Poemas : 

A triste história do Homem que vendeu um filho para matar a fome a oito

 
Diz-me o teu preço
que te direi o meu.
Diz-me por qual milagre te ajoelhas,
esse
que te é tão caro
e que te retira todo o valor.

Eu, logo eu,
que penso que não tenho,
que não me vendo, que ninguém por nada me compra…

Dou-me
ao desengano
e me ofereço.

Diz-me o teu preço
(todos temos um preço)
que te direi o meu.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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