Poemas : 

O Pretexto

 
se nunca me tivessem dado o baloiço de presente
não teria o hoje da sede
que sobe e desce

o arrepio
que derruba por mais que se suba
e cresce
sufoco de diapasão

se jamais a euforia pintasse a cor da pele
de oferta rubra num verde dia
não teria o agora
demora tão pouco

se não me tivessem dito o que oiço
e apresentado o baloiço
nunca teria aberto o brado a este fado

sempre
por acabar,...



Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
Leituras
619
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Alpha
Publicado: 28/08/2020 17:37  Atualizado: 28/08/2020 17:37
Membro de honra
Usuário desde: 14/04/2015
Localidade:
Mensagens: 1905
 Re: O Pretexto
Passa-se a vida a baloiçar
Esperando o que ela tece
Se for preciso contrariar
Regateia, o que se merece.


Tudo tem um começo. Quanto aos fins, vão-se descobrindo, mas nem sempre da melhor forma. O fado é sempre uma letra inacabada!