Veja, meu amor,
Aquelas nuvens corredias pelo empíreo
São apenas indícios de agruras findas
Mutadas em carneirinhos coloridos
Saltitantes num céu de andorinhas!
Olhe, meu amor, mais adiante...
Aqueles montes azuis, tão distantes,
São moradas dos filhos das serras;
Lá fluem rios de acordes e melodias
Em deltas onde a poesia impera.
Lá, por detrás dos jazigos do sol,
Cantam sinfonias, mil cotovias
Regidas pelo maestro rouxinol
Em notas musicais mansas e macias!
Além!... Mais além!...
Lá onde o vento faz outra curva
Ultrapassando a barreira do infinito,
Sítio santo onde foi olvidado um grito
De uma entre mil bestiais criaturas,
Reverbera, porém ninguém... escuta.
Gyl Ferrys