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Aos que jazem no desvão das almas

 
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"... só ardem em febre atormentados por visões,
emanações espúrias de vícios carentes de fé...”

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- Aos que jazem no desvão das almas -




Por detrás de tão pesadas portas,
expectativa da transição iminente,
são muralhas inexpugnáveis,
são paredes indestrutíveis,
protegem cidadela sem igual.
Adornado o centro de doze obeliscos,
gigante de pedra à semelhança do pascal,
para lá penetrar, apenas bater, clamar
à porta tremenda não será o suficiente.

Ali, débeis as esperanças dos mortais
se findam no fogo do sol poente,
só ardem em febre atormentados por visões,
emanações espúrias de vícios carentes de fé;
então, resta acordar e vagar, anelar vão
nos espaços frios, cegos ao olhar jacente.
Se puderem voltar a si, verão
num mar negro o bater das ondas à ré.

Suspiram saudosos pelos momentos
em que a luz à frente era a visão,
encantados instantes antes de se verem
deitados na poeira da estrada,
em caladas profundidades jogados,
excluídos do espaço almejado,
a ventura sendo agora mera ficção.

Jamais, sem sacrifícios hão de cessar
os gemidos dos espíritos dos perseguidos;
resta-lhes chorar melancolia inesgotável,
ambições mortas, cheios de dor,
desditas estampadas nas faces,
no vórtice permanecem,
jazem no desvão de almas consumidos.

25112014
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" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."




 
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LuizMorais
 
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