Poemas -> Amor : 

Incautamente ...

 
Incautamente
tombo o rosto oferto
no vale moreno das tuas mãos
e, porque insensata, a alma levita, flutua o espaço,
aceita a regra, a contra-regra, o compasso, o descompasso
de um metrónomo complexo
… e é só tua.

Incautamente,
lanço-me virgem ao vento, sou brisa solta, sou vaga brava
rodopiada num vendaval. Recorto o gesto, visto giestas,
respiro das coisas que não viveram.
Vitrifico o sonho, ingiro das lágrimas
se sou lamento.

Concreta,
flor desabrigada, na inédita ventura da desdita,
sou socrática,
quiçá lunática,
bebo concisa beberagem acídica,
quando, em silêncio, sou voz que brama,
que clama,
que grita,
que te proclama. Na nata do tempo
não mais que louca, em demanda atávica
duma só palavra da tua boca.


MT.ATENÇÃO:CÓPIAS TOTAIS OU PARCIAIS EM BLOGS OU AFINS SÓ C/AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

 
Autor
Mel de Carvalho
 
Texto
Data
Leituras
957
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 28/10/2007 18:56  Atualizado: 28/10/2007 18:56
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: Incautamente ...p/ Mel de Carvalho
Querida Mel

Adorei seu poema está com um
lirismo de que gosto muito
e falar de amor é tudo de bom
Lindo....

beijo iluminado