Poemas : 

«« Alma em decomposição ««

 
Alma em decomposição
Esvaída na imensidão
Deste Alentejo sem rumo
Alma que perdeu o prumo

Sou eu…

Só tenho o que Deus me deu
Noite que não amanheceu
Ai de mim, nenhures

Não me procures

Passa e não me olhes
Não quero sequer que chores
Ao veres a triste sombra
Fria pedra que desponta
Num matagal de receios

Grossa silva de enredos
Tal qual negro penedo
Desponto em ceara de medo

De musgo coberto
Sou eu a descoberto
Nos desvaires deste mundo
Buraco negro, profundo

Não me olhes

Não passes por perto
Se me vires em céu aberto
É o que me resta, como tecto
Não olhes, nem passes perto…


Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

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Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 14/07/2009 09:37  Atualizado: 14/07/2009 09:37
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: «« Alma em decomposição ««
Antónia,
Um poema que deixa a alma desnuda, de grande intensidade e profundidade.
Beijinhos na alma
Nanda

Enviado por Tópico
Avozita
Publicado: 14/07/2009 11:28  Atualizado: 14/07/2009 11:28
Colaborador
Usuário desde: 08/07/2009
Localidade: Casal de Cambra - Lisboa
Mensagens: 4529
 Re: «« Alma em decomposição ««
Escrito com muito sentimento.
Bj
Avozita

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 14/07/2009 12:23  Atualizado: 14/07/2009 12:23
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8104
 Re: «« Alma em decomposição ««
Adorei o poema saído da seara da alma...Muito bem escrito. Beijo