Poemas : 

Desabafos de uma alma cansada!

 
 
Leiam com os olhos espirituais!


ladywhite

Uma folha em branco da minha alma para a tua.

Alice Vaz de Barros Dusilek

http://ladyinwhitealicevazdebarros.blogspot.com/

http://atelierdejesus.blogspot.com/



Open in new window


A minha alma derrama na simplicidade das minhas palavras,
são partículas de mim, que se soltam comprimem
e me dilatam o coração.

Estes meus sentidos preenchem-me, eles arrancam de mim,
neste silêncio contido as lágrimas que derramo pela tua/vossa,
arrogante prepotência, que cai e morre na humildade apregoada
a qual desconhecem o paradeiro.

Nesta paz com que visto os meus dias, de vida a transbordar,
neste ser de firmeza a lutar onde a vida valorizo,
neste céu que me cobre com o azul dos teus olhos.

Oh testemunha, de todos os meus momentos,
sepulto nas palavras o que a poesia
me devolve, nesta escrita por onde jorra a verdade
que grita e asfixia dentro de mim.

Silencio o que não quero nem devo falar,
não gosto de conversas paralelas,
nem de tomar partidos, abomino a confusão
porque quebrados e partidos serão os dias
da tua vida se não ouvires os sussurros do espírito.

Podia escancarar-te tudo o que sei, mas a minha luta
não é contra a carne, e vais ter que crescer,
de que me adianta falar, se continuas cega
e outras também que como tu foram vítimas,
e cegaram pelas emoções frustraram-se nas mentiras
que para ele são as verdades com que veste a sua vida torta,
também elas acordaram e o teu tempo também chegará.

A vida estendeu-me o tapete do espírito,
roubou-me a sensibilidade da carne,
as emoções transformaram-se em superação.

Entra agora dentro do meu corpo e vê cada dor,
sente-a e não me enterres flechas
aonde tenho laços de cetim
pendurados nos vasos de violetas.

Sou à prova de sismos, enterrei em mim
no chão da minha alma-coração todos os vasos
de violetas de todas as cores com que durante a vida
presenteei a minha filha e é neles que caiem
as flechas que me atiras e sem força perecem.

Exalas-me nestas violetas, que são o perfume
do mais cândido amor, enquanto te ignoro
e choro as catástrofes, ouço os gritos dilacerantes,
as buscas são incessantes, entre as ruínas e os corpos moribundos,
a alma dilacerada chora sem rumo, pessoas caminham sem direcção,
em busca dos entes queridos e nada senão escombros se vêem.

Enquanto tu brincas de maldizer, brincas com a minha
e com a vida dos outros, nessa trama diabólica e insólita
de tantos teatros, de tantas histórias recambulescas
para te livrares das tuas safadezas e de menino mau,
passas a querubim que desce do céu nesse tecer de palavras
angelicais e mais uma vez caiem todas a teus pés.


E eu antes tua amiga, de menina Santa, menina violetinha,
menina pura, com o branco a cobrir-me a alma alva e nua,
onde nada mais seguro, senão as dores que me parem a vida
e aquelas que também tu lhe acrescentaste, pela tua malidicência
e me sepultas a mim que sempre te ajudei e apoiei
e para te ilibares estendes-me o teu arco a matar,
para poderes passar.


Acreditam no amor-amizade?

Amor e amizade passaram a ser pó e nada mais?

Acreditam ou não, nesta pureza de alma que sempre vos doei?

Não acredito em mais nada, a não ser que sinta o toque do espírito
vão ficar aí sem nada dizer?

A vida é amor, também é dor... Ela deu-me uma filha que tanto amo,
deu-me um amor e também o levou para no céu habitar.

Dos transplantes levou-me ao coma, das múltiplas cirurgias
devolveu-me a vida e tantas foram as vezes que Deus o milagre operou.

Deu-me um amor que jorra do trono, que se despiu da carne para viver
no espírito, ele cuida de mim, umas vezes cansa-se e sofre por me ver assim,
outras sou eu que me canso desta vida, porque imploro sempre por mais sentidos,
mais verdade e transparência e como tudo na vida, nem só de atenção
e doação se vive, choro e curvo-me diante da minha insignificância
e Ele reina e eu descanso e celebro os meus dias com um sorriso,
porque viver ainda preciso.

Não me sujes o meu céu, não tenho paciência para turbulências,
leva a vida que quiseres, não me responsabilizes pelos teus actos,
não precisas ter vergonha de mim, por teres voltado atrás
eu mesma te disse para o fazeres e nunca me ouviste,
sê honesto e vai viver não me cruxifiques a alma
porque a vida já me cruxificou o corpo e a alma é tudo o que me resta
para eu poder viver.

Despe-te de ti, veste-te de céu e vive,
porque na vida apenas conto e somo almas
e as vossas estão entre elas,
vivam e deixem-me em paz!

Alice Barros




 
Autor
ladywhite
Autor
 
Texto
Data
Leituras
6380
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
12 pontos
12
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 22/03/2011 03:04  Atualizado: 22/03/2011 03:04
Colaborador
Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: Desabafos de uma alma cansada!
Querida Amiga
Poetisa Alice!

Um poema por demais sentido.
Mas para algumas pessoas amor e amizade realmente passaram a ser pó.
Me parece que te sentes magoada por algo que aconteceu. Sei que tua alma é linda e teu coração é forte,
Bjinhos amiga querida e que Deus esteja te segurando em seus braços neste momento.
Carol
Open in new window


Enviado por Tópico
Alique
Publicado: 22/03/2011 03:37  Atualizado: 22/03/2011 03:37
Colaborador
Usuário desde: 02/08/2010
Localidade: Jundiai/SP - Brasil
Mensagens: 674
 Re: Desabafos de uma alma cansada!
Olá Alice,

Teu texto é verdadeiro e inquestionável.
Trazes no texto, a força da verdade que exala, como exala o perfume de uma flor.
Belíssimo!

Abrs.
Alipio


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/03/2011 09:20  Atualizado: 22/03/2011 09:36
 Re: Desabafos de uma alma cansada!
Alice,um grande e sentido desabafo que por certo trouxe-te alívio ao faze-lo...

Deixo-te abraços carinhosos!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/03/2011 09:25  Atualizado: 22/03/2011 09:25
 Re: Desabafos de uma alma cansada!
Minha querida e abençoada amiga...teu texto , teus "desbafos" são momentos que acontecem quando nós,humanos, enfrentamos nossas dores e desafios... Mas, são instantes passageiros de quem está a lutar , se aflige e sofre na carne as dores da carne...o Espírito Superior vem logo ao socorro do Ser que precisa e vai apagar da alma tudo o que, no aqui e agora ,sofres. Lembres das alegrias e graças do passado e das alegrias e graças que irás alcançar no futuro que te aguarda sorrindo... És abençoada, nunca te esqueças disto.Te amamos e estamos todos te abraçando...
Bjs, ALICE


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/03/2011 13:56  Atualizado: 22/03/2011 13:56
 Re: Desabafos de uma alma cansada!
Um sentido desabafo que vem de si, Alice, neste poema! Lê-la é sentir com a poetisa, porque a forma como escreve cria essa cumplicidade e envolvÊncia!
Bjs


Enviado por Tópico
GeMuniz
Publicado: 22/03/2011 14:33  Atualizado: 22/03/2011 14:36
Membro de honra
Usuário desde: 10/08/2010
Localidade: Brasil
Mensagens: 7283
 Re: Desabafos de uma alma cansada!
Um desabafo sentido, emocional e muito bem escrito. E se veio de você sei que tem sinceridade.

Um beijo, minha amiga. Fica bem.


PS.: Quero saber de você, viu? Num foge não...rs