Sonetos : 

Soneto do amor transmutado em tristeza

 


Pretendo ter um final apropriado sem mais delongas,
e quando a minha hora final chegar partirei sem peso;
fiz-me das agruras e pedras das veredas mais longas
- soubesse quem me amassou o pão, ficaria surpreso.

Vestirei trajos capazes como os de reger orquestras,
não terei mais companhia de um cão, o fiel companheiro,
sem queixas, lágrimas deixarei fecharem fenestras,
acessos invisíveis incompreensíveis ao olhar terreiro.

Quando tomar o caminho da borda final desta terra,
sei que o amor não vai desaparecer como por encanto,
em tal ocasião, inda terei o que em você se encerra,

Porquanto, se não posso leva-lo a servir-me acalanto
- no mundo desconhecido deverei emergir do pelágico -
ficará para transmutar a tristeza como algo mágico.

 
Autor
ReflexoContrito
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/11/2015 11:51  Atualizado: 15/11/2015 11:51
 Re: Soneto do amor transmutado em tristeza
Dizem...
Que morrer não dói, é como ir dormir cedo.
O que dói terrivelmente para o espírito é o nascer.
Eu penso que não deveria doer.
A vida desde o ventre já é uma escola,
se não se atenta a palestra, há palmatórias e
suco de limão.
Mas...
Quando se aparta das pedras,o espírito voa.
Voa... Mesmo que haja escuridão.


Adorei a leitura

Abraços

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/11/2015 09:51  Atualizado: 17/11/2015 09:51
 Re: Soneto do amor transmutado em tristeza
Um belo poema. palavras sentidas, essência toda sentimental.