Quando a espuma findar ao largo
por sobre o mar em agonia
eu e tu, um só, um dia
- vaga e vento,
seremos porventura luz,
espelho convexo
do espacejar dum novo tempo.
Quando a espuma acabar, amado,
em velas e rodas de ventos
teceremos corpos em valsa d’águas
em sinfonias concertantes*
em duetos de tactos
e de gestos
e de químicas
líricas a céu aberto,
d ’olhares imensos
em solos de harpas
em seduções sopranas.
Quando a espuma cessar
faremos das nossas vidas peças
virtuosas: d’ homéricas, d’ hossanas
de cordas - violoncelos em arquejos
na eloquência de nos sabermos cinjos,
enlaços,enleados em compassos
de pernas, de braços,
serenatas
de bocas e beijos
refinamentos simples d’almas
amantes.
Quando a espuma findar em jeito…
seremos!
* Depois de ter ouvido "Sinfonia Concertante", K364, Primeiro Andamento de Mozart
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