Poemas, frases e mensagens de Fátima Rodrigues

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Fátima Rodrigues

Restos de ti

 
Restos de ti
 
Trago suspiros no peito,
No olhar o lume aceso,
Na alma, cravado um punhal…
E na garganta um grito preso;

Nas mãos trago pétalas de rosa…
Com elas me quero banhar,
Arrancar de meu corpo teu cheiro
Que teima em não se soltar

Fátima Rodrigues
 
Restos de ti

Alma de poeta

 
Alma de poeta
 
Alma de poeta é eterna insatisfeita
E por tal, bela, perfeita…

Tanto canta á dor
Como ao amor
Á tristeza e á alegria
É infinda sua sabedoria

Fátima Rodrigues
 
Alma de poeta

Sentimentos

 
Que minha boca nada comente,
Para que não te possa mentir.
E minh'alma não mais se atormente,
Com dor, infinda por tal sentir.

Que meus olhos, amantes, não delatem o quanto,
No momento em que te contemplar.
Sobrar-te-iam razões p’ra espanto,
E outras tantas, p’ra me recobrar.

Se de mim te escuso, e te convenço
De que a ti sou adversa,
É porque ainda me restou bom senso.

Mas não há vítima, nem criminoso,
Na batalha, travada em conversa.
Apenas discórdias, de um par amoroso!

Fátima Rodrigues
 
Sentimentos

Se hoje viesses ver-me …

 
Se hoje viesses ver-me …
 
Se coragem tivesses
E procurar-me viesses…
Dir-te-ia sorrindo
Que quando disse que te amava
Não estava mentindo

Ahh amor!..
Se hoje viesses ver-me …
E me abraçasses…
Com esse jeito só teu,
Quão feliz deixarias,
Este coração meu!

Fátima Rodrigues
 
Se hoje viesses ver-me …

Volúpia

 
No excitante instante da ansiedade,
Desnudo meu corpo, prometido ao amor
E sem falsa moralidade,
Entrego-me a ti, sem qualquer pudor

Embriagada por teu beijo,
Entrego-me a teu abraço…
E num eterno ensejo…
Perdes-te… em meu regaço

Teu corpo traz doce delícia, á muito prometida,
E meus lábios, ávidos de ti,
Mordem teu peito, numa ânsia sentida

Nossos corpos, cingidos em voluptuosa dança…
Deleitam-se, como quem euforicamente ri…
Sucumbindo... quando o gozo os alcança

Fátima Rodrigues
 
Volúpia

Triste sina

 
Nascem-me esperanças que depois declinam…
Tais sementes que nunca germinam.
Por tal, sinto minh’alma angustiada…
Infeliz …desiludida…maltratada…

Queria aceitar ,a sina que Deus me deu…
Ver crescer a fina flor que em mim plantou,
Sem pensar que nesse momento errou…
E em vez de minh’alma ganhar…a perdeu!

De que substância fui modelada…
Se apenas a revolta em mim vejo…
Mas de luta, nem um mero sinal antevejo?

Como crer poder ser realmente amada…
Acreditar em leal sentimento…
Como? Diz-mo oh pensamento!

Fátima Rodrigues
 
Triste sina

Cativa de mim

 
Cativa de mim
 
Que não reprima eu meu pensamento,
Que o deixe solto, livre como o vento…
Que não acorrente meus sentimentos, jamais,
P’ra que não me doa a alma, um dia mais

Que não me prenda eu à solidão,
Pois de tanto a buscar,
acabei acorrentada…em vão,
sem saber me libertar

Fátima Rodrigues
 
Cativa de mim

Triste fado

 
Triste fado
 
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Triste fado

Ama-me, só por amar

 
Ama-me, só por amar
 
Ama-me …
Pela mulher que sentes que sou…
Pelo que de mim desejas,
E mesmo querendo, não te dou;
Ama-me…
Pelo que lês em meu olhar,
E minha boca não diz…
Pelo que querias que fizesse,
E mesmo desejando, nunca fiz;
Ama-me…
Como te amo…
Sem nada (como troca) reclamar;
Amando…
Só por amar!

Fátima Rodrigues
 
Ama-me, só por amar

Não me queiras decifrar

 
Não procures no que componho
Forma de me decifrar
Não analises cada palavra, gesto ou olhar!

Não te interrogues dos porquês,
De meus silêncios, dúvidas e tantos talvez…
Não te queiras invadido por incertezas
Vencido, por minhas fraquezas!

Não te interrogues das razões
Para tudo que pressupões
Nem sempre o que rabisco
Poderá fazer sentido!

Não querias tudo questionar
Ama-me, apenas por amar!

Não procures as razões
Desta minha forma de ser
Poderás meu amor, ainda vir a sofrer!

Fátima Rodrigues
 
Não me queiras decifrar

Vaidade

 
Vaidade
 
Não te deixes deslumbrar…
Por singelo papaguear…
Que nesses altos pedestais…
Por onde julgas que airosamente andas….mas mancas…
Se não tens cuidado… um dia cais!

Fátima Rodrigues
 
Vaidade

Um abraço

 
Um abraço
 
Não sofram, não se atormentem,
Nem chorem minha desdita,
Mesmo que meu choro não tenha fim
Sorriam… brindem-me com um terno abraço...
Demonstrem apenas que gostam de mim!

Fátima Rodrigues
 
Um abraço

Coisas de quem não sabe ser gente!

 
Coisas de quem não sabe ser gente!
 
Há quem cultive a arrogância e o mau conviver,
julgando-se esperto e mais que todos saber;
fala o que lhe convém
porque espelho em casa não tem!

Mas ser esperto não é ser inteligente,
é só bazófia de quem não sabe ser gente!

Fátima Rodrigues
 
Coisas de quem não sabe ser gente!

O direito de ser quem sou, e como sou...

 
O direito de ser quem sou, e como sou...
 
Quando dou a alguém a minha amizade,
dou meu carinho, meu ombro amigo, a minha lealdade...
Não o direito a opinarem ou exporem a minha vida.
Quando entrego o meu coração,
dou amor, afeto, paixão...
Não o direito a oprimirem ou regerem a minha vida

Ser amigo ou amar,
não dá a ninguém o direito
de comandar a vida do outro a seu modo,
apenas a aceitar, e respeitar,
a sua forma de ser e estar,
por muito diferente que seja da nossa

Qualquer relacionamento só poderá ser espontâneo e leal,
quando concederem um ao outro o direito de serem quem são, e como são.

Fátima Rodrigues
 
O direito de ser quem sou, e como sou...

Os sentidos traíram-me!

 
Os sentidos traíram-me!
Mas por tanto amar…não me vou lamentar
Nem chorar minha desdita
Rosa sem espinho não é rosa
Não é símbolo de puro amor
É flor qualquer, mesmo que a mais formosa!

Os sentidos traíram-me!
Extinguiram-se, as razões que julgara minhas
Errei… mas quem não erra?
Pois quem por amor, teve medo de errar
É porque nunca soube amar!

Os sentidos traíram-me!
Por tal, sou agora de mim mesma defensora
Porque com as faltas que cometi…
Muito na vida aprendi!

Fátima Rodrigues
 
Os sentidos traíram-me!

O que é um bom ou mau poeta?

 
O que é um bom ou mau poeta?
 
Tanto se fala sobre o ser ou não bom poeta, e eu fico a pensar, o que é que querem dizer com o ‘ser bom poeta ‘?
Pois o que para uns o é, para outros não!
Que seria, por exemplo, das prosas poéticas e restantes formas de versejar , se apenas gostássemos de sonetos?

Para mim todo poeta é sonhador, e ao sonhar projecta o que sente, vive ou idealiza para o papel, partilhando sua forma de ‘ver o mundo’ com os outros, não é isto tão bonito?
Então, porque nos preocuparmos com o que é ser ou não ‘bom poeta’? Deixemos isso aos críticos literários, preocupados, esses sim, com o sucesso das obras literárias que irão lançar (e olhem que até eles erram)!

Quanto á poesia ‘lamechas’, como já vi por aí falarem, não passa de desabafos sim, de almas tristes, carentes, ou apenas temporariamente desgostosas, por algo que em algum momento da vida as atormenta ou atormentou! E isso não pode ser também poesia? Quem era mais ‘tristemente lamechas e dramática’ que Florbela Espanca? E não é uma de nossas mais afamadas poetizas?

Existem gostos para tudo, por isso ninguém se julgue aqui melhor ou pior poeta que ninguém.

Se me disserem que uns, devido á sua formação académica ,escrevem de uma forma mais correcta, segundo as regras, concordo, mas será apenas isso que faz dele um bom poeta?
Mas também não me perguntem o que faz de alguém um ‘bom poeta ‘! O sucesso que tem entre quem o lê? Tem muitas leituras, é ‘bom poeta’? Tem poucas é ‘mau poeta’? Será? Talvez sim, talvez não!

Não entendo porque em certos ‘sites ou grupos da Internet’ tanto se criticam uns aos outros sobre o ‘bem ou mal poetizar’ e não se preocupam apenas em partilhar ideias ou a forma de as partilhar, deixando cada um escrever como quer , gosta ou sabe!

Nestes sites apenas uma coisa deveria ser realmente importante, que cada pessoa que escreve algo e coloca para terceiros lerem, partilhando suas ideias, sentimentos e pensamentos, seja respeitada por isso mesmo, independentemente da qualidade dos seus artigos.

Entendam isto apenas como a minha visão sobre o assunto e não como uma critica a quem quer que seja.

Fátima Rodrigues
22 Fevereiro de 2009
 
O que é um bom ou mau poeta?

Renascer

 
Renascer
 
Vou sair deste meu mundo…
Viajar por outras terras,
Embrenhar-me no desconhecido…
Até me terem esquecido…

Possa eu mesma de mim não me lembrar…

Vou descer até ao fundo…
Questionar antigas guerras…
Velhos erros corrigir…
P’ra então voltar a ressurgir…

E olhos nos olhos me olhar…

Fátima Rodrigues
 
Renascer

Beatas , presunção e água benta

 
Beatas , presunção e água benta
 
Presunção e água benta levam as beatas na venta.
E lá vão elas, rezando e se benzendo…
Presumindo …e de todos mal dizendo.:

- Sabe comadre Aldina, a vizinha Aurora,
com o marido já não mora!
- Não me diga oh comadre !
- Oh comadre , aquilo era só ralé!..
Olhe que ela inté se fazia ao nosso padre!
-Cruz credo comadre Nazaré!
Vai de retro Satanás,
Agora é que essa mulher não deixa nosses homes em paz!


Fátima Rodrigues
 
Beatas , presunção e água benta

Os anjos não têm asas

 
Os anjos não têm asas
 
http://www.bozzetto.com/flash/differenza.htm

Tanto tempo me interroguei
Se os anjos existiam
Ou fantasia seriam
Até hoje, que com eles me deparei!

Tinham no rosto, expressão de criança…
No olhar ingénua esperança…
E no sorriso a doçura,
De quem oferece afecto em fartura

Hoje a minha alegria não tem fim
Constatei que os anjos não têm asas
São iguais a ti e a mim

Como nós, vivem em térreas casas…
E se em algo são diferentes…
É apenas porque são mais inocentes

Fátima Rodrigues
07.10.2008

"Dedicado aos meninos da APPACDM de Setúbal"
 
Os anjos não têm asas

Ausentaste-te de ti

 
Enfronhaste-te em solidão, adormeceste…
E tudo que foi alegria em ti, não percebeste…
Não brindaste á louca juventude,
Perdeste-a cedo, e toda a sua plenitude
Não admiraste o matiz das flores,
Nem te deliciaste com sua fragrância
Não te tocou a palidez do lírio do campo,
Nem reparaste em sua singela elegância
Não acolheste o amor,
Deixaste que se embrenhasse na sombra,
Hospedaste a dor…
Recalcando tristezas vãs, consumiste-te em queixumes…
Ausentaste-te de ti… e perdeste-me a mim!

Fátima Rodrigues
 
Ausentaste-te de ti

«Escrevo para desabafar, sonhar ou me encontrar»