Poemas : 

Desmatança

 
De tristeza morro cedo
Mas não que eu tenha medo
Na ferida ponho dedo
E isso não é segredo

De baixo de um arvoredo
É lá que me sinto ledo
Ou do alto de um rochedo
Revendo o passaredo

E por isto intercedo
Não que seja um arremedo
Natureza é meu brinquedo
Desmatança não concedo

Por ela até me excedo
Não me armo com torpedo
Mas talvez num samba-enredo
Lance eu veneno azedo

Eis aqui o meu folguedo
Voltarei pro meu lajedo
Cuidar bem do meu vinhedo
E é aqui que me escafedo


Mário Piccarelli

 
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Mario Piccarelli
 
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