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Vivendo & Escrevendo - XXVI

 
MINHA CUNHADA amanheceu abespinhada com seu protegé Monsieur Pietro por causa do celular dela que ele usa a noite toda conversando com as namoradas. O clima foi tenso,houve troca de palavras quase ofensivas. Ela o chamou de doido e ele replicou "Que doida era ela, que quer se meter na vida dele" - ai a coisa esquentou. bebi meu café simples sem leite e sai sorrateiramente. Os portões do mercado ainda estavam fechados nem a cafezeira havia montado a sua banca no canto. Poucas pessoas na parada em frente, debaixo a frondosa e antiga mangueira, umas senhoras fazendo suas caminhadas. Gordinho, hijo de Seu Cardozo indo para o trabalho, apanha uma lotação. Aleluia!Aleluia! большое спасибо. Ganhei vinte e cinco reais com a solda de três chumbadores. Os ferros torcidos, o carro de mão soldado. Cardoso quis dar-me apenas duzentos reais e depois sessenta. - "Amanhã, o senhor me da tudo!" - disse-lhe devolvendo o dinheiro que ele guardou. espero que ainda não venderam "recordação das Casas dos Mortos" - Minha cunhada é muito complexa - uma boa pessoa e um bom coração sem duvida, mas para zangar-se é rapidinho. Principalmente quando vai contra a sua imperiosa vontade, não mede as palavras para ferir - que diga eu, que de vez enquanto quando sou sua vitima preferida. Mas as relevo e faço de tudo para não entrarmos em rota de colisão. Enquanto ela desabafa, fico calado, apenas ouvindo suas imprecações, as vezes por pequenos motivos. Uma jovem loura puxando da perna.
UNA MAÑANA en la taller, las mismas cosas de siempre, de todos los dias. "Vamonos trabajar" - dice el hombre sentado en la silla mirando el tiempo - "sin, vamonos" - Uma tarde amena, sentado no terraço lendo "O Sexo de Proust". Depois de montar e soldar até o cabo esquentar. Seu Cardozo deixou a quantia certa.Levei o carro de mão e entreguei-o ao seu dono, ele é zelador do mercado. Comprei os ferros, levei um susto com o preço final, então substituir por outros. E para finalizar adquiri "Recordação.." deixando-me feliz e tranquilo. Mas por outro lado fico deveramente preocupado com alguma coisa que incomoda-me bastante - aquela ansiedade de que vai acontecer alguma coisa de ruim - porque esta tudo indo muito bem. Voltei a trabalhar, assim ganhar os meus trocados e o mais legal de todos comprar os meus livros de autores que tanto admiro. Acordo cedo e antes das nove da manhã cumpriu a minha tarefa na oficina. Um céu de brigadeiro, mas logo virá os pesadelos. O computador deu problema. Na lan-house, onde Bu é agora o novo gerente, conseguir não sei como abrir o meu e:mail que esta bloqueado e assim ler com alegria uma mensagem de minha amiga portuguesa Suzane, que mora na cidade de Lisboa.. no começo da noite em frente ao templo da congregação do pastor Cícero Jorge conversei com a irmã dele, a pastora Silva, relembramos do meu grande amigo e irmão Jacob.
DORMIR MAL e quase não me levantava no horário. O inquilino de Dona Edna fecha o portão de seu cubículo. Ainda um pouco sonolento, mas resoluto no que tenho de fazer para cumprir a meta do dia. Olho timorato para as rachaduras da viga e peço a Deus que me ajude. Os ferrolhos e dobradiças prontos. As dores lombares e cervicais me acompanham atrozmente. Encerrei o expediente. A Sra. Van vem aos meus pensamentos ao ver uma de suas amigas, uma paixão que ainda mexe muito comigo e que ainda não arrefeceu. Fecho-me em copas e sofro calado com meu intimo sentimento que só interessa a mim, porque desabafar - o segredo é o melhor segredo. Um dia quem sabe as coisas não melhorarão para nós. As unhas das mãos sujas com as de um jardineiro. O pensamento aéreo, como um sonâmbulo que anda dormindo. Gostaria mesmo era de escrever como penso, mas uma coisa é pensar e outra é escrever, se eu fundisse numa só seria um bom escritor, mas a mão não obedece a mente. Ou descrevesse as coisas como Balzac ou Dostoievski fazem tão natural e sutilmente de maneira ímpar, assim com mestre Proust no seu aposento acolchoado escrevendo nas madrugadas frias relembrando o tempo perdido - agora sei onde Saramago bebeu para narrar em longos parágrafos. Na verdade sou muito complicado comigo mesmo, não consigo entender a minha intrincada personalidade. Uma hora estou eufórico e efusivo por ínfimos acontecimentos e em outros caio em depressão inexplicável, por que tais coisas ocorrem, acompanhados por uma serie de sinais negativos. No Bu ou seja na Lan-house da esquina do mercado estava lotado de guris fardados. A principio não sairia, mas vesti-me a primeira vez, foi quando a minha cunhada perguntou-0me se eu não iria usar o computador, respondi que Larissa estava no esmo. Falou-me que a mesma iria bater os ovos, voltei para o quarto, mudei de roupa, enverguei calçãozinho preto, pedi-lhe que quando saísse me chamasse fui sentar no terraço, a mesma saiu e não disse-me nada, olhei pela janela não havia ninguém, então apressado dirigi para lá, mas ao ler na tela, percebi que ele ainda o usava: "Titio, ainda vou desligar" - mudei de roupa e sai. Passei no Cabeludo, somente a mãe encontrava-se, sentada na cadeira de macarrão escondida por trás dos manequins expostos na calçada. Gersinho, amigo intimo dele estava em pé na calçada em frente e deixara a bicicleta encostada no muro. Conversamos até a chegada de um encabuloso, bati em retirada.

O CEU ENCOBERTO por grossas nuvens plúmbeas. "Qual é o nome do som da chuva?" - Perguntou o filosofo Clayton ao pastor de sua igreja quando encontraram-se na porta do templo. O Pastor surpreso não soube responder e assim o filosofo e contestador das coisas obvia, tentou aos poucos decifrar o enigma da natureza, assim como interpreta a Biblia nos dias de hoje. Gosto de conversar com ele, sempre tem algo surpreendente a mim revelar. Assim como me provou que atrás de Michel Jackson tem algo demoníaco. Uma das prioridades é conter as minhas emoções de querer sabe a opinião dos outros sobre o que escrevo. Entro num estado eufórico que me torno até enjoado ou então de me gabar - vou suprimir essa idiotices que não me levam a nada.

QUEBREI O MEU JEJUM alcoólico, não resisti a vontade que grassava no meu intimo. A boca salivava de desejo, a mente não pensava em outra coisa desde que sair da Unidade Mista. Uma lata! Uma Lata! - Dissimulei-me a enganar-me, mas não adiantou, a vontade era grande e as onze e dez depois de conversar um pouco com Seu Edison Carlos Moreira Costa, vulgarmente conhecido como Monserrat ou Cabeludo, tentou me dissuadir da nefasta ideia, ejetando-me animo para não caírem tentação, manter o pulso firme - mas nada desses argumentos fizeram-me mudar de ideia, estava incrustada em mim e assim fiz - primeiro duas latas de cerveja, uma para mim e outra para ele que bebemos rapidinhos na calçada em frente a loja de depois seguir para o encontro dos mis hermanos de aguardente - e aos poucos entornei quase seis latas de Skol. Missão cumprida, o portão pronto e pintado, vou entrega-lo. Esperando o ferro de Seu Cardozo. Cai em tentação e enchi os canecos e bebi cinco latinhas, gastei o pouco que tinha guardado, desmoronando o meu frágil castelo de cartas. Encerrei o "Idiota" - não recebi o dinheiro de Mr. Gugu. Até pensei em comprar uma cocaine para desopilar o nariz, sai pouco da rotina. Havia até combinado com Gato Guerreiro para descolar para mim, mas não deu certo. Esperei muito por Mr. Gugu e nada. "Embalos de Sábado a noite" faz-me voltar ao passado,quando tinha dezoito anos, estudava na oitava serie, enquanto a maioria de meus colegas estavam terminado o ensino médio. Assisti no Cine Éden na rua Grande, justamente numa noite de sábado junto com o meu parceiro de loucura Tio Willi, na época das optalidons que consumíamos aos montes. A trilha sonora e o enredo simples de Toni Manero (Jonh Travolta) me emocionam até hoje.

 
Autor
r.n.rodrigues
 
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