Poemas : 

A Mão Que Afaga

 
Ferem-me teus olhos frios punhais
Minha voz jaz... Tremula e rouca
Os meus olhos perdem tons colorais
Os meus lábios já não te roçam a boca...

Estico meus braços e nunca te alcanço
Meus dedos fingem que podem te ver
O castigo chegou como um rio manso
Banhando de lágrimas eu e você...

Singro minha nau em águas tais e bravias
Apenas os sulcos da quilha como testemunhas
Enquanto minhas costas procuram tuas unhas
Meus olhos procuram por águas mais tranqüilas...


Unhas de aço me dilaceram todas as tripas
Sinto mãos apertando o meu frágil coração
Cólicas terríveis me intumescem a barriga
Perdido estou... Sem ares e sem um chão...

As noites são longas, tristes e mal dormida
O amor que alimenta também é o que maltrata
O castigo é apenas um rio de lenta corrida
A mão que bate é a mesma que nos afaga.







Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
luisroggia
Publicado: 10/11/2012 18:39  Atualizado: 10/11/2012 18:39
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 Re: A Mão Que Afaga
Olá Grande poeta!

O Amor as vezes dói com as chagas e não tem jeito, dizem que ele tem cura, será?

É um prazer acessar o site depois de algum tempo fora e se deparar com tão ricos quartetos.

Abraço.


Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 10/11/2012 19:06  Atualizado: 10/11/2012 19:06
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 Re: A Mão Que Afaga
Boa tarde, amigo Gyl!
Lindo e sentido poema!
O amor tanto alimenta quanto maltrata!
Gostei imensamente!
Beijos!


Enviado por Tópico
fotograma
Publicado: 11/11/2012 00:58  Atualizado: 11/11/2012 00:58
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 Re: A Mão Que Afaga
angelicais versos íntimos

abs