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Margô_T | Publicado: 10/06/2020 08:18 Atualizado: 10/06/2020 08:30 |
Da casa!
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Re: Pôr do sol ansioso
Muitas vezes vivemos focados na expectativa de algo. Porém, para chegarmos a esse algo-lugar precisamos, em primeiro lugar, de nos desenrolarmos de complexidades, de resolvermos os conflitos/”argumentos” que inevitavelmente vão surgindo (“as inocências de afeto teriam de ser resolvidas” - adoro este techo! é um mergulhar no âmago e salientar o que verdadeiramente importa: as inocências por detrás das aparentes malícias - a bondade em nós, o entendimento possível ou, até, essa outra forma de entendimento mais profunda: o amor), de sentir a tensão de vários “pôr-do-sois ansiosos”, de saber que antes da (nova) madrugada há (ainda) um dia por completar (até ao fim).
Vivemos, também, muitas vezes com os olhos postos no Passado, na esperança que algo do Passado - que nos agradou - se repita no Futuro (“esperava-se talvez que/o passado/respondesse com o som”). Mas nada surge do nada... enquanto esperamos “acomodados/com medo de nada e de tudo/ao mesmo tempo”, a madrugada não se tece. Do nada só poderá advir a “fatalidade” de uma mesmice, algo não “efectivo”, algo incapaz de se nos impor e satisfazer. Só depois de serem postos os pontos nestes is, passamos para o final do poema, de onde destaco este belo trecho: “talvez aí pudesse surgir o belo, o desejo de um esteta, a pintura insuficiente da minha alma,...” A beleza vem na madrugada - momento em que nos soltámos do dia anterior e estamos presentes para a vida, escutando as suas várias e variadas formas. “antes disso só a previsão, e a demora” poderão sugir. Belo poema! |
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