Poemas -> Amor : 

(I) (II) (III)

 


Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.

I

Os seus lábios são respirações livres às coisas; lua
No brilho louco de se maravilhar por cima da terra
A terra
Do pêlo de um cão branco
Conseguia lamber-lhe os pés suavemente
Com a boca de carne
E nas mãos de e do azul celeste
Quando se estala
No sorriso do vinho maduro ao jantar
Bebido salivar bebido
Na testa
Uma ternura traçada pelo calor dos dias

II

É verão hoje
Revivido no instante pasmatório das fotografias
Trazia uma saia comprida e usava uma fita amarela no cabelo
É impossível morrer nesta boca assim ou
Comer pétalas de rosas oferecidas No ouro
Como beijar-te
Ou sorrir para os reais sonhos nocturnos
Porque és mais do que o cabelo líquido na fronte
És mais do que a parede quente
Tão acesa

Cruza-se o homem para fazer o seu próprio moinho
A sua mascara inofensiva
Ingenuamente onde se estende o rosto leve


III

Amar o barco amar o ruído do mar
Ver-te da doca a cidade e: faro
O que me exalta na tua voz.
Estamos deste lado da vida
Em constante mudança da meia-noite
Trabalhando a videira dividindo o vinho raiz
Dos dias
Os sonhos ou então as horas dentro do silêncio
Somos pausa nestes corpos de algodão doce
Queremos crenças felizes
Homens compreendidos
Na filosofia, de forma sentida, verdadeira
Ser novamente crianças nos olhos brilham
Néon desprendido
E rir uma vez mais.













 
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Caopoeta
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Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 14/05/2010 15:52  Atualizado: 14/05/2010 15:52
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Mensagens: 1199
 Re: (I) (II) (III)
que não soubessem nunca onde esconder-te nem onde matar memórias como estas. que não soubessem por onde criar os filhos como a sonhos, corridios, sangue feito lama como alma.


um beijo,
mar.

Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 15/05/2010 07:40  Atualizado: 15/05/2010 07:43
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 Re: (I) (II) (III) a ti mar
querer
a boca nada mais imagina a carne
-que interroga o caminho do cão branco
ingénuo
as mãos são apenas escamas e voam metamorfoseadas
e a morte é breve na artéria da palavra doer
é tão grave esta voz
como a dor que a noite desfaz a agudez
da loucura
soltam corações e pedras
no entanto
a descida torna-se leite
mamilo sofá ,cama
talvez
nada seja ;penso
os campos nocturnos sobre as massas,
ardem,
viajam
na idade de cabeça para baixo.

Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 15/05/2010 07:45  Atualizado: 15/05/2010 07:45
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 Re: (I) (II) (III)
tenho vontade de mover um relâmpago.

Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 15/05/2010 08:09  Atualizado: 15/05/2010 08:09
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 Re: (I) (II) (III) p/caopoeta
amigo cao,

não me estendo a análises acadêmicas. não tenho dom para isso e nem aprecio muito. isso é coisa pra teórico e eu não sou teórico. deles eu quero distância. de um poema gosta-se ou não. e eu gosto desses três que você juntou num só. diria - são variações sobre um mesmo tema. um tema gasto desde que poesia é poesia. mas quando bem feito, como é o caso, fica sempre atual.

abraço,

j.