Poemas : 

Mensageiro da verdade

 


Na rua deserta, figuras humanas em andrajos
colhiam doces em taças transparentes;
quando procurou pelos demais,
não conseguiu vislumbrar alma viva ao redor.

Ao longo do dia, quedou-se em silêncio,
conformando-se com o que descobrira.
A grande verdade, notável conhecimento,
é que estava só, entre pingos da chuva
e reatores de lâmpadas fluorescentes.

Sereno mais uma vez, saiu da casa,
conferiu o visual escolhendo um óculos,
combinando com o suéter verde,
cada vez mais desbotado e puído,
embolorando a cada dia que passava .

Ali, entre lâmpadas queimadas
e uma esmeralda de fundo de garrafa,
percebeu que o nariz estava quebrado.
Mas estava tranquilo com o clima,
usava galochas de chumbo
sob uma capa de bronze.

Caráter firme como torrões de açúcar,
veio para dizer somente a verdade.

 
Autor
FilamposKanoziro
 
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