Filhos do infortúnio
Vivo em sonhos, como quimeras abstratas e inalcançáveis
Os dias correm, evoluem para lugar nenhum, como se parassem na hostilidade do tempo, em que ouço os gritos dos mudos em surdina e aplaco a ira divina. Contra seres existenciais estragados, fora de validade á muito e acorro a um deserto de opiniões, de pareceres, e tento mitigar a dor, no horror que alimentam, e parto, parto a um rumo insondado das levezas que o seguram
Sinto a paz dos homens que fazem a guerra, como dias negros de chuvas diluvianas, dias que transborda as misérias, na sensatez rara de mentes que prolifera,
Obliquamente a estrada segue numa aparente inocência, seres esquivos de silhuetas medonhas, fazem-se ouvir nos cantos do mundo e matam de fome os filhos do infortúnio.
Se o período morresse e a tempestade parasse, se o sol agisse e o mundo gritasse, se os pesadelos caíssem e os sonhos deleitassem, se os pérfidos tombassem e os leais se levantassem, o mundo agradecia e às crianças resolvia todo o mal que lhe aplicassem
Mas dias claros se aproximam, se avizinham velozes e inexoráveis, num assombroso amanhecer, Naquele que é a estrela-d’alva
Luís Paulo
Luis Paulo