços deste que te ama tanto
Embora eu já adivinhe, diz-me
ao que vens. Somente para que
eu tenha a licença para corrigir
teu rumo, teu passo
E possa fazer-te finalmente feliz
No aconchego do meu colo,
no calor do meu abraço.
Rudá
Vem, meu desejo!
Com uma pitada de malícia e outra de encanto
Misturaste estrelas, brilhos e flores dentro de mim
E os olhos do menino que eram saudade e pranto
Agora vertem mel ansiando beijar, teus lábios carmim
Ah, minha doce feiticeira e insensata pequena
Que vieste do verde e das águas cristalinas
Como dizer-te que teu verbo hoje me fez poema
E renascido o sonho, agora sou teu. Será sina?
Depois de ler e sonhar-te tanto, delicado jamais
Caneta, tinteiro, teclas frias, nunca mais
As penas e asas de anjo mando às favas
Paixão é vermelho, não branco de fadas!
Paz é para quem já morreu, falta não faz...
Vou começar pela boca o arrepio que vai rasgar
tua blusa em vê e descer pelas entranhas sem pejo...
O céu hoje é meu e teu. Vem, meu desejo!
Rudá
Boa noite, amiga
Boa noite, amiga
Perdoe-me o avançado da hora
O dia hoje foi atarefado...
O abraço apertado que te devo,
Mando-o por aqui, e agora!
Obrigado por compartilhar comigo
o teu caminho em momentos de
alegria, de tristeza, de reflexão...
Aproveito para mandar-te um
Grande e carinhoso beijo!
Pois somente a ti abro minha alma
Sem jogos, sem máscaras, sem pejo
Sei que estamos distantes fisicamente
Mas o que é a distancia para quem
vive um amor assim tão diferente
Que habita o céu dos céus, o melhor da gente.
Rudá
Minha maior procura
A minha maior procura, é marca indelével no meu rosto
Está guardada bem no fundo do meu olhar terno e amigo
E quando se cala, deixa-me perdido
A minha maior procura, habita o mundo além dos sentidos
meramente perceptíveis. Aqueles que brincam comigo quando
confundem-me. E confundem tanto, que meu canto acaba por
vestir a pele de outros cantos, na procura do verdadeiro abrigo
A minha maior procura, revela-se e loucamente responde apenas
Quando tu falas. Mas se falas assim tão metaforicamente
desanimada, deixa-me em dúvida se queres mesmo o fim,
ou estás tão somente triste, cansada...
Quisera mesmo ser ainda a minha amada?
A minha maior procura, apesar do tempo passado, ainda
navega menos os rios do amor que os mares da paixão
E leva a carta escrita com a força dos meus desejos,
o calor dos meus beijos, o toque sutil das minhas mãos
A minha maior procura é você, Yolanda. E quero-te somente
para mim. Responda a carta, permita que a nau dos meus
sonhos desembarque de fato na praia da tua alma, nas dunas
do teu corpo, no teu canto vazio já quase a chegar agosto...
A minha maior procura é você! Permita finalmente que seja
eu, e para sempre, o vento quente que acaricia o teu rosto,
o sol que aquece o inverno dos teus silêncios e de tuas pausas
De tantas e tantas pausas, que acabas por esquecer-te do
mundo belo, enquanto refletes o mundo cão.
A minha maior procura é você, pétala rubra de mistério
Vem, abraça comigo o verdadeiro amor, Yolanda!
Para que levar a vida tão a sério, ser passagem sem
emoção. Saiba amor, que no pensionato da vida,
o tempo a ninguém não dá guarida. E é inútil, tanta reflexão.
Rudá
>>> http://www.youtube.com/watch?v=dUzb8itPzwo
“ Quando eu te vi, eu bem que estava certo
De que me sentiria descoberto...”
Trilhando a paz do teu caminho
Na última vez em que te vi,
desenhavas um céu no azul
do teu coração. E o que senti
deixei gravado em esperança,
no carinho de uma canção
De lá para cá pegaste a
estrada e paraste em cada canto
Deixando com um doce beijo
marcada, cada flor com teu encanto
Na última vez que em que te vi
eu era flor e espinho. Hoje me senti
anjo e menino. Seguindo o brilho dos
teus olhos, trilhando a paz do teu caminho
Rudá
Fingir-se de poeta
Sabe, amor
Mais importante que
decifrar a pedra da roseta,
é ter uma rosa a sonhar
E já que a morte é certa,
por que não brincar
com os sonhos...
Com musas e “musos”
Fingir-se de poeta?
Rudá
Um Grão de Loucura
Um grão de areia não tem cor,
não tem cheiro, não tem sabor
pode ser chutado, pisoteado,
esmagado, não sente dor...
Um grão de areia é essência do
deserto sem vida. O lar do escorpião
E da cobra que serpenteia, como se
a vida, fosse eterno verão
Um grão de areia moldado pelo vento,
forma as dunas de curvas sinuosas
que te fascinam. Tem a cor do ouro,
na despedida das tardes que terminam
Um grão de areia forma a praia onde
descansas. De onde se avista o mar,
e a beleza da onda que dança
Um grão de areia aquecido, forma o
vidro que faz teus óculos, tua lupa,
teu telescópio. Misturado à prata
bendita, faz o espelho onde te fitas
Um grão de areia aquecido, faz a garrafa
de teu vinho do Porto. Faz também, o
pequenino frasco onde guardas o teu
teu perfume. Ou o veneno, que te faz morto
Um grão de areia junta-se ao barro que os
teus pés suja, ou ao cimento que o sobrepuja,
e faz a casa que te abriga. O lar, para tua vida
Faz a cela que te castiga, faz o templo onde a
teu Deus você grita, mas que às vezes te é surdo
Pois você, também nem sempre nele acredita
Um grão de areia cai na ostra e se transforma
em pérola. Ou cai no teu olho e reclamas: Que
diabo! Que grão do Inferno!
Um grão de areia é assim. Pequenino e sem vida
Pode ser tudo, e pode ser nada. Pode ser até, fique
a vontade, o mote do teu poema na madrugada.
Rudá
Agradecido, de antemão
Olá, meu amor!
Eu poderia escrever agora do quanto que te
preciso, que não consigo viver sem seus beijos,
seus abraços... Que você é a lua que ilumina
meus caminhos desde o primeiro dia da criação
Que és meu sol azul, meu mar vermelho... Que
meu nome é Moisés e as águas se abrem a um
simples aceno para que eu te leve em meus braços
para o paraíso... Que você é minha tábua de salvação
Mas eu poderia estar mentindo ou exagerando
Pois não nascemos no primeiro dia da criação, o mar
não é vermelho, o sol não é azul e eu, coitado... Meu
nome é Zé, falta talento, e somente consigo fingir-me
de poeta e fazer algumas rimas, graças ao ão!
É uma pena, eu sei. Mas o amor é tão grande, que não
consigo ficar calado. E tal costureiro desajeitado, acabo
insistindo nos versos pobres mesmo sabendo que corro o
risco de assassinar um sentimento tão bonito... Que assim
como brotou no meu, o acredito também em seu coração
Por isso ao final, depois de tanta abobrinha, vou saindo
de fininho e quero dizer simplesmente que Eu te amo.
Só isso, por que não! E se você e mais algum leitor desavisado
me perdoarem a falta de talento, fico agradecido de antemão.
Rudá
Sabor a mi
Posso ser, a qualquer momento,
O pão que alimenta teu corpo
Ou mesmo o vinho, que alegra tua alma
Mas somente sentirás meu sabor,
Quando vieres tomada não apenas
pelo desejo, mas também pelo amor.
Rudá
Um verso me bastaria
Eu queria ser, ao menos um verso
de amor dentro do teu peito
Tão belo e perfeito assim,
quanto o poema que já és dentro de mim.
Rudá