Dias doídos e tristonhos
Vi-te povoada de sonhos
Toda pintada de sol!...
Vinha diáfana até os pés
Que se via do corpo através
As rubras cores do arrebol!...
Teus olhos fulgiam fogo
Abrasando o mundo todo
Em redemoinhos sensuais!...
Se gladiando nossas línguas
Em danças antigas e lascivas
Se amando como dois animais!...
Era nosso manto a chuva fina
Vinha linda! toda arte e alegria
Transparecia em teu sorriso!
Eram pratas as gotas cintilantes
Pequeninos os cristais diamantes,
Orvalhos dos céus caídos!...
Depois refrigério nas espumas
Flutuando mansos pelas brumas
Num amor bonito e sem fim!...
Amor libidinoso, bom e morno
Entrando pelas veias do corpo
Fluído vivificador de mim!...
Gyl Ferrys