Já era tarde, muito tarde,
quando a solidão me abandonou,
era noite, madugada e a saudade
fez de mim quem hoje sou!
Já era tarde, muito tarde
quando a revolta se calou
passou o tempo e a idade
mas a calma não chegou ...
Não sou mais do que a lonjura que me habita
neste passo de silêncio em agreste solidão, 
que avança,  dia a dia, que me fala, que me grita!
Era tarde para amar neste precipício de saudade!
E a morte enfim chegou! Parou meu coração! 
Era noite, madrugada,  era tarde, muito tarde ...
Ricardo Maria Louro
                
Ricardo Maria Louro