,lábeis crenças

*

Estranho.

(I)

A porta que se abre, o som do piano
em colcheias,
sossega o silêncio presente,
perigeus pululam, não tão distantes,
e na memória alterada por acasos. relegam-se

presságios sobrevivos.

(II)

Das mulheres de negro que restaram,
por entre as procelas de tantos
desassossegados instantes,
ruem outonais náiades paradas,

esperas fatais, estáticas.

És.

(III)

Reassume-se o espaço entreaberto,
lábeis crenças
pelo tempo que se esgota, os sons
refugiam-se,
e caem as divisões antes alicerces.
Apenas és,

sediado.

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 30/10/2012 11:58 Atualizado: 30/10/2012 11:58
	Re: ,lábeis crenças No fim fica uma sensação interessante, como um flutuar de ambientes, aberta a cornocópia e inspirada a rajada de imagens em três compassados fôlegos, tudo se fecha e deambula em nós. Fez-me ocorrer Sylvia Plath. Não por exacta parecença, nem demérito de identidade, talvez apenas por saudade...

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visitante

Publicado: 30/10/2012 11:58 Atualizado: 30/10/2012 11:58

Re: ,lábeis crenças

No fim fica uma sensação interessante, como um flutuar de ambientes, aberta a cornocópia e inspirada a rajada de imagens em três compassados fôlegos, tudo se fecha e deambula em nós. Fez-me ocorrer Sylvia Plath. Não por exacta parecença, nem demérito de identidade, talvez apenas por saudade...

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F.Duarte

Publicado: 31/10/2012 02:07 Atualizado: 31/10/2012 02:07

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Re: ,lábeis crenças para xibchel

Para Sílvia Plath, "As sílabas ininteligíveis.
São como uma turba romana,
Pequenas, insignificantes como indivíduos", ("A chegada da caixa de Abelhas"), para este texto como o abrir da porta significasse a fuga, porque não o ruir do que se encontra sediado, ser. Pela saudade sempre, longe a comparação, mas tudo o que se fecha em nós, espera o momento, ou um momento para se libertar, ou um momento para se reassumir o espaço que se entreabriu.

Agradeço-te a leitura, o comentário.

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 30/10/2012 12:35 Atualizado: 30/10/2012 12:35
	Re: ,lábeis crenças digo que o conjunto da obra, aqui se expõe com toda liberdade expressiva; e nos rodeia, nos desperta sem sobressalto em sopros poéticos de grande valor literal. ao amigo e poeta Francisco, meu abraço caRIOca zésilveiradobrasil

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visitante

Publicado: 30/10/2012 12:35 Atualizado: 30/10/2012 12:35

Re: ,lábeis crenças

digo que o conjunto da obra, aqui se expõe com toda liberdade expressiva; e nos rodeia, nos desperta sem sobressalto em sopros poéticos de grande valor literal. ao amigo e poeta Francisco,
meu abraço caRIOca
zésilveiradobrasil

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Tópico

F.Duarte

Publicado: 31/10/2012 02:11 Atualizado: 31/10/2012 02:11

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Re: ,lábeis crenças para JoséSilveira

da liberdade se tenta falar, estranho és, ou serei, mas acima de tudo as esperas fatais, estáticas fazem sobreviver presságios que se julgavam certeiros. e tudo muda, e tudo se altera, e nada melhor que deixar as palavras ocuparem o espaço, preencherem os vazios quando as divisões perdem os alicerces. liberte-se apenas o despertar.

Agradeço-te a leitura o comentário.

Enviado por	Tópico
Sterea	Publicado: 30/10/2012 14:13 Atualizado: 30/10/2012 14:13
Membro de honra Usuário desde: 20/05/2008 Localidade: Porto Mensagens: 2998	Re: ,lábeis crenças Sede - ponto estático verbo enfático míngua ... e o resto é Língua. ...e ler é fundamental. Teresa

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Sterea

Publicado: 30/10/2012 14:13 Atualizado: 30/10/2012 14:13

Membro de honra

Usuário desde: 20/05/2008

Localidade: Porto

Mensagens: 2998

Re: ,lábeis crenças

Sede
-
ponto estático
verbo enfático
míngua
...
e o resto é Língua.

...e ler é fundamental.

Teresa

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Tópico

F.Duarte

Publicado: 31/10/2012 02:18 Atualizado: 31/10/2012 02:18

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Re: ,lábeis crenças para Sterea

e é da Língua, que a sede se transforma, e se o ler é fundamental, necessário, mesmo em verbo enfático, que se disfarce o gesto num breve movimento alado, como o bater dos braços. e não referi das asas, porque quando a porta se abre (tão poucas vezes) o efeito sempre saberemos qual será (ou partida, ou continuar sediado por paredes que já nem para alicerces servem)"aprender, aprender sempre".

Agradeço-te a leitura, o comentário.

Enviado por	Tópico
Vania Lopez	Publicado: 31/10/2012 02:13 Atualizado: 31/10/2012 02:13
Membro de honra Usuário desde: 25/01/2009 Localidade: Pouso Alegre - MG Mensagens: 19295	Re: ,lábeis crenças sediado por um novo silencio (o da admiração) bjs

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Vania Lopez

Publicado: 31/10/2012 02:13 Atualizado: 31/10/2012 02:13

Membro de honra

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Localidade: Pouso Alegre - MG

Mensagens: 19295

Re: ,lábeis crenças

sediado por um novo silencio (o da admiração) bjs

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Tópico

F.Duarte

Publicado: 31/10/2012 02:38 Atualizado: 31/10/2012 02:38

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Re: ,lábeis crenças para Vania Lopez

os silêncios que se sediam, infames por vezes, necessários por outras, precisam de espaço, liberdade desassossegos permanentes, obrigam a reflexões muito mais sangrentas que imaginadas.
e ruem alicerces julgados inexpugnáveis, castelos com fossos enormes a separá-los da floresta que uiva a cada momento. Apenas serei, sim, apenas mesmo.

Agradeço-te a leitura, o comentário.

	Re: É outono Alpha 02/11/2025 20:54
	Re: Palavras para continuar A.Maria 02/11/2025 19:32
	🌻Re: Renasço Depois da Dor iLA 02/11/2025 18:59
	🌻Re: Tempo do Amor iLA 02/11/2025 18:56
	🌻Re: A Cura das Asas iLA 02/11/2025 18:54
	🌻Re: Quando sonha comigo iLA 02/11/2025 18:41
	Re: Pedi o sol ao outono / RaphaelVilela idália 02/11/2025 16:15
	Re: Eu acho que... / Luxena Beatrix 02/11/2025 12:06
	A revolução tem voz p/ alestenavida Benjamin Pó 02/11/2025 10:54
	Agradir p/ Rogério Beça Benjamin Pó 02/11/2025 10:51
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	Peixe de aquário p/ EdmilsonOliveira Benjamin Pó 02/11/2025 10:26
	Esqueci: Parabéns! (Lusaniversário) Luso-Poemas 02/11/2025 10:08

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