hoje é a noite que me traz para os teus lábios
Hoje regressas ao mar onde está a luz com um
degrau para os meus anos
e quem te viu trouxe-me um rio de flores.
Começou hoje o Outono, e como devia ser.
Começou e alguém, meu amor, pode ter
utilizado o teu espelho e pode ter feito que a
noite ande pela primeira vez debaixo das
árvores. Tenho
no futuro um pôr do sol com uma nuvem branca
e o amor abraçará a lua, se os teus pássaros
forem rápidos e seguirem o sol. E, hoje,
nenhuma rua
chegou aos teus dedos contra mim: hoje,
quando me mostras o ar que eu perdia, o ar
quando o sonhava ao pé do teu rosto. E hoje
é a noite que me traz para os teus lábios. E,
hoje, é a noite que me aproxima
.........................de ti,
agora que as flores nascem mais cedo, e os lagos
ficam a morrer do teu lado,
Meu amor
.
o mar levava-te sempre nas mãos nuvens de alberta
.
O
mar
levava-te sempre nas
mãos
nuvens de Alberta,
passava-te
ainda
o vento: este, quase
depois de
uma rosa sobre os
bares
ao pé do sol, e tudo
andava,
excepto eu:
a chuva,
essa,
ouvia-se
na lida das
aves e
dos cardos
que estavam
no mar;
depois era
o ar, depois era
este incêndio de lábios
cumprido no Outono para que se
fizessem mais ruas, para que se
fizessem mais estas janelas
que existem ao longo do
sangue para ver o
sol, Meu
amor
até e sempre até a esse rio que se guarda com guitarras no teu véu
.
.
.
.
.
.
Hoje, meu amor, dou-me à foz dos
teus olhos: dou-me. E pelo sim e
pelo não a estes peixes verdes que
me irão levar ao último relâmpago
.
.
.
.
.
.
.
.
não corras por mim, meu amor
Não
corras por mim, meu amor.
O teu barco
está na lua, está onde
o sobes às vezes;
ele de novo há-de
traduzir
as gavetas
de um porto,
e descer,
onde
há muito
o teu
joelho é uma nuvem,
um Reciotto
della Valpolicella,
outra vez
uma nuvem,
outra
vez um vinho, e
este parasitado
por Outonos onde
o orvalho a transbordar na tua
chávena acende com juncos
o tão leve manto de
nuvens leva-
das pelo
mar
desconfia deste piano ao telefone com as árvores
No
teu último degrau
branco
que as
chuvas não
separam,
vejo que corres,
que pintas os pás-
saros,
e, se não
é assim, faz-me teu,
faz-me, e
desconfia deste
piano
ao telefone com
as árvores:
faz-me
ainda
com as rosas
à volta, e
depois que
os pássaros
escolham
o mármore
para voar, que
os pássaros escolham o
mar para assim vermos a pri-
meira garganta do sono,
a dissidente e lenta
liturgia que foi
da insó-
nia