Poemas : 

Camélias Pálidas

 
Impera o silêncio pelo véu da noite...
Passeia pelo lúgubre reino escuro
Um tênue e tímido olhar de luz...

Olhos quase cerrados... Profundos...
Do fundo do mundo... Nas cavernas
Platônicas presos em elos pelos punhos
Que sangram sobre os murais de pedras
Regando as flores do vale que vicejam
Atrás das silhuetas dos montes gigantes
Gregos onde as lindas ninfas se beijam
E o deus Sol se esconde...

Sim... Sou folha ressequida pelo tempo
Com meus cabelos revoltos pelo vento
Sem um acampamento ou uma morada...
Perdido pelos jardins de camélias pálidas
Sobrevivendo apenas do pouco pó suculento
De minhas asas sempre douradas luminosas...

Correndo todo universo num minuto apenas,
Percorrendo tudo com as minhas poderosas
Porém, confesso, extremamente pequenas,
Entretanto, muito bem sintonizadas,
Antenas...

Tenho como alimento somente a aurora
Na busca incessante do Amor menino,
Puro, verdadeiro, um anjinho com asas,
Tendo o manto azul do céu cristalino
Como minha perpétua e segura casa.


Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
884
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/10/2011 00:49  Atualizado: 22/10/2011 00:50
 Re: Camélias Pálidas
*Aninhei-me na maciez poética do teu texto e voei contigo...
Belo Poeta Gyl, muito belo!
Saudades de ti!
Estou meio ausente, muitos problemas reais na vida REAL...rsrsrs
Beijo-te
K*


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/10/2011 08:13  Atualizado: 22/10/2011 08:13
 Re: Camélias Pálidas
Eis aqui o pintor do Luso oferecendo-nos mais uma tela perfeita! Parabéns lusos, caro poeta!