CANTO A MIGUEL TORGA, O POETA DA LIBERDADE

Prezada poeta paraense,

Obrigado por suas palavras, inclusive com relação a minha saúde. É coisa a-tôa. Gostei que você tenha gostado da homenagem que eu fiz ao Torga. Sou brasileiro como você, mas foi lendo este fantástico, que descobri na casa do meu avô que era português, o começo de tudo.Meu interesse pela poesia deve-se à influência de Torga. Acredito que os que se julgam donos da língua e não gostam de mim, vão gostar menos.

júlio

Obrigado Silveira,

Mas, com certeza, os que se dizem donos da língua,
se lerem não vão gostar. Talvez finjam que não viram.

Beijão, Júlio

Amiga Helen,

Sabe que Aldir Blanc é o meu letrista preferido. Mais ainda do que Chico Buarque. Acho Aldir perfeito. Tanto que João Bosco sem ele não é nada. Apenas um chato. E esta canção me diz muito. Porque foi o hino da anistia. E eu vi muitos que partiram, voltarem. Outros ficaram por aqui, mas não voltaram nunca mais, caso do jornalista Vlado Herzog, que faz Clarice chorar até hoje. Tanto que nós instituímos, aqui no Sindicato dos Jornalistas, o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, para reportagens sobre o assunto. Eu mesmo ganhei um, em 89, com uma série de reportagens sobre a Casa de Detenção de São Paulo. Quanto à cirurgia, acho que não é nada preocupante: é implante dentário, graças à irresponsabilidade de uma dentista. Mas o serviço é rápido. Em três dias, os dentes estarão perfeitos. Só que o rosto fica um pouco inchado. E eu necessito repouso e outros cuidados. Me diga uma coisa: você que é do ramo, sabe se arnica é anti-inflamória? Como eu devo usá-la? Dizem que vende em farmácia. Que loucura! Ia falar do Miguel Torga. Mas Torga é nome de planta. Tem alguma coisa a ver. Bem, obrigado pelo comentário. E reze por mim.

Júlio

Olá Julio,

Eu tbm adoro Aldir Blanc e sempre que ouço essa canção, fico emocionada, por tudo o que ela representou como hino a anistia. Fico feliz em saber um pouco da sua trajetória.

Qto a arnica, ela é usada nas escoriações, traumatismos , contusões, dores musculares e picadas de insetos. E apresenta propriedades analgésicas, anti-sépticas e cicatrizantes. Recomenda-se utilizá-la para uso interno apenas sob supervisão médica. Nunca se deve fazer chá com as folhas da arnica, pois elas apresentam componentes altamente tóxicos. As farmácias homeopáticas preparam medicamentos seguros a partir das raízes da arnica, que são largamente utilizados. Já para o uso externo, as precauções podem ser reduzidas. Existem medicamentos indicados para uso externo preparados à base de arnica que podem ser usados para tratar machucados, contusões musculares, artrite, dores reumáticas e até para auxiliar no tratamento das varizes.

Bem, espero ter ajudado, bjs....rezando...

Poeta Henrique Pedro,

Sem pôr de lado os demais comentários, todos bastante generosos, acerca do meu poema sobre o genial Miguel Torga, creia-me - era o seu comentário que eu queria receber. E você sabe a razão. Vindo de um poeta como você, e ainda trasmontano, eu posso ir dormir tranqüilo, certo do dever cumprido. Acho que paguei a dívida que tinha com Torga, parte principal da minha trajetória poética, ao lado de Vinícius de Moraes. Eu tinha pouco mais de dez anos, quando, por mero acaso, em casa de meu avô português, bisbilhotando a estante de livros, encontrei, quase que esquecido, um volume de Miguel Torga. Impressionou-me imenso aquele rosto magro, já vincado. E mais ainda me impressionou o poema Balada da Morgue, cujos versos guardo até hoje de cor: "Olho este corpo morto aqui deitado/E sinto impulso de beijá-lo e ter/Como ele não sei que enfado/Por quem vive e quer viver." Deve ter vindo daí o meu fascínio pela morte. Um ano depois, gazeteando aula, perto de onde eu morava, deparei com o episódio mais trágico da minha vida. Vi meu avô morrer debaixo de um caminhão, ao tentar atravessar a rua. Lembrei-me dos versos de Torga, e meio que na base do plágio, escrevi meu primeiro poema. Cresci devorando Torga, tanto que minha ex- mulher,até hoje minha amiga,que no passado morou em Coimbra, como bolsista ou bolseira da universidade, trouxe-me a tal agenda comemorativa ao centenário deste poeta, que tomo a liberdade de dizer não pertence só a Portugal, mas, sim, ao mundo inteiro.

Obrigado pelas suas palavras. Fizeram-me um bem danado,

Júlio

sabe, mar, que tomei gosto pela poesia aos doze anos, descobrindo um livro, já encardido, com poemas de torga, na casa do meu avô português. arrepiou-me "Balada da Morgue". este livro a que você se refere foi publicado no brasil, pela editora nova fronteira, em 1996, um ano depois da morte do poeta. acho torga um dos maiores poetas do mundo. do mundo, sim - porque torga é universal.

beijão,

j.