Poemas : 

SEGUNDO SONETO DO HOSPÍCIO

 
mais morto do que vivo num final de tarde
eu pisava lento o chão dos meus descaminhos
sentindo o calafrio próprio do covarde
ao ver-me assim defunto todo envolto em linhos

supliquei aos céus: -Não quero anjo que me guarde!
de um velho sábio roubei 7 pergaminhos
prestei honras a dante charles & leopardi
tocado pela força mágica dos vinhos

blasfemei os santos &´profanei altares
quando me perceberam fora do juízo
as putas me acolheram em seus lupanares

caí de vez no mundo sem deixar aviso
loucos & vagabundos foram os meus pares
nos quintos dos infernos fiz meu paraíso

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júlio


Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 06/12/2010 20:21  Atualizado: 06/12/2010 20:21
Colaborador
Usuário desde: 24/06/2007
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Mensagens: 3263
 Re: SEGUNDO SONETO DO HOSPÍCIO/para o meu leão
Leão, esse é maravilhos também.Aliás, como tudo que tu escreves.

Leão...


Karla B


Enviado por Tópico
GeMuniz
Publicado: 06/12/2010 21:01  Atualizado: 06/12/2010 21:01
Membro de honra
Usuário desde: 10/08/2010
Localidade: Brasil
Mensagens: 7283
 Re: SEGUNDO SONETO DO HOSPÍCIO
Maravilha este soneto Júlio. Coisa de quem sabe fazer e sente o que faz, e você sabe e sente.

abraço

Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 06/12/2010 21:35  Atualizado: 06/12/2010 21:35
Colaborador
Usuário desde: 19/04/2009
Localidade:
Mensagens: 4812
 Re: SEGUNDO SONETO DO HOSPÍCIO
...histórias de vida, vistas do lado oblíquo da existência, com o saber poético sua marca d'agua...

abraço fraterno, caro Júlio